Entre os monges da Idade Média, um costume piedoso percorria os caminhos da Europa pedindo orações pelos defuntos. Mas hoje, quem escuta esse clamor?

O costume que movia à oração pelos falecidos
Na França medieval, as distâncias pareciam intransponíveis e a morte era presença constante.
Entre as suas mais tocantes tradições, uma se destaca pela sua beleza e pela compaixão que a inspirava: o Rolo dos Mortos.
Um pergaminho onde eram inscritos os nomes dos monges falecidos naquele ano, enviado de mosteiro em mosteiro por um irmão leigo: o rotuliger.
Esse mensageiro da eternidade caminhava quilômetros a pé, rezando o De Profundis (Salmo 129) e pedindo orações pelos que haviam partido.
Batia às portas dos conventos e suplicava: “Rezai pelos mortos! Tende compaixão das almas do Purgatório!”.
E assim, de rolo em rolo, nasceu uma corrente de oração que unia monges, conventos e almas do Purgatório.
Dessa maneira, os monges encontraram uma forma tocante de manter viva a caridade cristã pelos que já haviam deixado esta vida.
O clamor das almas esquecidas
Passaram-se séculos, e aquele apelo santo ecoa ainda hoje: “Lembrai-vos dos mortos! Não esqueçais das Almas do Purgatório”.
Mas em nossa sociedade acelerada, a memória dos que partiram se apaga com a mesma pressa com que se lança a última pá de terra sobre o caixão.
Quantos de nós rezamos pelos nossos entes queridos falecidos?
Quantos lembram seus nomes nas Missas, pedem sufrágios, ou oferecem uma prece, um sacrifício, um Terço pelas suas almas?
O esquecimento é a nova forma de abandono.
E o Purgatório, o lugar onde esse abandono dói mais. Lá permanecem tantos que amamos, esperando uma prece, um sacrifício, uma lembrança.
“Quem se lembrará de nós quando partirmos?” É a pergunta silenciosa que essas almas parecem nos fazer.
Um questionamento que é, ao mesmo tempo, uma súplica que busca alcançar nossos corações, convidando-nos a não sermos indiferentes.
É por isso que nasceu a Liga de Resgate das Almas do Purgatório — um grupo que se compromete a rezar e oferecer sacrifícios por essas almas esquecidas.
Una-se agora mesmo e ajude a aliviar o sofrimento das almas que esperam pela luz eterna.
O Chamado que Padre Pio Também Ouvia
Mas esse chamado, que muitos pensam pertencer apenas ao passado, encontrou eco nos corações mais sensíveis à dor alheia: os santos.
Entre aqueles que mais se comoveram com o sofrimento das almas padecentes, São Pio de Pietrelcina foi um dos mais incansáveis.
Ele via, ouvia e intercedia pelas almas esquecidas, exortando constantemente aos seus filhos espirituais que deixassem o Purgatório vazio.
Como o “rotuliger” batia às portas dos mosteiros, Padre Pio queria bater às portas dos corações, convidando a oferecer uma oração pelos que esperam a luz eterna.
Um Convite para Nossos Dias
Num mundo que prefere ignorar a morte, o Rolo dos Mortos é mais que uma lembrança histórica.
Embora tenha desaparecido fisicamente, com o advento das novas tecnologias, o dever que ele representava continua vivo.
Recorda-nos que o amor verdadeiro não termina com o túmulo e que, enquanto houver uma alma a purificar-se, ainda somos exortados à compaixão e à caridade.
As almas esperam, e o Céu se alegra cada vez que um coração católico se lembra de suplicar por elas.
Enquanto houver uma alma esperando no Purgatório, o Céu aguardará que alguém — talvez você — responda com amor.
Hoje, você pode continuar o gesto dos antigos monges — não com um pergaminho, e sem precisar sair de casa.






Uma resposta
Santo Padre Pio interceda pela alma de meus pais, irmãos, parentes, amigos e pelas que não têm intercessores neste mundo. Amém 🙏