Qual é a forma correta de fazer o sinal da cruz?

Você Faz o Sinal da Cruz Corretamente? Entenda a Profundidade por Trás deste Gesto.

Uma das primeiras coisas que aprendemos da fé católica, transmitida pelos nossos pais, é o Sinal da Cruz. 

Ele é uma das mais belas marcas de nossa religião; é o ato que inicia e termina nossas orações particulares ou coletivas. É um sinal que “nos volta para Deus”.

Cada pessoa tem uma forma de fazê-lo. Mas essa é a atitude certa? Afinal, qual a forma correta de fazer o Sinal da Cruz?

O Sinal da Cruz foi Ensinado pelos Apóstolos

Há grande probabilidade do sinal da cruz ser de origem apostólica.

Os primeiros registros da prática do sinal da cruz estão no escrito De corona militis de Tertuliano, que afirma:

“Em cada caminhada e movimento, em cada entrada e saída, no vestir, no calçar, no banho, no estar à mesa, no acender as luzes, no deitar, no sentar, no lidar com qualquer ocupação, marcamos a testa com o sinal da cruz” (3,4. PL 2, 80A).

Percebemos assim que, desde os primeiros séculos, este não era um gesto apenas ritual, mas que santificava a vida cotidiana do cristão. 

Tertuliano apresenta algo que já era costume na Igreja, por volta do início do século III.

Esta prática encontra um precedente antigo na ordem divina registrada no Livro de Ezequiel, que dizia:

“Passa no meio da cidade, no meio de Jerusalém e marca com um Tau (sinal da cruz) na testa dos homens que gemem por tantas abominações que nela praticam” (Ez 9,4).

Portanto, com sólido fundamento bíblico, o gesto não demorou para ser reconhecido pela Igreja como o sinal da cruz de Cristo.

A Simbologia do Sinal da Cruz

Nos séculos seguintes, o Sinal da Cruz assumiu uma conotação marcadamente militante.

Isso ocorreu especialmente após o Concílio de Calcedônia (451), que condenou a heresia monofisista (que negava que Jesus era Deus e Homem ao mesmo tempo).

Para afirmar claramente as duas naturezas de Jesus (divina e humana), os fiéis passaram a traçar o sinal utilizando dois dedos.

Posteriormente, a simbologia do gesto aprofundou-se. Com a intenção de representar também a Santíssima Trindade, os cristãos passaram a fazê-lo com três dedos estendidos e unidos (para representar a unidade da Trindade) e dois recolhidos (mantendo a lembrança das duas naturezas de Cristo).

Dessa forma, carregado de significado teológico, o sinal da cruz consolidou-se e estendeu-se por toda a Idade Média.

O Papa Inocêncio III (1198-1216) escreveu sobre o assunto e explicou como o sinal da cruz deveria ser feito pelos católicos:

“O sinal da cruz deve então ser feito com três dedos, pois ele assinala a invocação da Trindade; a respeito da qual disse o profeta: ‘quem pendurou com três dedos a massa da terra?’ (Isaías 40,12).

É assim que se desce do alto para baixo, e da direita se passa à esquerda, pois Cristo desceu do céu à terra e dos Judeus passou para os gentios.

Alguns [sacerdotes], porém, fazem o sinal da cruz da esquerda para a direita, pois devemos passar da miséria para a glória, assim como Cristo passou da morte para a vida e do inferno para o paraíso, para que eles assinalem a si mesmos e os outros uma só direção”.

A maneira correta de fazer o Sinal da Cruz

Dessa rica tradição histórica e simbólica, consolidou-se a forma como fazemos o sinal da cruz hoje.

Assim, a forma correta de se fazer o Sinal da Cruz é marcar em nosso corpo as quatro pontas que formam a cruz, em sua dimensão vertical e horizontal.

Para isso, leva-se a mão direita sucessivamente:

  1. À testa (pois foi ali que, no Batismo, recebemos pela primeira vez o sinal de Cristo);

  2. Ao peito (ou ventre);

  3. Ao ombro esquerdo;

  4. Ao ombro direito.

Atualmente a legislação canônica relativa ao Sinal da Cruz está contida no Cerimonial dos Bispos, que diz:

“Ao benzer-se, volta para si a palma da mão direita com todos os dedos juntos e estendidos, faz o sinal da cruz da fronte ao peito; do ombro esquerdo ao direito”.

A simbologia nesta forma de fazer o Sinal da Cruz está na representação das chagas de Cristo. 

Como afirmou o Papa Inocêncio III:

“Os cinco dedos estendidos representam as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que são o sinal da cruz. Cristo, com a sua cruz, tira toda a condenação do homem (por isso, da esquerda para a direita).”

E pensando nas cinco chagas, como não lembrar de São Pio de Pietrelcina, que carregou essas chagas em seu corpo durante 50 anos e sempre cuidou com zelo de seus filhos espirituais.

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Como terminar o Sinal da Cruz?

Sobre a maneira que se deve finalizar o sinal da cruz, o correto é fazê-lo com as mãos juntas ou postas (quando se diz “amém”).

No momento do “amém”, não deve ser dado o beijo na mão, pois o próprio “amém” já confirma o que se acabou de fazer.

O sinal da cruz, além de uma maneira de professar a fé cristã, é também um sacramental, pelo qual a Igreja nos concede, se feito com piedade, indulgência parcial:

“Concede-se indulgência parcial ao fiel que faça devotamente o sinal da cruz, proferindo as palavras costumeiras: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” (Manual das Indulgências, n. 55).

Não se trata de “crendice” nem de superstição, mas de uma expressão visível da nossa fé e da esperança que temos de receber um dia, pelos méritos de Jesus Cristo, a glória da eterna bem-aventurança.

Assim, esse simples gesto aprendido na infância revela-se, afinal, um resumo profundo de nossa fé, da história da Igreja e da nossa esperança.

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