Sob fogo e sob processo: a perseguição aos cristãos hoje

Das aldeias africanas aos tribunais europeus.

A perseguição aos cristãos continua no século XXI sob duas formas principais.

A perseguição cruenta, quando há violência física, assassinatos, sequestros, destruição de igrejas e aldeias.

E a perseguição incruenta, que acontece sem sangue, mas sufoca a fé por meio de processos judiciais, leis ou pressões culturais.

Os últimos meses oferecem exemplos concretos e comprovados dessa realidade em várias partes do mundo.

Nigéria: violência contra aldeias cristãs

A Nigéria é o país mais populoso da África, com cerca de 230 milhões de habitantes.

No centro do país fica o Estado de Plateau, uma região de maioria cristã que faz fronteira com áreas de maioria muçulmana. Ali, as comunidades cristãs são alvo constante da violência dos pastores nômades muçulmanos da etnia fulani, que promovem ataques brutais com o objetivo de expulsar os cristãos e tomar posse de suas terras.

Na noite de 14 para 15 de setembro de 2025, milícias fulani invadiram vilarejos no Estado de Plateau, matando seis cristãos e deixando vários feridos. O número exato de feridos não foi divulgado, mas relatos falam em “vários atingidos durante a invasão das aldeias”.

Um mês antes, em agosto de 2025, outro ataque na mesma região, desta vez no distrito de Chakfem, deixou 15 cristãos mortos.

Os criminosos chegaram à noite, dispararam contra moradores, incendiaram casas e roubaram gado.

Esses massacres fazem parte de um padrão: comunidades inteiras são atacadas, destruídas e forçadas a fugir, enquanto os culpados raramente são punidos.

A Nigéria tornou-se, por isso, um dos epicentros da perseguição cruenta contra cristãos no mundo.

Índia: violência e leis anticonversão

A Índia é o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, dos quais cerca de 2% são cristãos.

Em alguns estados indianos, existem as chamadas leis anticonversão, ou seja, normas que proíbem ou restringem a mudança de religião.

Na prática, essas leis são usadas muitas vezes para intimidar cristãos, acusando-os de “converter à força” pessoas de outras religiões.

Em 16 de setembro de 2025, no estado de Chhattisgarh na região central da Índia, um encontro de cristão foi atacado com pedras, deixando fiéis feridos e resultando em prisões sob acusação de conversão ilegal.

Poucas semanas antes, outros cristãos já haviam sido presos e espancados sob custódia policial no mesmo estado.

Os bispos católicos indianos têm alertado para essa escalada, denunciando do que até mesmo simples reuniões de oração são tratadas como crime.

E é justamente para que fatos como esses não sejam esquecidos que o nosso apostolado precisa do seu apoio. Doe e ajude-nos a denunciar essas injustiças.

Paquistão: a espada da blasfêmia

O Paquistão, país de maioria muçulmana, tem uma das legislações mais duras do mundo em relação ao assim chamado crime de blasfêmia.

Isso significa que qualquer pessoa acusada de ofender Maomé, o Alcorão ou o Islã pode receber prisão perpétua ou até pena de morte.

Na prática, essa lei é usada de forma abusiva contra minorias religiosas, especialmente cristãos, que representam cerca de 1,3% da população.

Em setembro de 2025, um cristão em Lahore, segunda maior cidade do país, foi preso sob acusação de blasfêmia, mas conseguiu algo raríssimo: liberdade sob fiança no dia seguinte.

No entanto, casos como esse são exceção. Segundo a Human Rights Watch, as leis de blasfêmia são frequentemente usadas para vingança pessoal, extorsão e até apropriação de terras.

A lembrança do episódio de Jaranwala, na província de Punjab, em 2023, ainda pesa: dezenas de igrejas e casas cristãs foram queimadas após uma acusação de blasfêmia. E até hoje ninguém foi punido exemplarmente.”

China: perseguição estatal e “sinicização”

A China é governada pelo Partido Comunista desde 1949. Embora reconheça oficialmente apenas cinco religiões, todas estão submetidas ao controle do Estado.

No caso dos católicos, o governo exige que as igrejas estejam ligadas à Associação Patriótica Católica Chinesa, uma estrutura controlada por Pequim.

Quem não aceita se submeter passa a viver na clandestinidade, em comunidades chamadas de “subterrâneas”.

Em julho de 2025, o bispo Dom Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, foi preso por celebrar Missa sem autorização estatal. Ele já havia sido detido diversas vezes nos últimos anos.

O Relatório 2025 da USCIRF (Comissão dos EUA para Liberdade Religiosa Internacional, órgão independente e bipartidário) voltou a classificar a China como um dos piores países do mundo para a liberdade religiosa.

O documento descreve fechamento de igrejas não registradas, interferência direta do governo na escolha de bispos e padres e a chamada “sinicização”, isto é, a tentativa de moldar o cristianismo à ideologia comunista e à cultura oficial chinesa.

Com sua ajuda, podemos dar voz a esses católicos silenciados e revelar ao mundo a pressão brutal que sofrem. Faça uma doação agora!

Ocidente: perseguições incruentas

Nos países ocidentais, a perseguição não se manifesta em massacres, mas em pressões legais e culturais.

Na Espanha, o padre Custodio Ballester responde na justiça pelo assim chamado “crime de ódio” devido a críticas feitas em 2016 ao islamismo radical. Se condenado, pode pegar até três anos de prisão.

Na Finlândia, a deputada cristã Päivi Räsänen, já absolvidos duas vezes, enfrentará um novo julgamento na Suprema Corte no próximo dia 30 de outubro. Ela é acusada de “discurso de ódio” por ter divulgado trechos da Bíblia que condenam práticas homossexuais.

E os dados confirmam a tendência: em 2023, foram registrados 2.444 crimes de ódio anticristãos em 35 países da Europa, incluindo agressões, profanações e vandalismos contra igrejas.

Desinformação: um perigo adicional

Também é preciso separar fatos de boatos.

Recentemente circulou a notícia de que “muçulmanos incendiaram uma igreja no Alasca”. Checagens independentes mostraram que não há provas de autoria islâmica nem de motivação religiosa no incêndio.

Espalhar informações falsas só enfraquece as denúncias reais de perseguição.

A perseguição continua

De Plateau, no coração da Nigéria, até Pequim, Lahore, Madras ou Helsinque, a perseguição aos cristãos continua viva e múltipla.

É a bala que mata, é a lei que sufoca, é a cultura que ridiculariza.

Denunciar esses fatos com clareza, explicando cada contexto, é o primeiro passo para que o mundo não se cale diante do sofrimento de tantos irmãos na fé.

Mas não basta. Diante dessa realidade dolorosa, somos chamados não apenas a tomar consciência, mas também a nos unir em oração pelos cristãos perseguidos.

Que nossas preces fortaleçam sua fé e lhes dêem coragem nas provas.

E que cada um de nós se torne voz desses irmãos, fazendo conhecer ao mundo a verdade de sua situação, para que o silêncio não seja cúmplice da injustiça.

Seja parte dessa missão: doe agora e ajude-nos a ser o grito que ecoa em favor dos cristãos perseguidos.

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