Quando o sofrimento parece injusto: por que Deus permite isso?

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Uma meditação forte para os dias de penitência da Quaresma.

Há dores que nos surpreendem como uma punhalada pelas costas. Mudanças inesperadas, humilhações, rebaixamentos, aridez espiritual… às vezes tudo isso acontece com quem parecia caminhar bem diante de Deus. 

Por quê? Estaríamos abandonados? Será um castigo? Ou existe algo mais profundo e misterioso por trás dessas prováveis injustiças que sofremos?

Essa pergunta perpassa a vida de muitos católicos sinceros. E não é raro ouvirmos relatos de almas dedicadas que, mesmo fiéis, enfrentam sofrimentos aparentemente imerecidos.

A oficina onde as almas são esculpidas com dor

A vida é como uma imensa oficina onde Deus, como Mestre artesão, trabalha em cada alma como quem lapida uma pedra bruta. 

E essa lapidação, muitas vezes dolorosa, tem como fim a purificação dos apegos escondidos: orgulho, vaidade, comodidade, ambições disfarçadas de virtude.

Quantos não esperam uma promoção, um reconhecimento justo, e recebem um rebaixamento desconcertante? 

Como um missionário preparado para grandes cargos que é transferido a um posto obscuro e quase esquecido. Aos olhos humanos, um rebaixamento. Aos olhos de Deus, uma oportunidade de ouro para esculpir a humildade mais profunda.

O brilho escondido da panela lavada

Uma religiosa que fundou uma obra de grande valor espiritual é repentinamente retirada de seu posto de liderança. É enviada para um convento onde a esperam tarefas simples, como lavar panelas

Aquilo que parecia uma injustiça era, na verdade, uma oferta divina para levá-la a um grau maior de santidade. Ela obedece, sofre em silêncio, oferece… e floresce novamente, anos depois, em uma nova missão.

Essas situações nos fazem lembrar o sofrimento de Padre Pio, censurado e afastado mesmo sendo inocente. Seu silêncio diante da calúnia e sua fidelidade inabalável foram pedras preciosas oferecidas a Deus, que transformou suas dores em instrumento de salvação para multidões.

Quando o céu se fecha e o coração seca

Uma das dores mais difíceis de suportar é a aridez espiritual. Aquela alma que antes rezava com fervor, que sentia a presença de Deus em cada palavra de oração, agora não sente nada. 

Tudo está seco, duro, frio. Rezar se torna um peso. Comungar parece um gesto vazio. E o demônio se aproveita disso para semear dúvidas cruéis: “Deus não te escuta mais… você está perdido…”

Mas é precisamente ali que a fé se prova autêntica. É no escuro que a chama da confiança mais brilha. É nesse deserto que a alma aprende a amar a Deus por Ele mesmo, e não pelos consolos.

No mundo, o sofrimento é sem sentido

O sofrimento, quando é oferecido a Deus, tem um valor incalculável. Mas o sofrimento no mundo, sem Cristo, é cruel, é árido, é desumano. Casais que se destroem por vaidade e orgulho. Famílias que se dilaceram em silêncio. Homens e mulheres que sorriem em público e choram na solidão. A dor ali não santifica. Apenas consome.

A dor oferecida por amor à Igreja é uma coroa

Há um sofrimento que se torna preciosíssimo: aquele que se aceita por amor à Igreja. Quantos não poderiam fugir de seus deveres, abandonar suas missões, calar-se diante do erro, simplesmente para viver uma vida mais tranquila? Mas não o fazem. 

Permanecem no matagal com espinhos, com as roupas rasgadas pelos espinhos, porque sabem que ali é o lugar do combate.

Esses são os que amam. Esses são os que imitam Nosso Senhor em sua Paixão. Esses são os que seguem os passos de Nossa Senhora ao pé da cruz.

Aceitar com heroísmo, não com resignação passiva

A resignação passiva não transforma. Mas a aceitação ativa, confiante, perseverante, torna-se um incenso que sobe ao Céu. Aquele que sofre sem abandonar sua missão, aquele que permanece fiel quando tudo parece desabar, esse é um verdadeiro herói.

Nesta Quaresma, aprendamos a reconhecer no sofrimento o toque do Divino Lapidador. E se doer, se cortar fundo, se parecer injusto… entreguemos. Pois ali pode estar a chave de nossa santificação.

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