Quando a fé se perde no labirinto das visões: por que é perigoso confiar mais nas aparições do que na Igreja

Entenda por que correr atrás de mensagens místicas sem a devida prudência pode colocar sua alma em risco, e o que a Igreja ensina sobre como discernir o que vem do Céu — ou do inimigo.

São Pedro de Verona desmascarando uma Falsa Aparição Mariana | Afresco na Basílica de Sant’Eustorgio, Milão

O fascínio que cega

Quantas vezes ouvimos falar de novas aparições, mensagens vindas do “céu”, visões misteriosas? Muitos, ao escutarem essas notícias, sentem um calor no coração, uma curiosidade quase incontrolável, como se ali estivesse a última e mais urgente revelação divina. 

Mas é preciso ter um cuidado tremendo: quando a emoção nos governa, a fé corre o risco de se transformar em superstição.

Na história da Igreja, até as verdadeiras aparições — como Fátima, Lourdes e Guadalupe — passaram por escrutínios severos. Não foram os milagres que lhes garantiram credibilidade, mas os frutos espirituais e a coerência com a doutrina

E mesmo assim, nenhuma delas é objeto de fé obrigatória. A Igreja, com sabedoria materna, sabe que muitos poderiam se perder se fossem forçados a crer em cada visão celestial.

A confusão do nosso tempo

Hoje em dia, multiplicam-se os lugares onde se afirmam aparições. Uns dizem que viram Nossa Senhora, outros falam com anjos, e há até quem profetize o fim do mundo para datas específicas

Diante disso, surgem verdadeiras seitas devotas dessas mensagens — muitas vezes em oposição direta à autoridade e ao ensinamento da Igreja. E o que nasce da desobediência, ainda que sob aparência de piedade, não pode ter origem no Céu.

Padre Pio, que sofreu duramente nas mãos da própria hierarquia eclesiástica, jamais se rebelou contra a Igreja. Pelo contrário, aceitava os castigos com humildade, silencioso, como vítima inocente. 

É por isso que tantos fiéis hoje se unem espiritualmente a ele, tornando-se Filhos Protegidos do Padre Pio — um compromisso de oração e fidelidade à Igreja, exatamente como ele viveu.

Por isso, Deus o exaltou. Sua obediência foi mais poderosa que seus estigmas. Se até ele esperou o reconhecimento e nunca agiu por conta própria, que dizer de nós, pobres leigos, que tantas vezes nos apressamos a crer antes que a Igreja fale?

O critério infalível

A Santa Igreja, guiada pelo Espírito Santo, estabeleceu critérios firmes para o discernimento das aparições. E esses critérios — publicados oficialmente desde 1978 pela Congregação para a Doutrina da Fé — não têm como foco os milagres ou fenômenos extraordinários, mas sim a fidelidade doutrinária, a obediência dos videntes, os frutos espirituais e a ausência de interesses ocultos.

Se uma visão divide, se o vidente se rebela, se há desejo de lucro ou de fama… tudo isso já levanta o sinal de alerta. 

E mesmo que haja milagres — lembremos: o demônio também pode imitá-los. O que ele não pode falsificar é a verdadeira obediência à Igreja, o amor puro a Deus, o silêncio humilde diante da provação.

Os perigos reais

A história do cemitério de Saint-Médard, em Paris, nos adverte com força. Após a morte de um diácono jansenista, surgiram convulsionários: pessoas que, supostamente curadas, acabaram presas em êxtases histéricos, gemidos, alucinações. 

Em pouco tempo, formou-se uma seita descontrolada. Foram necessárias medidas severas das autoridades para conter a histeria coletiva. Tudo começou com uma piedade sem direção, com a ilusão do sagrado sem a guarda da Igreja.

Situação parecida — embora com menos histeria, mas mais sedução — é vista hoje em certos círculos que seguem revelações não reconhecidas. 

Multiplicam-se vídeos, grupos, livros, todos com uma única certeza: “a Igreja está atrasada; nós, os iluminados, já sabemos o que está por vir”. Esse espírito de orgulho, de pressa e desobediência é, ele sim, um sinal certo de que algo está errado.

O exemplo que devemos seguir

Nossa Senhora de Fátima, reconhecida pela Igreja após cuidadosa investigação, nunca mandou seus videntes desobedecerem aos bispos. Nunca exigiu holofotes. Antes, pediu penitência, oração, rosário diário. Tudo aquilo que qualquer fiel já pode e deve viver, mesmo sem qualquer aparição.

Padre Pio dizia que o maior milagre era a Santa Missa. Se compreendêssemos isso com os olhos da alma, o mundo pararia para assistir à Eucaristia. 

E de fato, ali está o próprio Cristo, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Como se atrever a correr atrás de “sinais” se negligenciamos o próprio Senhor que se oferece em cada altar?

A fé que se mantém de joelhos

Não precisamos correr atrás de cada nova aparição. A verdadeira fé é aquela que, de joelhos, aguarda o que a Igreja ensina. É a fé que não se move pela emoção, mas pela fidelidade. Quem se deixa conduzir pela Igreja jamais se perderá, mesmo que o mundo grite em outra direção.

Como viver isso? Voltando ao essencial. Oração diária, sacramentos frequentes, obediência tranquila e confiante à Igreja. Quando algo novo surgir, espere. Observe. Reze. 

E sobretudo, ouça a voz da Igreja. Afinal, foi Nosso Senhor quem a instituiu, prometendo que as portas do inferno jamais prevaleceriam contra ela.

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