Por que Cobrimos as Imagens na Quaresma?

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O véu roxo que cobre o sagrado nos convida a um mergulho profundo no mistério da Paixão de Cristo —
e prepara o coração para o amor sem medidas revelado na Cruz.

Na Quaresma, a Igreja Católica convida os fieis a uma vivência mais intensa da fé, marcada pelo jejum, pela oração e pela esmola. 

Mas um costume antigo — o de cobrir imagens sacras e crucifixos com panos roxos a partir do Quinto Domingo da Quaresma — costuma gerar perguntas e até estranhamento. Por que esconder aquilo que mais nos inspira a rezar?

O que a Igreja nos ensina com esse costume secular

Na verdade, o que parece um ocultamento é, na essência, uma revelação progressiva.

A liturgia quer preparar nossos sentidos, especialmente o olhar, para algo muito maior: a contemplação da Paixão de Cristo, a ser celebrada na Sexta-Feira Santa.

Esse rito remonta ao século VII e carrega um profundo simbolismo de luto espiritual. Não se trata apenas de uma tradição, mas de um gesto pedagógico da Igreja que, por meio da “arquitetura litúrgica”, vai guiando o coração dos fiéis desde a necessidade de conversão até o confronto com a dor redentora da Cruz.

Nas quatro primeiras semanas da Quaresma, o foco está no chamado à mudança de vida. Mas a partir do Quinto Domingo, o olhar se volta diretamente para a Paixão. 

No Missal de 1962, essa transição era ainda mais visível: o Quinto Domingo já era chamado de “Domingo da Paixão”.

Assim como Cristo se ocultava dos fariseus nos dias que antecederam Sua morte, a Igreja também oculta, simbolicamente, Sua imagem. Os véus roxos que cobrem os altares e imagens nos recordam que algo grandioso está por vir.

É nesse espírito de preparação que muitos devotos recorrem a Padre Pio como guia seguro para viver a Quaresma.
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Mas se é tempo de olhar para a Cruz… por que cobri-la?

Essa é a pergunta que muitos fiéis fazem. O gesto de cobrir o crucifixo e outras imagens nos convida a um jejum dos olhos. 

Renunciamos momentaneamente à beleza das representações sacras para mergulhar na realidade mais crua da Paixão. 

Não por desprezo às imagens, mas para que a contemplação do Cristo Crucificado, quando finalmente for desvelado na Sexta-Feira Santa, seja feita com um coração mais disposto e sedento de amor.

O véu que anuncia a luz

Na Vigília Pascal, quando as imagens voltam a aparecer diante dos olhos dos fiéis, já não são apenas objetos de devoção. São sinais vivos de uma fé que atravessou o deserto da Quaresma e agora se rejubila com a Ressurreição.

Esse processo de ocultamento e revelação nos ensina que a fé não é apenas uma questão de ver, mas de esperar, desejar e crer com profundidade. 

É um convite ao recolhimento, à introspecção e à meditação sincera. Um apelo ao silêncio diante do sagrado — o mesmo silêncio que envolveu Maria aos pés da Cruz.

Um gesto que prepara o coração para o maior dos amores

“O Senhor me amou e se entregou por mim”, disse São Paulo (Gl 2,20). Quando cobrimos as imagens, não negamos esse amor — ao contrário, o aguardamos com mais sede. 

Na Sexta-Feira Santa, ao desvelarmos a cruz para adorá-la, seremos convidados a contemplar o que de mais precioso temos: um Deus que sangra por amor, como recorda Garrigou-Lagrange, um dos maiores teólogos do século XX.

É como se a Igreja dissesse: “Prepare-se. Não para ver com os olhos, mas para enxergar com a alma.”

Agora que você compreende o sentido desse silêncio visual, que tal aprofundar ainda mais a sua vivência quaresmal?

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