Um homem simples, mas de uma fé inabalável, dedicou sua vida à missão de Nossa Senhora e agora pode ser reconhecido como beato pela Santa Sé.

Um caminho trilhado com a Mãe de Deus
No Brasil, terra de tantos desafios e contrastes, florescem, por vezes, almas extraordinárias, verdadeiros apóstolos que, em meio à simplicidade, assumem a grandeza do Evangelho.
João Luiz Pozzobon é um desses nomes que, a passos firmes e com terço nas mãos, caminhou rumo à santidade. Agora, seu nome ressoa nos corredores do Vaticano, onde a comissão teológica do dicastério das Causas dos Santos deu parecer favorável ao seu processo de beatificação.
Nascido em 1904, no Rio Grande do Sul, Pozzobon encontrou em sua vida uma missão que não buscou para si, mas que aceitou com devoção e obediência. Foi membro ativo do Movimento Apostólico de Schoenstatt, e em 1950 recebeu uma imagem da Mãe Três Vezes Admirável, com o objetivo de visitar as famílias. O que poderia ser um simples projeto temporário, logo se tornou uma devoção diária e ininterrupta por 35 anos, até seu falecimento em 1985.
A missão que moldou um santo
Não são apenas os quilômetros percorridos – mais de 140 mil – que impressionam na vida de Pozzobon. Seu apostolado não se limitava a carregar uma imagem de casa em casa, mas a ser um verdadeiro discípulo da Virgem Maria. Onde ia, levava a esperança, o consolo, o despertar da fé e, acima de tudo, a certeza de que a Mãe de Deus jamais abandona seus filhos.
O zelo apostólico do diácono não se restringia às visitas familiares. Escolas, hospitais, presídios e qualquer outro local onde houvesse almas sedentas de Deus eram campos de missão para ele.
Em tempos em que a fé se encontra tão relativizada, e a verdadeira devoção mariana muitas vezes é deixada de lado por uma piedade superficial, o testemunho de Pozzobon ressurge como um lembrete vigoroso.
Não basta professar fé em Nossa Senhora, é preciso levá-la ao mundo, aos corações, aos lares que se desmoronam sob o peso da indiferença religiosa.
Há um paralelo inevitável com São Pio de Pietrelcina. Ambos, cada um a seu modo, foram verdadeiros campeões da fé, incansáveis na missão de conduzir almas para Deus. Padre Pio, por meio do confessionário e das dores do Crucificado que trazia em seu corpo; Pozzobon, com o cansaço físico da caminhada, o peso da imagem e a força da oração. Ambos, no entanto, tinham algo em comum: sabiam que Maria Santíssima é o grande caminho para a conversão e a salvação das almas.
Que sua história inspire mais corações a não apenas venerar a Virgem Maria, mas a carregá-la consigo, como um verdadeiro compromisso de fé. Se a Santa Sé confirmar sua beatificação, não será apenas um reconhecimento oficial, mas um clamor de urgência: é hora de um novo exército de apóstolos marianos se levantar.
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