Deus designou um guardião para cada país para ajudar as nações em suas necessidades.
Você certamente já ouviu falar que cada pessoa tem um Anjo da Guarda, um guardião celestial enviado por Deus para nos proteger e guiar ao longo da vida.
Mas sabia que essa proteção angelical se estende muito além dos indivíduos?
Segundo a rica tradição espiritual católica, cada nação, cada povo, também possui um Anjo Guardião, um protetor designado por Deus para velar por seu destino e necessidades coletivas.
É uma verdade pouco comentada, mas profundamente consoladora: Deus não abandona os povos à própria sorte.
Todo Povo tem um Guardião Celeste
Essa crença profunda tem suas raízes nas Sagradas Escrituras. No livro de Daniel, entende-se que São Miguel era o Príncipe celestial encarregado de proteger a nação de Israel (cf. Dn 10,13.21).
Além disso, no livro de Êxodo, Deus proclama: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei” (Ex 23,20).
Esta promessa, conforme entendido pela Tradição da Igreja, não era dirigida apenas a Moisés, mas a toda a nação em sua jornada pelo deserto.
Santo Tomás de Aquino, conhecido como o Doutor Angélico, ensina que não apenas os indivíduos, mas também as nações, as cidades e as instituições da Igreja são confiadas a um Anjo da Guarda.
Estes seres espirituais têm a missão de guardá-las e orientar seus destinos, sempre de acordo com os desígnios de Deus.
Foi assim que, em várias regiões do mundo, surgiram devoções e festas em honra ao Anjo Custódio da Pátria.
Cada povo, ao reconhecê-lo, expressa confiança no governo divino sobre sua história.
O Anjo da Guarda do Brasil
O Brasil celebra seu Anjo da Guarda no dia 7 de setembro, data simbolicamente unida à Independência e muito honrada durante o Império.
Embora seu nome não tenha sido oficialmente revelado em uma tradição antiga, uma forte devoção nacional o associa ao Arcanjo São Rafael.
Esta ligação foi fortalecida por gestos históricos, como a consagração do Brasil a São Rafael Arcanjo por alguns bispos.
Um episódio marcante ocorreu durante a Revolução de 1930: os combates, que duraram 21 dias sangrentos, cessaram justamente no dia 24 de outubro, data dedicada no calendário tradicional a São Rafael Arcanjo.
Para muitos fiéis, o cessar-fogo na data de sua festa foi um sinal claro de sua intercessão pela reconciliação do país.
Outro símbolo eloquente dessa proteção está na Basílica Velha de Aparecida, onde uma imagem do Arcanjo São Rafael se encontra aos pés de Nossa Senhora, Padroeira do Brasil, como se ambos velassem juntos pela nação.
Assim, o povo brasileiro aprendeu a ver em seu Anjo da Guarda não apenas um intercessor distante, mas um protetor atento às dores e às esperanças de sua terra.
Diante dessa certeza de que Deus não abandona os povos, faz sentido buscar também a proteção pessoal que Ele concede pelos santos. Muitos encontram isso ao tornarem-se Filhos Protegidos do Padre Pio. Clique aqui e saiba como fazer parte.
O Anjo da Guarda de Portugal
Portugal tem uma das mais antigas e arraigadas devoções a seu Anjo Custódio, sendo considerado o primeiro reino a seguir esta devoção de forma oficial.
Conhecido como Anjo da Paz ou Anjo da Guarda de Portugal, sua festa é celebrada no dia 10 de junho.
A pedido do rei Dom Manuel I, o Papa Júlio II instituiu oficialmente essa festa em 1504, reconhecendo um culto que já era antigo no país.
A atuação deste Anjo ganhou um significado profético no século XX.
Em 1916, um ano antes das aparições de Nossa Senhora em Fátima, o Anjo de Portugal apareceu três vezes aos pastorinhos, preparando seus corações para a Visita de Nossa Senhora e ensinando-lhes orações poderosas.
Este foi um claro sinal de que a proteção celestial sobre a nação estava intimamente ligada à grande mensagem de paz que o mundo receberia através de seu território.
Ao observar a história portuguesa, percebe-se uma coerência impressionante entre sua vocação espiritual e a ação delicada, mas firme, do seu Anjo Custódio.
O Anjo da Guarda da Espanha
Seguindo essa mesma tradição multissecular, a Espanha também venera seu protetor celestial, o Santo Ángel Custódio de España.
Sua festa foi oficializada pelo Papa Leão XII em 1822, a pedido do rei Fernando VII, e é celebrada no dia 1º de outubro.
Sua estátua está localizada na igreja de San José, em Madri e o brasão que a acompanha reúne os símbolos heráldicos dos antigos reinos de Castela, Leão, Navarra e Aragão.
É uma devoção que recorda a unidade espiritual de uma pátria formada por muitos reinos, mas guardada por um único protetor celeste.
Por que Invocar o Anjo de Nossa Pátria?
A crença nos Anjos da Guarda das Nações convida a uma profunda reflexão sobre o destino coletivo e a proteção divina que o cerca.
Nos lembra que as nações, como as pessoas, estão sob o olhar amoroso de Deus, que lhes providencia auxílio celestial.
Conhecer e honrar esses protetores, como fazem Brasil, Portugal e Espanha, é um ato de fé na presença de Deus na história dos povos.
É também um chamado à responsabilidade: se nossa nação tem um Anjo para guiá-la, cabe a nós, seus filhos, escutar os chamados à paz, à justiça e à união que, através dele, Deus sem dúvida nos endereça.
E talvez devamos nos perguntar: temos recorrido ao Anjo de nossa pátria como deveríamos?
Ao invocarmos o Anjo de nossa pátria, renovamos a esperança de que, sob sua guarda, possamos construir um futuro mais harmonioso e fiel ao propósito divino para nossa terra.
E, se sente que é hora de fortalecer a sua devoção aos Santos Anjos, considere unir-se aos Filhos Protegidos do Padre Pio, que sempre ensinou a recorrer a esses protetores celestes.
