Um santo que falava com as almas padecentes e nos ensina a grande responsabilidade de interceder por elas.

Desde os primórdios do cristianismo, a oração pelos mortos é uma prática ininterrupta. Se aqueles que partem desta vida já estivessem imediatamente no Céu ou condenados ao Inferno, qual seria a lógica dessa intercessão?
O Purgatório não é uma lenda piedosa, mas uma realidade tremenda e inegável. A Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja são unânimes em afirmar sua existência. No entanto, em tempos de superficialidade religiosa, há os que preferem silenciar sobre esse dogma, como se ignorá-lo anulasse suas consequências.
Uma justiça que não falha
Santo Agostinho dizia que os tormentos do Purgatório são mais insuportáveis do que qualquer dor terrestre. Se as almas padecem, é porque devem satisfação à Justiça Divina.
A doutrina da Igreja nos ensina que, embora seus sofrimentos sejam purificadores, essas almas já estão salvas. No entanto, estão presas em uma agonia indizível, ardendo de amor por Deus, mas impedidas de alcançá-Lo.
O Concílio de Trento definiu claramente: aqueles que morrem sem ter expiado todas as penas temporais de seus pecados necessitam passar pelo fogo purificador.
Mas existe uma esperança para essas almas: as orações dos vivos, os sacrifícios e, acima de tudo, o Santo Sacrifício da Missa.
Padre Pio e o mistério das almas padecentes
Se houve um santo que sentiu essa realidade de maneira palpável, foi Padre Pio de Pietrelcina. Desde jovem, teve frequentes visões de almas do Purgatório que lhe imploravam orações. Em um de seus testemunhos mais impactantes, declarou: “Vejo mais almas do Purgatório do que pessoas vivas”.
Seu amor por essas almas o levava a sofrer intensamente por elas. Durante suas missas, dedicava longos minutos intercedendo pelos falecidos. Rezava, jejuava e se imolava por aqueles que aguardavam sua libertação. Ele conhecia profundamente a severidade da Justiça Divina e sabia que, sem satisfação plena, nenhuma alma poderia entrar no Céu.
Testemunhos sobrenaturais: o fogo que purifica
As experiências de Padre Pio com as almas padecentes foram múltiplas. Certa vez, viu um espírito envolto em chamas e perguntou se aquele fogo era pior do que o da Terra. A alma respondeu: “O fogo terrestre, comparado a este, é como uma brisa fresca”.
Outro relato impressionante ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. Em uma noite, os frades ouviram gritos de “Viva Padre Pio!” ecoando pelo claustro. Alarmados, foram verificar, mas nada encontraram.
No dia seguinte, perguntaram ao santo o que havia ocorrido, ao que ele respondeu com simplicidade: “Eram soldados mortos na guerra. Vieram agradecer-me pelas orações que os ajudaram a sair do Purgatório”.
Nossa Senhora: refúgio das almas padecentes
Se essas almas têm uma grande intercessora, essa intercessora é Maria Santíssima. Os santos ensinam que, aos sábados, Nossa Senhora desce ao Purgatório para confortar e libertar muitas almas. São Pedro Damião revela que, na festa da Assunção, a Virgem liberta milhares de almas e as conduz ao Paraíso.
Certa vez, uma mulher falecida apareceu em sonho a uma amiga e revelou: “Sofri pelas faltas da minha juventude, mas hoje a Rainha do Céu veio e me libertou com muitas outras almas. Ela faz o mesmo todos os anos”. O que dizer diante de tamanha misericórdia? Como não confiar em Maria Santíssima e recorrer a Ela para socorrer os falecidos?
As indulgências e a Santa Missa: chaves de libertação
Padre Pio sempre ensinou que a maior caridade para com os falecidos é oferecer Missas em seu sufrágio. “O Sangue de Cristo é a chave para libertá-las”, afirmava.
Além disso, recomendava a prática das indulgências, que podem reduzir ou apagar completamente as penas temporais de uma alma.
Para obter uma indulgência plenária, é necessário:
- Confessar-se;
- Comungar;
- Rezar pelo Papa;
- Praticar a obra indulgenciada com plena disposição do coração.
Quantos se esquecem dessa prática e, por isso, deixam de socorrer as almas padecentes? O comodismo moderno leva a uma indiferença aterradora para com o destino dos falecidos.
No entanto, se soubéssemos os tormentos que enfrentam, não cessaríamos de rezar e oferecer sacrifícios por elas.
O que aprendemos com Padre Pio
O exemplo de Padre Pio deve nos ensinar duas lições fundamentais.
Primeiro, a gravidade do pecado. O Purgatório existe porque muitos morrem sem ter expiado suas faltas. Como podemos ser tão displicentes em relação à nossa própria salvação? A melhor forma de evitá-lo é viver em estado de graça, buscar a santidade e reparar os pecados ainda nesta vida.
A segunda lição é a caridade para com os falecidos. Eles não podem mais se ajudar, mas nós podemos libertá-los com nossas orações, Missas e penitências. Não permitamos que nossos entes queridos fiquem esquecidos no sofrimento do Purgatório.
Padre Pio já nos mostrou o caminho. Cabe a nós segui-lo e assumir nossa responsabilidade diante dessa realidade tão urgente.
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