Antes das aparições de Nossa Senhora em Fátima, um mensageiro do Céu veio preparar os pastorinhos para a grande missão que os aguardava.
No ano que precedeu as aparições de Nossa Senhora em Fátima, um mensageiro celeste, o Anjo de Portugal, foi enviado para preparar os três pastorinhos — Lúcia, Jacinta e Francisco — para a grandiosa revelação que estavam prestes a receber.
Assim, o Anjo de Portugal apareceu-lhes em três ocasiões um ano antes das aparições de 1917, instruindo-os sobre oração, sacrifício e reparação pelos pecados da humanidade.
Desde o início, a Providência quis deixar claro que Fátima não seria apenas mais um chamado à devoção, mas sim uma resposta direta do Céu à decadência do mundo moderno.
O que Nossa Senhora pediria mais tarde já estava sendo antecipado pelo Anjo: penitência, oração e amor profundo a Deus.
Diante da crescente apostasia, do abandono da fé e da negação das verdades eternas, a mensagem do Anjo ressoa com urgência e com uma atualidade impressionante.
Como pode o mundo esperar paz se rejeita a ordem divina e se recusa a atender aos pedidos do Céu?
Primeira Aparição: A Chamada à Oração e à Adoração
Era um dia tranquilo de 1916. As três crianças brincavam despreocupadas quando um vento forte sacudiu as árvores. Então, diante delas, surgiu uma figura resplandecente: um jovem de imensa beleza, irradiando uma luz mais branca que a neve.
Ele se apresentou:
— “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.”
Curvando-se ao chão, ensinou-lhes uma oração de profunda reverência e adoração:
— “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.”
Estas palavras, ensinadas pelo emissário do Céu, carregam um peso imenso.
Denunciam a impiedade crescente e antecipam a maré avassaladora de apostasia que se abateria sobre o mundo no século XX. E que continua em nossos dias.
Mas quem hoje se curva ao chão para rezar?
Quem se prostra diante de Deus com verdadeiro temor e tremor?
A humanidade tornou-se arrogante, entronizou-se a si mesma e rejeitou a humildade cristã. E assim, afunda cada vez mais no caos.
Segunda Aparição: A Hora do Sacrifício
No verão de 1916, o Anjo reaparece junto ao poço da casa de Lúcia e encontra as crianças distraídas.
— “Que fazeis? Orai! Orai muito!” — adverte ele.
Em seguida, o alerta solene:
— “Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e pela conversão dos pecadores.”
Os pastorinhos, com a inocência própria das almas abertas à graça, perguntam:
— “Como nos havemos de sacrificar?”
A resposta do Anjo resume a essência da vida de um católico:
— “De tudo o que puderdes, oferecei a Deus um sacrifício.”
Ora, em uma época em que o sofrimento é considerado um mal absoluto, quando tudo deve ser evitado para que vivamos apenas no conforto e no prazer, quem ainda dá ouvidos a esta mensagem?
Sacrifício? Esta palavra é quase proibida no vocabulário moderno. Mas a verdade permanece: sem cruz, não há redenção.
Terceira Aparição: O Sangue Redentor e o Grito de Alerta
Na terceira e última aparição aos três pastorinhos, o Anjo trouxe consigo um cálice e uma hóstia, dos quais caíam gotas de sangue. Prostrando-se ao chão, ensinou-lhes uma oração solene:
— “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.”
Em um ato de tremenda gravidade, ele ministra a Comunhão aos pastorinhos.
— “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.”
Eis o coração do drama que atravessamos hoje. O próprio Deus é rejeitado. Os tabernáculos esvaziam-se. O Santo Sacrifício da Missa é deturpado ou mesmo esquecido. A irreverência e a indiferença reinam.
E o que ocorre quando um povo esquece a Deus? A punição celeste. É o que será anunciado por Nossa Senhora em suas aparições.
As guerras, as crises morais, a decadência das instituições, a dissolução das famílias, a apostasia da Fé, tudo isso são consequências diretas de um mundo que rejeitou a mensagem de Fátima.
O Que Fazer?
O Anjo falou, e Nossa Senhora reforçou as advertências do Anjo de Portugal. Mas quem respondeu a esses chamados?
A solução é clara e será apresentada por Nossa Senhora:
— A oração diária do Rosário, a devoção ao Imaculado Coração de Maria, a penitência, o sacrifício e a reparação pela salvação das almas pecadoras.