As visões de Jacinta anunciam castigos, fome e perseguições. Elas revelam um mundo que já se afastava de Deus. E reforçam a urgência do apelo de Nossa Senhora em Fátima por conversão e penitência.
“Na guerra que há de vir… Vai morrer tanta gente!”
Jacinta Marto, a pequena vidente de Fátima, teve revelações e visões impressionantes mesmo após as aparições de Nossa Senhora.
Percebe-se nos relatos dessas revelações um conteúdo profético e dramático, cujas consequências ainda não foram plenamente compreendidas.
O Papa sozinho e atacado por uma multidão
Em uma dessas visões, Jacinta estava junto ao poço da casa dos pais de Lúcia quando perguntou repentinamente:
— “Não viste o Santo Padre?”
— “Não”, respondeu Lúcia.
— “Não sei como foi… Eu vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma mesa, com o rosto entre as mãos, chorando. Do lado de fora, havia muita gente.
“Uns atiravam-lhe pedras, outros o amaldiçoavam e diziam palavras horríveis. Coitadinho do Santo Padre! Temos que rezar muito por ele!”
A imagem é comovente: o Vigário de Cristo, cercado de hostilidade, sofrendo em silêncio. Como explicar tal cena? E por que Nossa Senhora permitiria que uma criança visse tamanho sofrimento?
A resposta está na própria pedagogia divina: para conduzir a humanidade de volta ao bem, Deus permite que sua Igreja seja provada.
Fome, choro e o Papa diante do Imaculado Coração
Ainda junto ao poço, Lúcia notou que Jacinta se pôs subitamente a rezar a oração que o Anjo lhes ensinara. Após um longo silêncio, Jacinta disse à prima:
— “Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente chorando de fome, sem ter o que comer? E o Santo Padre, numa igreja, rezando diante do Imaculado Coração de Maria? E tanta gente rezando com ele?”
Lúcia, vendo Jacinta muito pensativa, perguntou o que se passava. A resposta foi ainda mais impressionante:
— “Na guerra que há de vir… Vai morrer tanta gente! E quase todos irão para o inferno. Muitas casas serão destruídas, e muitos padres, mortos. Olha, eu vou para o Céu. E tu, quando vires à noite aquela luz que a Senhora disse que viria antes, foge para lá também.”
O que poderia parecer apenas um pensamento infantil revela-se, na verdade, uma visão extremamente lúcida dos acontecimentos futuros.
A guerra, a fome, a destruição, a perda das almas — tudo isso já estava anunciado. E, infelizmente, muito já se cumpriu.
O sentido dessas visões: sofrimento e conversão
A lógica espiritual por trás dessas visões é clara: onde há pecado, haverá sofrimento. Mas onde há oração e confiança, estará sempre presente a salvação.
Essas palavras de Jacinta não são invenções fantasiosas.
Foram confirmadas pela história: a Segunda Guerra Mundial, o avanço do comunismo, a perseguição aos sacerdotes, a destruição de igrejas.
E hoje? O que se desenha no horizonte?
Jacinta ainda menciona um sinal concreto: a luz no céu anunciada por Nossa Senhora — que muitos identificaram como a aurora boreal de 1938 — pouco antes da Segunda Guerra Mundial.
E os sinais que vemos hoje, não estariam também nos alertando?
Nada disso era inevitável. A visão de Jacinta sobre o Papa perseguido vem acompanhada de um apelo urgente: “Temos que rezar muito pelo Santo Padre!”
O Rosário é apresentado como arma espiritual eficaz. Não se trata de um consolo vazio, mas de um dever. A sorte do mundo e da Igreja depende, em grande parte, da resposta de todos nós.
Hoje, a Igreja é ridicularizada, escandalizada e ferida internamente. Os pastores fiéis são perseguidos. E o Papa, com todas as suas limitações humanas, continua sendo o sucessor de Pedro. Ele precisa das nossas orações.
O que podemos fazer?
Diante dessas advertências, resta-nos perguntar: o que Deus espera de nós?
A resposta já foi dada por Nossa Senhora em Fátima: oração, penitência e consagração ao seu Imaculado Coração.
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