Por que o mês de Setembro é dedicado às Dores de Nossa Senhora?

Um convite à contemplação do Coração Doloroso de Maria e ao mistério da Cruz.

A Virgem Dolorosa, de José Camarón, 1790

Um mês marcado pela dor… e pela esperança

No templo de Jerusalém, a jovem Virgem Maria segura o Menino nos braços.

O ambiente é de alegria, até que Simeão a encara com olhar grave: “Uma espada de dor atravessará a tua alma” (Lc 2,35).

É como se, naquele instante, o sorriso da Mãe se unisse à sombra da cruz. A cena parece distante, mas é atual.

Setembro, no calendário da Igreja, nos convida a reviver esses momentos de dor da Virgem Santíssima.

É o mês dedicado às Sete Dores de Nossa Senhora, quando cada católico é chamado a contemplar sua fidelidade silenciosa ao lado da cruz.

O nascimento de uma devoção

A Idade Média foi o berço dessa prática. Em mosteiros silenciosos, monges meditavam nas lágrimas de Maria.

Mais tarde, os Servitas (uma ordem religiosa nascida na Itália e dedicada às Dores da Mãe de Deus) percorriam as ruas com tochas e cânticos, convidando os fiéis a se unir à dor de Nossa Senhora.

Nos séculos XIV e XV, ela se tornou difundida, particularmente na Renânia e em Flandres, onde foram estabelecidas Confrarias da Mãe Dolorosa.

Um concílio provincial de Mainz, na Alemanha, em 1423, estabeleceu uma “Festa das Dores de Maria” como reparação pelas profanações hussitas de suas imagens.

Em 1727, o Papa Bento XIII incluiu a festa no Calendário Romano, atribuindo-a à sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos.

Enquanto algumas igrejas, como em Braga (Portugal), celebravam as Alegrias da Virgem, a devoção às suas dores ganhou força por sua ligação direta com a Cruz.

A dor que fala ao coração

Pense em Maria, com o coração aflito, caminhando pelas ruas estreitas de Jerusalém em busca do Menino perdido.

Imagine o aperto em seu peito quando ouviu que Jesus havia sido preso. Visualize-a no Calvário, os pés cravados no chão, os olhos fixos no Filho pregado à cruz.

Essas não são cenas de uma história distante. São dores que tocam nossas próprias dores: a perda de um filho, o medo do futuro, o silêncio de Deus nas horas mais difíceis.

É por isso que setembro nos chama a caminhar com Nossa Senhora, unindo-nos à sua missão de amor, como fizeram os Pastorinhos.

Aqui nasce também um convite: assim como os pequenos de Fátima, você pode ser bálsamo para a Virgem Dolorosa.

Torne-se Missionário de Fátima e ofereça alívio ao Coração transpassado de Maria.

Mas afinal, quais são as Sete Dores de Maria?

Cada lágrima da Mãe tem um nome. Cada dor é uma ferida de amor que uniu seu coração ao de Jesus.

As Sete Dores de Maria são eventos específicos da vida de Nossa Senhora que causaram profundo sofrimento à sua alma.

Cada uma das dores de Maria está ligada a um episódio da vida de Jesus, mostrando-nos que a dor do Filho também atravessava o coração da Mãe.

1. A profecia de Simeão (Lucas 2,25-35)
2. A fuga para o Egito (Mateus 2,13-15)
3. A perda do Menino Jesus no Templo (Lucas 2,41-50)
4. O encontro com Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23,27-31)
5. A crucifixão e morte de Jesus (João 19,25-30)
6. O corpo de Jesus é descido da cruz (Marcos 15,42-46)
7. O sepultamento de Jesus (Lucas 23,50-56)

As Sete Dores de Maria são um convite para aprofundar nossa relação com a Mãe de Deus.

Por meio dessa devoção, aprendemos a confiar na Providência Divina, mesmo nos momentos mais difíceis.

A devoção às Sete Dores de Maria atravessou os séculos, ganhando novo significado nas aparições de Fátima, onde a Mãe de Deus revelou sua mensagem de dor e redenção.

Em Fátima também estava o Calvário

Em 13 de outubro de 1917, na última aparição em Fátima, Nossa Senhora surgiu como a Virgem Dolorosa, vestida de preto e roxo, acompanhando seu filho a caminho da cruz.

Foi um lembrete solene: sem cruz não há vitória, sem lágrimas não há consolação.

Os Pastorinhos, mesmo crianças, compreenderam. Eles ofereceram jejum, orações e sacrifícios em reparação.

Hoje, seu exemplo continua como um clamor.

Ao contemplar suas dores, descobrimos que não estamos sozinhos: o olhar da Virgem Dolorosa acompanha cada passo.

Um convite pessoal

Diante das dores de Maria, cada fiel é chamado a refletir: quais cruzes posso oferecer a Deus por amor?

Nossa Senhora experimentou a dor da perda e da incerteza. Assim também nós carregamos nossas cruzes: a doença, a solidão ou as dificuldades do dia a dia.

A Mãe das Dores nos mostra que, com fé, essas cruzes podem se tornar caminhos para a Ressurreição.

Setembro, portanto, não é um mês de tristeza, mas de esperança, como as flores que renascem na primavera.

Um tempo para aprender com Nossa Senhora a abraçar a dor e transformá-la em oração, caridade e perseverança.

Junte-se aos Missionários de Fátima e seja parte dessa missão de amor e reparação.

Porque, como filhos fiéis, queremos aliviar as dores da Mãe e preparar o triunfo do Seu Imaculado Coração.

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