“A terra está cansada de beber sangue inocente”, declarou o arcebispo de Lagos diante do horror.
Ataques brutais reacendem o apelo à fé e à justiça
Na última semana, a Nigéria voltou a ser palco de uma barbárie silenciosa.
Pelo menos 200 cristãos foram brutalmente assassinados no estado de Benue, em ataques que incendiaram casas e dizimaram famílias inteiras.
Em resposta, os bispos da província eclesiástica de Onitsha convocaram o povo à oração e ao jejum, clamando por paz diante do horror.
Em comunicado oficial, os prelados descreveram o episódio como “desumano, bárbaro e uma violação grave da dignidade da vida humana”.
O pedido é claro: as autoridades devem agir com urgência para pôr fim ao derramamento diário de sangue.
Um país em agonia, uma Igreja em súplica
O massacre mais recente ocorreu em 13 de junho, quando terroristas islâmicos da etnia fulani atacaram a cidade de Yelewata.
As vítimas? Cristãos deslocados, vivendo em abrigos improvisados.
Quem tentava fugir era perseguido e atacado com facões.
Diante do cenário de violência repetida, os bispos não se calaram. Denunciaram a inércia do Estado e convocaram todos os católicos a oferecerem Missas, Rosários e orações do Ofício Divino em 20 de junho, dia especial de jejum e intercessão.
“Deus é a nossa esperança, e a nossa esperança não nos decepciona”, afirmaram.
Como em Fátima, quando a Santíssima Virgem convocou os pastorinhos à oração e penitência pela conversão do mundo, os bispos nigerianos também veem na oração o único caminho para evitar uma tragédia ainda maior.
Diante da dor dos que sofrem por professar a fé, não podemos ficar imóveis.
Procissões do Rosário e indignação pacífica
Em Lagos, o arcebispo Alfred Adewale Martins decretou um dia de oração e protesto, mobilizando todos os sacerdotes a celebrarem Missas pelas vítimas.
À noite, as igrejas foram tomadas por fiéis em procissões marianas, suplicando à Rainha da Paz.
“A terra está cansada de beber sangue inocente”, declarou o arcebispo, num clamor que ecoa o Coração Imaculado de Maria em Fátima, que nos alertou sobre os erros que se espalhariam por todo o mundo caso o povo não se voltasse a Deus.
Silêncio cúmplice e apelo à justiça
O arcebispo também agradeceu ao Papa Leão XIV, que mencionou o massacre durante a oração do Ângelus, pedindo atenção internacional ao drama de Benue.
Já os bispos da província de Abuja enviaram condolências às famílias enlutadas, ressaltando que ataques como esse não apenas matam, mas alimentam o medo, o ódio e a divisão.
“Os ataques contra inocentes são um pecado contra Deus, que oferece a vida como dom sagrado”, afirmaram.
Quando até um padre-governador hesita
Curiosamente, o governador de Benue, Hyacinth Alia — ele próprio um sacerdote suspenso de ordens em 2022 — recusou os apelos por autodefesa armada.
Apesar da revolta popular, defendeu que a resposta deve vir pelas vias legais, mesmo diante da omissão persistente do Estado.
O chamado que não pode ser ignorado
O sangue dos mártires sempre fecundou a Igreja. Mas, como já alertou Nossa Senhora em Fátima, se os homens não se converterem, virão guerras e perseguições ainda mais duras.
Os católicos do Brasil e de Portugal podem — e devem — responder com fé.
Diante do silêncio do mundo, a oração dos fiéis se torna o último grito por justiça.