Santa Francisca Romana: um exemplo de caridade e devoção
Santa Francisca Romana nasceu num período muito difícil de Roma no qual o país enfrentava uma grande luta partidária e viu-se dividido com o Grande Cisma do Ocidente no ano de 1384.
Filha de Paulo Bussa de Leoni e Jacovella de Broffedeschi, ambos descendentes da aristocracia romana, era uma família rica e muito religiosa.
Então, desde muito nova, foi ensinada com os preceitos católicos e pôde entender que sua vida seria destinada a Deus. Muito estudiosa das Sagradas Escrituras com intensa vontade de seguir a santidade, foi a partir dos 11 anos que ela iniciou sua vida para adorar a Deus.
No entanto, a vontade de seu pai na época, era que ela casasse com um rapaz rico para que seguisse o legado da família e quando soube que se casaria, adoeceu repentinamente.
Mas, aos 12 anos de idade, conheceu o jovem Lourenço Ponziani, jovem de nobre família, bom caráter e grande fortuna e veio a se casar com ele, por quem se apaixonou verdadeiramente.
Vida adulta
Francisca sempre foi uma mulher exemplar e dedicada ao seu marido com quem teve três filhos: João Batista, João Evangelista e Inês. Contudo, dois deles acabaram contraindo a doença da peste que assolava Roma na época e faleceram.
Por volta de 1412 e 1413 as aparições angelicais surgem e um de seus filhos junto de um anjo disse que, aquele anjo, a guiaria e protegeria para toda vida.
Como lutava nos combates, o marido de Francisca acabou gravemente ferido. E desde então, contando com o apoio de seu Anjo da Guarda, ela passa a cuidar dos doentes e dos necessitados.
Assim como São Pio de Pietrelcina, Francisca Romana também tinha o seu Anjo da Guarda como seu melhor amigo, a quem contou muito durante os 24 anos de sua vida.
A formação das Oblatas de Maria e a vida de santidade
Francisca reuniu-se às outras Damas da Sociedade e juntas formaram as Oblatas de Maria que posteriormente, viria a se transformar em Oblatas de Santa Francisca Romana, um pouco diferente para a época já que não tinham votos nem clausuras, com isso, não podiam ser chamadas de monjas.
Já em 1436 o marido de Francisca, com quem viveu uma harmoniosa união matrimonial de mais de 40 anos, veio a falecer. Ela torna-se então uma serva de Deus.
Após permanecer alguns anos no convento, voltou ao palácio dos Ponziani, já que seu filho estava muito doente. Então, no dia 09 de 1440 Francisca faleceu e passou para a vida eterna.
Francisca Romana não foi uma simples mulher religiosa, ela foi totalmente dedicada à sua família, a Deus e lutou bravamente contra todos os males que a assolavam da mesma forma que São Pio de Pietrelcina também sofreu com perseguições e humilhações.
Mas, a sua fé e confiança no Pai Maior fez com que ela fosse uma grande intercessora de graças e milagres e ambos sempre encontravam consolo e conforto em suas longas horas de oração e na Santa Eucaristia.
Santa Francisca Romana, como Padre Pio, teve em seu corpo, as impressões das chagas do Nosso Senhor e pôde sentir as dores de sua Santa Mãe.
Além disso, ela foi agraciada com dons místicos como o frade capuchinho, tais como as visões do Céu, Inferno e do Purgatório. O responsável por esses registros foi o seu confessor Giovanni Mattioti e dividiu-os em Tratados que se denominam: da Vida, dos Combates, do Purgatório e Visões Paradisíaca e Revelações que foram publicados após sua morte.
A Canonização
Por sua vez, muitos milagres foram atribuídos pelas mãos abençoadas e intercessoras dessa mulher pelas honras do Senhor.
Segundo a tradição, quando Francisca saía à noite, era guiada pelo seu Anjo da Guarda, mas este ia sempre à sua frente, iluminando a estrada como farol dianteiro dos automóveis.
Ela foi canonizada em 1608 pelo Papa Paulo V, qualificando-a como a mais romana de todas as santas. Já em 1925, Papa Pio XI a declarou Padroeira dos Motoristas.