Ele não apenas ensinou a trabalhar bem — ensinou a glorificar a Deus com cada esforço diário.

No calendário litúrgico, a Igreja celebra dois dias consagrados a São José. O primeiro, em 19 de março, celebra sua entrada triunfante no céu como o homem escolhido por Deus para guardar o maior dos Tesouros: a Santíssima Virgem e Jesus Nosso Senhor.
O segundo, em 1º de maio, é dedicado ao santo que, por sua profissão de carpinteiro, deu um exemplo sublime de como o trabalho manual pode ser elevado a uma dignidade incomparável. É nesse contexto que o trabalho, com todas as suas exigências e dificuldades, se transforma em um meio de santificação.
O que a Igreja ensina: o trabalho é castigo ou meio de santificação?
Desde a queda de Adão, o trabalho passou a ser visto como consequência do pecado original.
Deus havia criado o homem para viver em comunhão com Ele, mas o pecado trouxe o peso do esforço diário. Após a queda, Nosso Senhor disse a Adão: “Com o suor do teu rosto comerás o pão, até que voltes à terra de onde foste tirado.” (Gênesis 3,19)
O trabalho é, portanto, um castigo divino. É uma realidade imposta ao homem para que, por meio dele, participe da luta contra as consequências do pecado. No entanto, é também uma oportunidade, dada por Deus, para que o homem, por seu esforço e perseverança, busque a redenção e a santidade.
Dessa forma, São José, o artesão de Nazaré, exemplifica de maneira sublime como, mesmo em meio ao trabalho árduo, é possível buscar a santidade.
Ao sustentar a Sagrada Família com o suor do rosto, ele transformou seu trabalho em uma escola de virtudes. Trata-se de ver o trabalho como algo “santo”, como um meio de honrar a Deus com os próprios esforços.
É também o cumprimento do mandamento de viver de acordo com o que Deus designou para nós, mesmo em meio ao sofrimento.
Como encontrar santidade no trabalho diário?
O Papa Pio XII, ao instituir a festa de São José, em 1º de maio, não apenas procurou dar uma dimensão cristã ao Dia do trabalho, mas também trouxe à tona o exemplo de São José para os trabalhadores.
Ele sabia que, em um mundo em que o trabalho é instrumentalizado pelos comunistas, é preciso recordar aos fiéis o verdadeiro sentido de cada esforço diário: não como uma simples necessidade, mas como uma missão que, ao ser realizada com retidão, contribui para a santificação pessoal.
Afinal, em sua vida de trabalho, São José nos mostrou o trabalho cotidiano como um caminho de santidade.
Ao executar nossas funções diárias, devemos fazê-lo com pureza de intenção. E ao seu lado, na oficina de Nazaré, o próprio Verbo Encarnado aprendeu e compartilhou do labor humano.
Com isso, dignificou o trabalho e revelou-nos que, até nos gestos mais simples, podemos cooperar com a obra da salvação.
Não importa o tipo de trabalho que realizamos: o que importa é que o fazemos para a glória de Deus. São Paulo Apóstolo nos lembra que: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa.” (Colossenses 3,23-24)
Essa exortação reflete perfeitamente o exemplo de São José. Ele trabalhava para Deus, não para os homens. Sua vida é um convite para que cada um de nós busque santificar nossas atividades cotidianas, colocando Deus acima de tudo.
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Qual é a oração de São Pio X para santificar o trabalho?
São Pio X, consciente da necessidade de transformar o trabalho em um meio de santificação, compôs uma oração para que os fiéis pudessem, por meio dela, consagrar seus esforços diários. A oração, completa, diz:
Oração a São José para antes do trabalho
Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados;
De trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;
De trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus;
De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;
De trabalhar, sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus!
Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh! Patriarca São José!
Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém.
Esta oração é um pedido de ajuda para que possamos trabalhar com a intenção de reparar os nossos pecados. Também nos chama a buscar a excelência naquilo que fazemos e, assim, participar da redenção de nossas próprias vidas e da sociedade.
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Por que São José é considerado o padroeiro dos trabalhadores?
O pecado original trouxe consigo o peso do trabalho árduo.
No entanto, Deus não nos deixou sem consolo: deu-nos exemplos como o de São José para mostrar que cada esforço humano bem empregado pode nos apontar o céu, mesmo nas tarefas mais humildes.
Além disso, como carpinteiro, São José trabalhou com dignidade e fidelidade para garantir o sustento da Sagrada Família.
Com ele, Jesus aprendeu o valor e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho. O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho.
Pelo contrário, embora o trabalho tenha se tornado um castigo após a queda, Ele o assumiu para redimi-lo.
Por isso, através da figura de São José, o carpinteiro de Nazaré, aprendemos uma grande lição. É possível transformar esse castigo em um meio de glorificação de Deus, mesmo nas situações mais difíceis.
Aquilo que parecia um fardo, tornou-se, nas mãos de São José, uma oportunidade de oferecer a Deus o esforço diário e, assim, cooperar na redenção de nossos pecados e na purificação da nossa alma.
Como São José, que soube viver com paciência, dedicação e honestidade em seu ofício, devemos seguir o mesmo caminho. Somos chamados a levar cada esforço diário como um tributo à vontade divina.
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