Continuando a série Fátima Hoje, neste artigo trataremos da quarta das seis aparições da Virgem Maria em Fátima, marcada por uma tentativa frustrada de impedir os desígnios divinos.
Uma tentativa de silenciar a mensagem de Fátima
Desde a primeira aparição, a mensagem de Nossa Senhora já incomodava o mundo moderno.
Suas palavras pediam penitência, oração, reparação e conversão – tudo aquilo que a sociedade materialista e anticristã detesta.
No dia 13 de agosto de 1917, quando deveria ocorrer a quarta aparição, os três pastorinhos foram sequestrados pelo administrador de Ourém.
A intenção era arrancar-lhes o segredo à força e desacreditar as aparições perante o povo.
As crianças foram levadas à sede do poder local e ameaçadas de morte, interrogadas, pressionadas, mas mantiveram-se firmes e fiéis à Virgem Maria. O mundo tentava calá-los, mas a graça de Deus os sustentava.
Enquanto isso, na Cova da Iria, centenas de fiéis que aguardavam a aparição testemunharam sinais celestes: um trovão, um relâmpago, uma pequena nuvem branca pairando sobre a azinheira, e mudanças nas cores do ambiente.
Era Nossa Senhora que vinha, mas não encontrou os videntes.
Nossa Senhora aparece nos Valinhos: nada pode deter os planos de Deus
Dois dias depois, em 15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora, Ela apareceu novamente, mas em outro local: os Valinhos, uma propriedade da família de Lúcia, a poucos quilômetros da Cova da Iria.
Era fim de tarde quando um súbito resfriamento do ar e um brilho misterioso anunciaram a presença da Mãe de Deus.
Lúcia estava com Francisco e um primo. Mandaram chamar Jacinta, que chegou a tempo para testemunhar a gloriosa visita.
Mais uma vez, a Rainha do Céu falou com autoridade e clareza:
“Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13 e que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem.”
Mesmo com a perseguição das autoridades, Nossa Senhora reafirmava que seus planos se cumpririam. Nada nem ninguém impede a vontade de Deus. A mensagem de Fátima prosseguia com mais força ainda.
Um sinal da perseguição futura à Igreja
Esta aparição tem um valor simbólico imenso.
O sequestro dos pastorinhos foi uma figura profética da perseguição que a Igreja sofreria ao longo do século XX e que, até hoje, se intensifica.
O mundo moderno, embriagado pela soberba, não aceita verdades sobrenaturais.
Por isso, tentaram calar as vozes inocentes de três crianças. Mas o Céu respondeu com sua própria força.
Os regimes ateus e anticristãos que surgiriam logo depois – como o comunismo e o laicismo radical – procurariam eliminar a fé, perseguir os católicos, ridicularizar os dogmas e proibir a devoção mariana.
A quarta aparição mostra que mesmo diante da perseguição, a Igreja não pode ceder.
A fidelidade dos pastorinhos é um exemplo para todos os católicos perseguidos no mundo.
O destino do dinheiro e a construção da capela
Lúcia, sempre atenta aos pedidos do povo, perguntou o que fazer com o dinheiro deixado na Cova da Iria. Nossa Senhora respondeu com doçura e exatidão:
“Façam dois andores; um leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco, o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos.
“O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário, e o que sobrar é para a ajuda de uma capela que hão de mandar fazer.”
Assim, a Virgem já preparava a construção da Capelinha das Aparições, que mais tarde se tornaria o coração do Santuário de Fátima.
Ela também incentivava a devoção pública, através de procissões e homenagens dignas.
O apelo urgente à oração e ao sacrifício
Antes de partir, Nossa Senhora tomou um semblante mais triste e deixou uma advertência que atravessa os séculos:
“Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.”
Quantos ainda acreditam nessa verdade?
Quantos entendem a urgência da reparação? A salvação de uma alma pode depender das orações e sacrifícios de um justo. E muitos se perdem porque ninguém reza por eles.
Hoje, mais do que nunca, a humanidade precisa redescobrir o valor do sacrifício oferecido por amor a Deus.
Um sinal da presença de Nossa Senhora
Depois que a aparição terminou, os videntes cortaram ramos da azinheira onde a Virgem havia aparecido. Exalavam um perfume celestial, impossível de descrever. Era um sinal visível da presença sobrenatural que ali estivera.
O sobrenatural deixava marcas, não apenas no coração dos pastorinhos, mas também no mundo visível. Um toque de céu havia passado por aquele lugar.
O que nos ensina esta aparição?
A quarta aparição de Fátima ensina lições profundas e urgentes para os tempos modernos:
- A perseguição à fé é sinal da sua autenticidade. A Igreja verdadeira será sempre combatida.
- Os planos de Deus não podem ser frustrados. Podem ser adiados, mas jamais vencidos.
- O sacrifício e a oração são indispensáveis para salvar almas.
- Nossa Senhora continua esperando nossa resposta. Seu pedido para a recitação do Rosário e a penitência permanece atual.
Resposta ao chamado de Nossa Senhora
Nossa Senhora não apareceu apenas para os pastorinhos, mas para toda a humanidade. Sua mensagem é um chamado urgente à conversão, à oração e à reparação.
Você quer atender a esse chamado?
Reze o terço todos os dias. Faça sacrifícios pela conversão dos pecadores. E leve a mensagem de Fátima a todos os que ainda vivem na indiferença.