O que a cena de Belém ainda tem a nos dizer em um mundo tão distante de Deus?

Montar um presépio em casa já é tradição entre as famílias católicas, não é?
Você talvez se lembre. Na casa dos avós, a mesa da sala ficava livre algumas semanas antes do Natal.
Saía a toalha de crochê e vinha um tapete de musgo seco. Estávamos começando a montar o presépio. A gente ajudava, com cuidado, a tirar as figuras do papel enrolado.
Cada uma delas tinha seu lugar: o Menino Jesus, Nossa Senhora, São José, os pastores.
Naquela cena montada com carinho, a fé que a gente vivia na missa e rezava nos mistérios gozosos do terço se materializava.
Mas por que será que o presépio nos comove tanto? Por que é quase impossível passar por um e não parar, nem que seja por um instante, para contemplá-lo?
A Manjedoura com o Menino Jesus: A Primeira Lição
A resposta começa no ponto central: a manjedoura. Ali está o primeiro e mais desconcertante ensinamento.
O Deus Menino, envolto em panos, não está num berço de ouro, mas numa manjedoura.
Ele é o criador do céu e da terra, mas escolheu nascer sem conforto ou honras, sem qualquer coisa que denunciasse sua grandeza.
A manjedoura nos recorda, de uma forma que palavras não conseguem, de que as verdadeiras riquezas não estão neste mundo, mas onde a traça não corrói, nem o ladrão rouba.
Nossa Senhora e São José: Fé Vivida no Cotidiano
Olhando para os lados vemos Nossa Senhora e São José ajoelhados, em adoração.
Eles não são apenas os pais, os responsáveis pelo Deus Menino, mas os seus primeiros discípulos.
Para Nossa Senhora, tudo ali era ensinamento; por isso, Ela “guardava todas as coisas e as meditava no coração” (Lc 2,19).
Sua atitude diante do Deus Menino nos convida a fazer do nosso cotidiano (com seus afazeres, cansaços e alegrias) como eles: adorar a Deus, presente em cada circunstância alegre ou triste.
E lembrar que a santidade deles nasceu justamente da fidelidade em cada detalhe da vida, mesmo nos momentos em que nada parecia extraordinário.
É justamente esse desejo de viver a fé no cotidiano, com a mesma fidelidade silenciosa da Sagrada Família, que leva tantos fiéis a unirem-se aos Filhos Protegidos do Padre Pio.
Os Pastores: Os Primeiros a Crer
Depois de Maria e José, os pastores foram os primeiros a saberem do nascimento do Salvador.
Os primeiros a chegar na Gruta foram homens simples, anônimos, concentrados na rotina do seu trabalho noturno.
Foram eles, antes dos sábios e dos poderosos, que receberam o anúncio: “Hoje nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2, 11).
A presença dos pastores lembra que as pessoas mais simples, frequentemente, são as que percebem Deus nos acontecimentos e mantém viva a fé.
O Presépio Continua a Nos Dizer Algo Essencial
Num tempo de consumismo e agendas cheias, o presépio fala diretamente ao coração porque encarna a verdade mais profunda do Natal: não está distante, mas aqui conosco.
O presépio não perde a sua força porque anuncia, sem usar palavras ou grandes discursos, a mais importante notícia que o mundo já ouviu:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16)
Portanto, este ano, ao montar seu presépio, não o trate como uma decoração a mais. Faça desse momento um convite para se aproximar e adorar.
E para quem deseja prolongar essa adoração ao longo de todo o ano, mantendo viva a graça que o presépio desperta, inscreva-se no grupo Filhos Protegidos do Padre Pio.
Ao contemplar a cena de Belém, recordamos que a verdadeira segurança não está nas coisas grandes deste mundo, mas n’Aquele que, mesmo frágil e dependente, é a rocha que sustenta a nossa vida.




