O novo relatório da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre revela que em 62 países a liberdade religiosa de crer em Jesus Cristo está gravemente ameaçada.
E que 5,4 bilhões de pessoas vivem sob regimes ou contextos hostis à fé cristã.

Em 2025, em vastas regiões da Terra, crer em Jesus Cristo continua sendo um risco mortal.
É a contradição mais escandalosa do nosso tempo: as mesmas sociedades que proclamam os assim chamados “direitos humanos” permitem que a fé seja tratada como crime.
O direito de crer, de rezar e de viver segundo o Evangelho — reconhecido até pela Declaração Universal dos Direitos Humanos — é pisoteado todos os dias em dezenas de países.
O Relatório 2025 da ACS
O Rapporto sulla Libertà Religiosa nel Mondo 2025, publicado pela Fundação Aiuto alla Chiesa che Soffre (ACS) — fundação pontifícia que há mais de 70 anos apoia a Igreja perseguida erm todo o mundo — foi apresentado em Roma em 21 de outubro.
O estudo abrangeu os anos de 2023 e 2024 e examinou a situação da liberdade de professar a fé em todos os continentes.
O documento lança um alerta que nenhum católico pode ignorar: em dezenas de países, professar a fé tornou-se um ato de coragem. E, em muitos casos, uma sentença de morte.
- Em 62 países, a liberdade religiosa está gravemente ameaçada;
- Em 24, os cristãos sofrem perseguição direta e violenta;
- Em 38, enfrentam discriminação constante que torna impossível viver a fé com dignidade;
- No total, 5,4 bilhões de pessoas — quase dois terços da humanidade — vivem sob governos ou contextos hostis à fé.

Por trás desses números há rostos, lágrimas e cruzes concretas: aldeias queimadas, igrejas profanadas, sacerdotes desaparecidos, crianças impedidas de estudar por serem cristãs e comunidades inteiras forçadas à clandestinidade.
E sobre tudo isso paira o silêncio cúmplice das potências modernas — o silêncio de quem sabe, mas prefere não ver.
E diante desse silêncio, cabe a nós não calarmos.
Com sua doação, podemos continuar denunciando as perseguições e dando voz aos cristãos esquecidos. Clique aqui e ajude o apostolado da Regina Fidei.
Cada contribuição mantém vivo o testemunho dos que sofrem por amor a Cristo — e sustenta as obras que os socorrem material e espiritualmente.
A liberdade de fé ameaçada
A perseguição religiosa assume hoje duas faces: a cruenta, que mata e destrói; e a incruenta, que marginaliza e silencia.
O relatório identifica três grandes vetores da perseguição global: os regimes comunistas, o extremismo islâmico e o nacionalismo hindu.
China: o cristianismo sob controle de Estado
Na China comunista, o Partido impõe uma religião controlada, obediente e censurada.
Igrejas são demolidas, cruzes arrancadas, e fiéis são vigiados até dentro dos templos.
Os bispos católicos são nomeados pelo governo comunista; à Igreja não resta senão conceder um placet, transformando a religião em extensão do poder político.
Segundo a Open Doors International e o Rapporto ACS 2025, a China continua entre os piores países do planeta para a liberdade religiosa: fiéis clandestinos são presos e até crianças são proibidas de participar da catequese.
Nigéria e o Sahel: o genocídio esquecido
Na Nigéria, no Burkina Faso e em várias regiões do Sahel, o jihadismo islâmico avança com violência devastadora.
Milícias extremistas destroem igrejas, assassinam fiéis durante a Missa e sequestram sacerdotes.
O fogo da perseguição vem do norte, da região do Sahel, que se estende do Atlântico ao Mar Vermelho e se tornou o epicentro do extremismo islâmico na África.
É desse cinturão de violência, sem fronteiras nem lei, que grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda penetram na Nigéria, devastando aldeias e destruindo comunidades inteiras.
Dom Matthew Kukah, bispo de Sokoto, uma das dioceses mais afetadas, luta para socorrer os sobreviventes. Denunciou com coragem: “A África vive um genocídio silencioso contra os cristãos.”
O Rapporto ACS 2025 confirma que o Sahel se tornou o epicentro da perseguição cruenta, com aumento de 75% nos ataques em apenas dois anos.
Na República Democrática do Congo, em Moçambique e no Mali, o terror jihadista segue o mesmo padrão: aldeias arrasadas e populações cristãs em êxodo.
Missionários e religiosas, mesmo sob risco, permanecem, levando a Eucaristia e consolando os sobreviventes.
Síria: o altar ensanguentado
Na Síria, o sangue dos fiéis voltou a banhar o altar.
Em junho de 2025, durante a liturgia dominical em Damasco, uma explosão devastou um templo cristão, matando 22 pessoas e ferindo dezenas.
O atentado, reivindicado pelo Estado Islâmico, atingiu uma das comunidades mais antigas do Oriente, herdeira direta da fé dos primeiros discípulos.
Entre os escombros e o incêndio disperso, fiéis feridos ainda rezavam o Pai-Nosso. Um sinal claro de que, mesmo sobre as ruínas, a fé permanece de pé.
Índia e Paquistão: a fé sob leis persecutórias
Na Índia, sob o pretexto de “identidade nacional”, o governo permite e estimula leis anticonversão que são usadas para perseguir cristãos.
Missionários são falsamente acusados, igrejas domésticas invadidas, fiéis espancados durante orações.\
O Rapporto ACS 2025 registra que a Índia está entre os países com maior crescimento de hostilidade legal e social à fé católica.
Em estados como Chhattisgarh e Uttar Pradesh, rezar publicamente pode significar prisão.
No Paquistão, a lei da assim chamada “blasfêmia” continua sendo usada como instrumento de terror.
Em janeiro de 2025, a menina Saba Shafique, de apenas 12 anos, foi sequestrada por um vizinho muçulmano, forçada a se converter ao islamismo e a casar-se com ele.
Após dois meses de abusos e cativeiro, foi libertada graças à ação da HARDS Pakistan, organização jurídica que presta apoio a cristãos vítimas de sequestro e conversão forçada.
Casos como o de Saba repetem-se em todo o país: segundo o Center for Social Justice, mais de mil meninas de minorias religiosas são sequestradas por ano, muitas delas cristãs, abusadas e convertidas à força.
A ACS classifica o Paquistão entre os oito países mais perigosos do mundo para os cristãos.
Nicarágua: o regime que combate a fé
Na América Latina, o regime de Daniel Ortega transformou a Igreja em inimiga do Estado.
Bispos foram presos, congregações expulsas e propriedades católicas confiscadas.
A ACS considera a perseguição nicaraguense a mais grave da região — um alerta para todo o continente.
Europa e Estados Unidos: a perseguição incruenta
No Ocidente, a perseguição não mata. Ridiculariza.
Na França, em 2023, foram registrados quase mil ataques anticristãos; na Grécia, mais de 600 templos vandalizados.
Nos Estados Unidos, o Family Research Council documentou 415 atos de hostilidade contra igrejas em 2024, entre profanações, incêndios e ameaças.
A ACS adverte que o Ocidente desenvolveu uma forma sofisticada de perseguição: não usa prisões nem armas, mas o desprezo e o silêncio.
A fé é expulsa da vida pública, e o nome de Cristo, cada vez mais, tratado como incômodo.
Sangue e silêncio
Esses fatos não são estatísticas. São feridas abertas no Corpo Místico de Cristo.
A indiferença das potências modernas é uma das maiores vergonhas do nosso tempo. Enquanto milhões sofrem por professar a fé, os paladinos da tolerância calam.
Mas quando a fé é silenciada, toda civilização adoece. A ACS define esse fenômeno como “a erosão espiritual da liberdade”.
O dever dos fiéis
Não basta compadecer-se. É preciso reagir, com oração, denúncia e ação concreta.
Orar: pelas vítimas e pelos seus perseguidores, para que o sangue derramado produza frutos de conversão.
Denunciar: as violações, as manipulações ideológicas e o falso humanismo que pretende substituir Deus por ídolos de Estado.
Agir: apoiar as obras da Igreja, sustentar missionários, divulgar a verdade e formar consciências.
A sua doação permite que mais pessoas conheçam a verdade sobre a perseguição religiosa e que a Igreja que sofre não fique sozinha.
Clique aqui para doar e manter viva a voz da fé.
O Rapporto ACS 2025 não é um documento técnico: é um grito da Igreja que sofre.
Mostra que a Cristandade é provada de fora, pela espada dos inimigos da fé, e de dentro, pela tibieza dos fiéis.
Mas a Igreja não recua. Cada mártir é uma semente; cada profanação, um apelo à reparação; cada perseguição, uma promessa de vitória.
Que a Virgem Santíssima, Rainha do Mundo e Senhora da Vitória, nos conceda a coragem dos mártires e a fidelidade dos confessores.
Porque, mesmo sob o silêncio das nações, a Cruz permanece erguida. E Cristo reina.





