Entenda as regras da abstinência de carne e o sentido espiritual desta prática penitencial.

Praticada desde os tempos apostólicos, a abstinência de carne às sextas-feiras é um dos gestos penitenciais mais antigos do Cristianismo.
Mas você sabe exatamente o que pode ou não consumir nesses dias? E, mais importante, compreende o profundo significado por trás desse gesto?
Assim como Padre Pio oferecia seus sofrimentos pela salvação das almas, a abstinência é uma forma de unir nosso sacrifício ao de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos desvendar essa prática e descobrir como vivê-la conforme o que a Igreja nos ensina.
Por Que a Abstinência de Carne?
Apesar de muitas pessoas nunca terem ouvido falar dessa prática, ela existe desde os tempos apostólicos.
Para entender por que a Igreja nos orienta dessa forma, basta seguir o seguinte raciocínio: segundo a Tradição, cada dia da semana faz memória de um acontecimento da história da Redenção.
Por exemplo, quinta-feira é o dia dedicado à Eucaristia, sábado à Virgem Maria e domingo à Ressurreição…
Já a sexta-feira é, por excelência, dia de penitência, pois foi nesse dia que Jesus deu a vida por nós na Cruz.
Por isso, a Igreja pede que, em todas as sextas-feiras do ano (exceto nas solenidades), os católicos se abstenham de carnes de animais de sangue quente.
Isso inclui:
- Boi, porco, frango e outros mamíferos;
- Derivados como presunto, mortadela, salsicha e hambúrguer.
Ao deixar algo que lhe agrada, como a carne, você recorda o sacrifício de Jesus na Sexta-Feira Santa para nos salvar.
O Que Posso Comer, Então?
A boa notícia é que há diversas opções saborosas e nutritivas:
- Peixes e frutos-do-mar (sardinha, pescada, camarão, etc.)
- Ovos, leite e derivados (queijo, iogurte, coalhada).
A Igreja, ao definir sua disciplina penitencial, preferiu excluir do conceito “carne” tanto a de peixe quanto os frutos-do-mar.
Isso não por fazer distinção entre “carne vermelha” e “carne branca”, mas, ao contrário da carne de boi ou de porco, a de peixe é de digestão mais leve e causa menor sensação de saciedade.
Por isso, é um alimento mais adequado para aqueles dias em que, de modo especial, somos chamados a unir-nos às dores de Nosso Senhor.
Mais Que uma Regra, Um Ato de Amor
“Deus não olha tanto a grandeza das nossas obras, mas o amor com que as fazemos”, dizia Santa Teresinha.
A abstinência de carne nas sextas-feiras é exatamente isso: não um peso, mas uma oportunidade de mostrar ao Senhor que você O ama mais do que seus gostos pessoais.
Se um dia você esquecer e comer carne, não se angustie.
A CNBB permite que, nas sextas-feiras fora da Quaresma, você possa substituir a abstinência de carne por algum outro sacrifício:
“A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia”.
Na prática, isso significa que a penitência continua — apenas assume outra forma.
Que tal transformar essa prática em um momento especial? Faça abstinência de algo que realmente seja uma oferta para você.
E, se quiser dar um passo além, una-se aos Filhos Protegidos do Padre Pio e receba sua proteção e bênçãos em seu caminho de fé.
Assim, o que parecia uma simples regra se torna um ato de amor e penitência, que recorda, semana após semana, o sacrifício de Nosso Senhor na Cruz.





