Poucos sofrimentos são mais dilacerantes do que ser perseguido pelos próprios irmãos. Padre Pio não foi atacado apenas por inimigos externos, mas pelo veneno da inveja dentro da própria Igreja.
A cruz que pesa mais quando vem de dentro
Todo católico sabe que a perseguição é parte do caminho dos justos. Nosso Senhor já havia prevenido: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome” (Lc 21,16-17).
Mas existe uma dor ainda maior do que aquela infligida pelos que são declaradamente inimigos da fé: a traição vinda dos próprios filhos da Igreja.
Padre Pio experimentou essa dor em seu grau mais cruel. Seu maior fardo não foram as calúnias dos ateus, nem as insinuações dos indiferentes, mas a hostilidade daqueles que deveriam protegê-lo.
Muitos sacerdotes e bispos, em vez de reconhecerem a santidade daquele frade estigmatizado, moveram contra ele uma verdadeira conspiração de ódio e difamação.
O julgamento impiedoso dos que deveriam defender a verdade
Cartas anônimas chegaram ao Santo Ofício, escritas por clérigos que, em sua amargura, queriam vê-lo silenciado.
O bispo da arquidiocese onde ficava seu convento estimulava as denúncias e chegava a proibir que missas fossem celebradas em sua intenção.
Padre Pio foi tratado como um farsante, um embusteiro, um fanático. Tudo isso, sem provas, sem testemunhas confiáveis, sem um verdadeiro desejo de descobrir a verdade.
A dor que isso lhe causava era indescritível. Proibido de escrever para seus diretores espirituais, sem direito a responder aos ataques, reduzido ao silêncio dentro da própria Igreja que tanto amava.
E ainda assim, ele nunca murmurou contra Deus. Sua alma, unida à cruz de Cristo, aceitou cada ferida que a injustiça lhe impunha.
O escândalo dos estigmas e o ódio dos que não compreendem
O corpo de Padre Pio exibia as chagas da Paixão de Cristo. Mas, ao invés de maravilhamento, isso despertou suspeitas. A medicina confirmou que se tratava de um fenômeno inexplicável, os fiéis testemunharam milagres, mas isso não foi suficiente para deter a fúria dos que se opunham a ele.
Aos olhos do mundo, Padre Pio sangrava. Mas aos olhos dos inimigos, ele era um homem que precisava ser destruído. A lógica era perversa: se não podiam negar os sinais visíveis, tentariam manchar sua reputação.
Em vez de se perguntarem por que Deus escolheria um humilde capuchinho para exibir os sinais de Cristo, preferiram tachá-lo de embusteiro.
O triunfo sobre a inveja e o ataque infernal
Renzo Allegri, um dos principais biógrafos de Padre Pio, afirmou que a raiz dessa perseguição estava na inveja e na ação diabólica. O próprio demônio, incapaz de suportar a santidade do frade, instigou corações amargurados contra ele.
Os ataques foram incessantes. Proibições, difamações, tentativas de humilhação. Mas Padre Pio jamais se rebaixou ao nível de seus perseguidores. Em vez de retrucar, permaneceu de joelhos, em silêncio, suportando tudo por amor a Deus.
E, como sempre acontece com os justos, a verdade triunfou. Hoje, o mundo reconhece a santidade de Padre Pio. Ele foi canonizado, e seus perseguidores foram reduzidos ao esquecimento. Aqueles que tentaram apagá-lo da história hoje são nomes sem rosto. Mas seu nome brilha na glória da eternidade.
Um ensinamento para quem sofre perseguições
O sofrimento por amor a Cristo nunca é em vão. Quando a injustiça recair sobre nós, quando formos atacados mesmo por aqueles que deveriam nos apoiar, lembremo-nos de Padre Pio. Sigamos seu exemplo, suportemos com paciência, e confiemos que Deus não se esquece de quem carrega sua cruz com amor.
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