No dia 8 de maio, a Igreja recorda um dos mais impressionantes eventos ligados à intervenção divina: a aparição de São Miguel Arcanjo sobre o Monte Gargano, na Itália, que ainda hoje inspira devoção e fé inabalável.
A data de 8 de maio marca a memória da aparição de São Miguel Arcanjo sobre o Monte Gargano, situado na região da Apúlia, sul da Itália.
O local tem uma importância especial para os devotos do Santo Padre Pio, já que San Giovanni Rotondo — onde o santo viveu por mais de 40 anos — está localizado justamente no sopé do monte.
Padre Pio recomendava com frequência a seus filhos espirituais que fizessem peregrinações até a gruta do Arcanjo. Para ele, ali era um lugar de graça, escolhido pelo próprio Miguel como morada e ponto de encontro entre o Céu e a terra.
A flecha que se voltou contra quem atirou
Segundo a tradição, no ano de 490, um camponês da cidade de Siponto, hoje conhecida como Manfredônia, saiu em busca de um dos touros de seu rebanho que havia se afastado.
Após longa procura, encontrou o animal próximo à entrada de uma gruta no alto do monte.
A tentativa de abater o touro com uma flecha teve um resultado inesperado: a flecha voltou-se contra o próprio homem — identificado pela tradição como Gargano — e o feriu.
Diante do acontecimento inexplicável, o bispo da região, São Lourenço Maiorano, convocou três dias de jejum e oração para pedir a Deus uma explicação.
“Eu sou Miguel Arcanjo”
Na aurora do quarto dia, enquanto rezava na antiga catedral de Santa Maria Maggiore, o bispo teve uma visão de São Miguel Arcanjo. O espírito celeste lhe revelou:
“Fizeste bem em buscar o mistério de Deus escondido aos homens. Foi por isso que os golpeei com minha lança. Esta é a minha vontade. Eu sou Miguel Arcanjo, e estou sempre na presença de Deus. Venho habitar este lugar, protegê-lo e demonstrar, por um sinal, que serei seu guardião e defensor.”
Como confirmação de sua promessa, o camponês ferido foi milagrosamente curado. São Miguel também pediu que a gruta fosse dedicada ao culto cristão.
Seria coincidência que, séculos mais tarde, o próprio Padre Pio fosse chamado a viver ali tão próximo?
A vitória dos cristãos pela intercessão de São Miguel
Dois anos após a aparição, Siponto foi ameaçada por um poderoso exército bárbaro.
Diante da situação crítica, o bispo voltou à gruta para suplicar a ajuda do Arcanjo.
Pediu-se aos inimigos uma trégua de três dias, durante os quais o povo jejuou e rezou.
No fim do terceiro dia, São Miguel apareceu novamente ao bispo e garantiu a vitória dos cristãos.
Orientou que o ataque fosse feito apenas após a quarta hora do dia seguinte.
O povo, obediente, seguiu as instruções. No momento indicado, uma tempestade violenta se abateu sobre os invasores: a terra tremeu, o mar rugiu e os relâmpagos caíram apenas sobre os inimigos.
Apavorado, o exército bárbaro fugiu, deixando Siponto em paz.
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A gruta consagrada pelo próprio Arcanjo
Três anos depois da primeira aparição, no dia 8 de maio de 493, o bispo decidiu subir novamente à gruta para celebrar o ocorrido.
Desejava transformá-la em um santuário, mas não sabia se isso agradaria a Deus.
Procurou então o Papa São Gelásio, que sugeriu que o próprio Arcanjo fosse consultado.
Um novo jejum de três dias foi proposto, ao qual o próprio pontífice aderiu, mesmo distante, em Roma.
Na noite do último dia do tríduo, São Miguel apareceu pela terceira vez ao bispo e declarou:
“Não cabe a vós dedicar esta basílica que eu mesmo construí, mas a mim, que coloquei seus fundamentos. À medida que ela se elevar, os pecados dos que a visitarem diminuirão. Este será um lugar de oração, onde as más ações desaparecerão. Eu mesmo me encarregarei de santificá-lo.”
O altar de pedra e a cruz de cristal
Na manhã seguinte, acompanhado pelo clero e pelo povo, o bispo São Lourenço desceu à gruta. Lá encontrou o rosto de São Miguel impresso na rocha externa.
No interior, havia um altar escavado na pedra, com uma cruz de cristal.
Diante do milagre, a gruta passou a ser reconhecida como um lugar sagrado, consagrado diretamente pelo próprio Arcanjo.
Ainda hoje, peregrinos do mundo inteiro dirigem-se ao Santuário de São Miguel no Monte Gargano em busca de proteção, milagres e fortalecimento da fé.
É um ponto de luz que continua a brilhar, sobretudo para os que vivem batalhas espirituais e confiam na intercessão do Príncipe da Milícia Celeste.
Você pode invocar agora mesmo o auxílio dos Santos Anjos
Nos dias atuais, muitos se sentem cercados por dificuldades tão grandes quanto os inimigos que ameaçaram Siponto.
Por isso, é urgente renovar nossa confiança no auxílio do Céu.
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Maria Santíssima, São Miguel e a luta pela Salvação
É impossível não recordar que foi também em um monte — a Cova da Iria — que Nossa Senhora apareceu em Fátima, pedindo oração, penitência e confiança no auxílio divino.
Assim como o Arcanjo protegeu Siponto, a Virgem prometeu sua proteção materna àqueles que rezarem o Rosário e oferecerem sacrifícios.
A união entre os pedidos da Mãe de Deus e a força do Arcanjo nos mostra que, mesmo nas maiores tribulações, os Céus não estão em silêncio.
Eles agem. Mas esperam que nós também façamos a nossa parte.
Reze. Confie. Invoque os Santos Anjos. E faça a sua parte nesta luta entre o Céu e o inferno.
