Quando os templos sagrados desmoronam, o que dizer da alma do povo?

A recente tragédia em Salvador, com o desabamento do teto da histórica Igreja de São Francisco de Assis, evidenciou uma realidade alarmante: o Brasil está assistindo à decadência de suas igrejas, tanto em sua estrutura física quanto em seu papel espiritual.
O QUE HOUVE COM AS IGREJAS DO BRASIL?
Relatórios do IPHAN indicam que ao menos cem igrejas estão em estado precário ou pré-colapso, algumas sob risco iminente de desabamento. Minas Gerais, Pernambuco e Bahia lideram a lista de patrimônios religiosos em ruínas.
Mas a pergunta essencial é: por que tantas igrejas caem aos pedaços? A resposta vai além da falta de recursos.
O que vemos é um reflexo direto da erosão da fé católica no Brasil. Quando a fé era viva, os fiéis sustentavam com amor as igrejas, compreendendo que cada templo é uma morada de Deus.
Hoje, o que se vê é o abandono do sagrado, a perda do sentido do divino e o esvaziamento das igrejas, não apenas em sua estrutura, mas no coração do povo.
A RESPONSABILIDADE DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
A infiltração da Teologia da Libertação e do modernismo na Igreja desviou o foco do culto a Deus para um discurso puramente social e político.
As homilias que antes elevavam as almas passaram a ser meras palestras de assistencialismo. Com isso, os fiéis deixaram de enxergar a igreja como casa de Deus e passaram a vê-la como um espaço qualquer.
E quem se sacrifica por um prédio sem alma? Quem doa para sustentar um lugar onde a oração foi substituída por debates sociológicos? O resultado é que, sem um povo fervoroso e generoso, as igrejas ficam abandonadas, sem recursos e, por fim, ruem.
A DEGRADAÇÃO DO TEMPLO REFLETE A DEGRADAÇÃO DA FÉ
Os números do IPHAN são símbolos concretos dessa decadência: igrejas aos montes em ruínas, padres e paróquias sem condição de manter suas estruturas, comunidades desmotivadas.
Não se trata apenas de cal e madeira deteriorados. Trata-se de uma crise espiritual, de uma Igreja que se desvia de sua missão transcendental e colhe as consequências desse abandono.
Quando a fé esfria, os fiéis se afastam. Quando os fiéis se afastam, as igrejas ficam vazias. E igrejas vazias caem.
O QUE PODE SER FEITO?
Ainda há esperança? Sim, mas é necessário um retorno radical à Tradição, à fé vibrante e autêntica.
É preciso que os templos católicos voltem a ser lugares de adoração a Deus, e não apenas centros de debates sociais. A reforma verdadeira não virá de vistorias do IPHAN, mas de um renascimento espiritual, que faça os fiéis reencontrarem o zelo pelas coisas sagradas.
Padre Pio compreendia a importância do sagrado e jamais aceitaria ver uma igreja tratada como um simples prédio. Para ele, cada igreja era um reflexo do céu na Terra, um lugar de sacrifício e redenção. Cabe a nós recuperarmos esse sentido e restaurar não apenas as paredes das igrejas, mas a fé que sustenta nossa identidade católica.