Enquanto a França virou as costas, Portugal escolheu escutar. Ouviu, compreendeu e atendeu ao apelo do Sagrado Coração de Jesus.

Lisboa em chamas: o castigo que sacudiu um reino
Era 1º de novembro de 1755, um sábado, festa de Todos os Santos.
As igrejas estavam lotadas, os altares cobertos de flores, o murmúrio das preces preenchia as naves.
Então, num instante que pareceu eterno, o chão tremeu. Primeiro como um sussurro. Depois, como um rugido. As paredes se abriram, as torres ruíram, o fogo se espalhou, e ondas gigantes engoliram o cais.
A cidade inteira parecia um cenário do fim do mundo. Entre os escombros, os gritos se misturavam aos choros.
O próprio Paço da Ribeira, centro do poder da monarquia lusitana, foi tragado pelas águas revoltas do Atlântico.
Durante duas horas e meia, a terra não deu trégua. Ondas furiosas varreram Lisboa, lançando o povo ao terror. O medo, o horror e o desespero tomaram conta até mesmo do rei Dom José I.
Muitos viram ali apenas um desastre natural. Mas o jesuíta Padre Gabriel Malagrida (1689-1761), missionário em Portugal, ergueu-se para interpretar o drama: seria um castigo divino.
Portugal, entregue à soberba, aos vícios e, sobretudo, às infidelidades do seu rei, estava sendo chamado à conversão.
O anúncio de um reinado de amor
Enquanto Lisboa ainda enterrava seus mortos e contava suas perdas, uma semente de esperança brotava no silêncio de um convento.
A Madre Teresa de Melo, carmelita, superiora do Convento da Estrela, falava de um tempo novo, um “Reinado de Amor”, em que Portugal seria entregue ao Sagrado Coração de Jesus.
Suas palavras, recolhidas com discrição entre as grades da clausura, pareciam aguardar a alma disposta a fazê-las florescer.
E essa alma apareceu: a princesa Maria Francisca de Bragança, futura Dona Maria I, que anos depois subiria ao trono português.
Que soube, também, de outro segredo guardado pela história: um século antes, o Sagrado Coração havia pedido ao rei Luís XIV da França a consagração de sua nação, mas o soberano recusou atender.
Determinada a não repetir a mesma negligência, o coração da futura rainha acendeu-se de zelo. Maria quis ser aquela que diria “sim” ao Coração de Jesus.
A soberana que disse “sim” ao Sagrado Coração
Dona Maria I cresceu envolta em fé ardente e partilhava das advertências do Padre Malagrida: era urgente reconduzir Portugal ao bom caminho.
No dia 24 de fevereiro de 1777, subiu ao trono e não tardou a agir. Para ela, era chegada a hora de responder aos apelos celestiais.
Ainda naquele mesmo ano, obteve aprovação para a celebração da Missa e do Ofício do Sagrado Coração em todo o reino.
No ano seguinte, a festa do Sagrado Coração de Jesus foi elevada a dia santo de guarda, precedido por um dia de jejum.
Dois anos depois, iniciou a construção de um templo monumental, promessa e voto de fé: a Basílica da Estrela, primeira igreja do mundo dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.
Na cerimônia de consagração, diante da corte, do exército e do povo reunido, a Rainha Dona Maria colocou oficialmente Portugal e todos os seus domínios, inclusive o Brasil, sob a proteção do Sagrado Coração de Jesus.
Dona Maria I atendeu, assim, ao pedido do Sagrado Coração, ao contrário do rei da França, Luís XIV, que em 1689 havia recebido de Jesus a ordem de consagrar a nação francesa, mas a ignorou.
Enquanto a França, mais tarde, seria tomada pela Revolução, destruindo tronos e altares e erguendo guilhotinas, Portugal entregava seu futuro às mãos do Divino Coração.
Hoje, ao tornar-se um Guardião do Sagrado Coração, você faz ecoar essa mesma entrega em sua própria casa.
Ligue 0800 006 1223 (Brasil) ou 707 502 677 (Portugal).
Uma nação guardada pelo Coração de Jesus
O Sagrado Coração não deixou de cumprir a promessa feita outrora.
A Luís XIV, Ele dissera que protegeria seus amigos contra inimigos visíveis e invisíveis, asseguraria sua salvação e faria deles defensores fiéis dessa devoção.
De fato, Dona Maria I não caiu nas mãos de seus inimigos, mas não se salvou de ser difamada e apelidada como “A Louca”, quando mais tarde apresentou problemas de saúde.
Portugal não foi dominado pelas tropas de Napoleão, que levaram guerra e destruição à Europa.
E também foi poupado dos horrores da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, como uma ilha de paz em meio à tempestade.
E mais: muitos creem que essa consagração foi o que preparou Portugal para receber uma das maiores graças da história.
Em 1917, Nossa Senhora escolheu precisamente este país para aparecer e revelar ao mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria, em Fátima.
A herança viva da Consagração de Portugal
Da tragédia do terremoto ao esplendor da Basílica da Estrela, Portugal percorreu um caminho que uniu dor, profecia e fé.
A consagração feita por Dona Maria I permanece como sinal: um povo que se coloca sob o Coração de Jesus encontra abrigo, mesmo em meio às tempestades da história.
Portugal não apenas sobreviveu, tornou-se farol de esperança, terra escolhida, guardada pelo Coração que nunca abandona os Seus.
Você também pode ser parte dessa história. Torne-se Guardião do Sagrado Coração e ajude a espalhar essa devoção que preserva e protege.
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