Purgatório: uma dor que aprisiona ou um amor que liberta?

O perigo da tristeza estéril diante da morte e o chamado à verdadeira caridade cristã.

Quantos choram descontroladamente seus mortos, mas não rezam por eles? 

A Doutrina Católica reconhece que a dor da perda de um ente querido é natural e legítima, pois a morte faz parte da condição humana e provoca sofrimento. 

Nosso Senhor Jesus Cristo chorou pela morte de Lázaro (Jo 11,35), e a Igreja ensina que o luto pode ser um momento de reflexão, oração e esperança na ressurreição.

No entanto, a Igreja também adverte contra uma tristeza excessiva ou desesperada, que pode levar à falta de confiança na misericórdia de Deus. São Paulo nos exorta a não nos entristecermos como aqueles que não têm esperança (1Ts 4,13), pois os que morreram em Cristo estão nas mãos do Senhor.

A Igreja ensina também que os vivos têm o dever de ajudar as almas dos falecidos por meio da oração, da Santa Missa, da obtenção de indulgências e da prática de boas obras em sufrágio dos mortos.

O perigo está em uma tristeza estéril, que se limita ao sentimentalismo e não se transforma em caridade eficaz. As lágrimas, se acompanhadas de orações, sacrifícios e Missas, tornam-se um bálsamo para as almas do Purgatório; mas se forem apenas expressão de desespero, podem ser uma forma de egoísmo disfarçado de amor.

A história que nos adverte

Tomás de Cantimpré nos narra um caso impressionante ocorrido em sua própria família. Sua avó, devastada pela perda de um filho, chorava sem cessar. A tristeza tomou conta dela de tal forma que se esqueceu do mais essencial: rezar pela alma do falecido. Dia e noite, lamentava-se, alimentando uma dor que não cessava, mas sem lembrar-se do socorro espiritual que poderia oferecer.

Foi então que, pela misericórdia divina, lhe foi concedida uma visão: um cortejo de almas alegres marchava rumo ao Paraíso. No entanto, seu filho não estava entre eles. 

Muito atrás, vinha ele, triste, cansado, coberto de roupas encharcadas. Ao ver aquela cena, a mãe desesperou-se e clamou: “Meu filho! Por que não estás entre os primeiros?”

A resposta veio como um golpe cortante: 

  • “Ó minha mãe, são tuas lágrimas que me atrasam! Elas me pesam como um fardo e me impedem de entrar na glória. Se me amas, alivia meus sofrimentos: reza por mim, faz esmolas, pede a Santa Missa. Assim me libertarás dessa prisão de dores e me darás a verdadeira vida eterna!”

A visão desapareceu. O impacto foi imediato: aquela mãe, tomada por novo fervor, abandonou a tristeza estéril e, enfim, fez o que realmente poderia ajudar seu filho. 

Rezou, ofereceu sacrifícios, mandou celebrar Missas. E assim, pela fé e pelas boas obras, trouxe-lhe o alívio que sua dor jamais poderia conceder.

O erro das lágrimas sem oração

Esta história nos faz refletir sobre um problema gravíssimo dos tempos modernos: a falta de fé na vida após a morte e a indiferença para com as almas do Purgatório. Quantos choram descontroladamente seus mortos, mas não rezam por eles? 

Quantos organizam pomposas homenagens, mas esquecem a Santa Missa, as indulgências e as esmolas? Esta é a grande tragédia de uma sociedade que perdeu a visão sobrenatural da existência!

Santo Padre Pio de Pietrelcina compreendia profundamente essa verdade. Quantas noites ele passou em oração e sacrifício pelas almas do Purgatório! Quantas vezes encorajou seus filhos espirituais a rezarem incessantemente por aqueles que partiram! Sabia ele que o verdadeiro amor se manifesta no desejo de que os falecidos alcancem a glória, e não apenas em lembranças e saudades vãs.

Diante dessa realidade, precisamos nos perguntar: estamos verdadeiramente ajudando aqueles que amamos e partiram? Nossas lágrimas são acompanhadas de orações? Nossa saudade nos impulsiona à Santa Missa, ao Rosário, às indulgências?

Aqui está o que cada cristão deve fazer:

  • Mandar celebrar Missas pelas almas do Purgatório, pois o Santo Sacrifício é o maior tesouro que podemos oferecer.
  • Rezar diariamente pelo descanso eterno dos falecidos, especialmente o Santo Rosário.
  • Praticar a caridade, oferecendo doações, esmolas e sacrifícios em favor dessas almas.
  • Obter indulgências e aplicá-las pelos mortos, cumprindo as condições estipuladas pela Igreja.

Como viver o Luto Católico

Ao nos depararmos com o luto, temos dois caminhos: ou nos deixamos consumir por uma tristeza inútil, ou transformamos nossa dor em verdadeiro amor cristão, oferecendo o que realmente pode ajudar nossos entes queridos. A escolha é nossa.

Que o exemplo de Padre Pio e a advertência dessa história nos despertem para a importância de interceder pelas almas do Purgatório. Façamos nossa parte, e um dia, pela graça de Deus, estaremos todos reunidos na eterna felicidade celeste.

***

A vida terrena é breve e a morte inevitável, muitos, porém, estão sofrendo no Purgatório. Ajudemos aqueles que amamos a serem aliviados de suas dores.

Se você deseja ajudar a libertar estas almas, clique aqui e acenda uma vela pelas Almas do Purgatório.

Respostas de 4

  1. Ofereço a santa missa pelas almas dos falecidos da minha família santana e souza paternos maternos meu pai José Martins santana e e minha mãe jurdemira maria santana ofereço por todas as almas do purgatorio por todos os doentes e agonizante do mundo inteiro

  2. Pela cura do câncer no fígado e nos pulmões de meu esposo Alberto Leite de Lira. Pela cura da ansiedade e depressão do meu filho Alberto Filho e pela cura da minha falta de ânimo e fé pouca.Pela saúde de minha mãe Miriam e meu filho Renato.

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