O Jardim da Vítima: O Amor-Perfeito na Vida da Beata Alexandrina

Visita à casa da Beata mostra que uma simples flor representa a profundidade de uma vida consumida em amor por Cristo e a Igreja.

Casa onde viveu a Beata Alexandrina Maria da Costa

No último dia 28 de outubro, o presidente da Associação Regina Fidei, Sr. Odair Gutirres, esteve em Portugal para dar prosseguimento às atividades de expansão da Associação naquele país.

Durante a viagem, visitou a casa onde viveu a Beata Alexandrina, em Balasar, ocasião em que rezou especialmente por todos os membros e apoiadores deste apostolado.

Ao cruzar o limiar dela, esperava encontrar os sinais da sua vida penitente: a rudeza da cama, a severidade dos aposentos, o silêncio que fala de seu sacrifício.

Tudo isso lá estava, é verdade. Mas, para o seu coração atento, Deus reservava uma lição mais suave e não menos profunda, logo à entrada: um jardim belíssimo e cheio de flores.

Nele, bordando os caminhos com suas cores vivas e delicadas, estão os amor-perfeitos. Estas flores, tão comuns e tão belas, parecem à primeira vista um mero ornamento.

No entanto, para quem conhece a vida desta alma heroica, elas tornam-se um símbolo eloquente do seu testemunho, uma parábola viva do que significa configurar-se a Cristo.

A Flor que Brotou no Solo da Simplicidade

O amor-perfeito não é uma flor exótica ou rara. Ela floresce em solos comuns e resiste mesmo ao frio.

A beata Alexandrina Maria da Costa nasceu numa família simples do norte de Portugal. Sua vida, antes do acontecimento que a deixou paralítica, era a de uma camponesa robusta e trabalhadora.

A sua santidade não brotou de grandes estudos ou de posições privilegiadas, mas do terreno humilde de uma fé robusta e de um amor total a Jesus, que ela expressava com estas palavras:

“Jesus, sou a Vossa vítima. Meu lema é sofrer, amar e reparar. Este quarto é o meu Calvário.”

Como o amor-perfeito, a sua beleza espiritual não estava na aparência, mas na essência que resiste às intempéries do mundo.

Assim como a Beata Alexandrina ofereceu as suas dores pelas almas, você também pode unir os seus sofrimentos e orações a esse mesmo propósito sagrado.

Faça parte da Liga de Resgate das Almas do Purgatório e ajude a libertar as almas esquecidas com as suas orações diárias.

O Rosto que Revela Jesus Crucificado

Amor-perfeito branco do jardim da casa da Beata Alexandrina

Esta  flor recebe o nome de “amor-perfeito” porque suas pétalas, dispostas de maneira singular, parecem formar uma face. É um convite a ver nela mais do que uma simples flor.

A vida da Beata Alexandrina é exatamente isso: um rosto humano que, através do sofrimento aceito e oferecido, nos revela a face de Cristo sofredor.

A partir de 14 de abril de 1924, ficou permanentemente de cama, vítima de uma paralisia. No entanto, ela não se fechou em si mesma.

O seu rosto tornou-se uma janela através da qual os fiéis podiam contemplar o amor redentor de Jesus na sua Paixão.

A sua vida nos diz que a perfeição do amor (o “amor-perfeito”) só se alcança quando a nossa alma se deixa configurar a Ele, tornando-se um ícone vivo do seu sacrifício.

As Cores da Obediência e da Esperança

Amor-perfeito roxo do jardim da casa da Beata Alexandrina

Os amor-perfeitos apresentam uma variedade de cores, que muitas vezes se mesclam harmoniosamente.

No jardim da casa da Beata Alexandrina, encontramos vários de cores brancas, lilazes e roxas.

Na vida dela, vemos uma obediência heroica à vontade de Deus (a cor púrpura da realeza e da penitência) unida a uma esperança inquebrantável (o amarelo dourado da luz e da ressurreição).

As cores variadas do amor-perfeito falam desta união entre a morte na Cruz e a luz da Ressurreição, entre a sexta-feira santa e o domingo de Páscoa.

O Amor-Perfeito: A Flor da Esposa e a Memória do Amor Eterno

Há, entretanto, uma simbologia particularmente comovente para esta flor. Em francês, o amor-perfeito é chamado de “Pensée”, que significa “pensamento”.

Antigamente, ela era uma lembrança trocada entre pessoas queridas que se separavam por longos períodos, como sinal de afeto e fidelidade.

Era um pacto tácito: esta flor garantia que, apesar da ausência, aquela pessoa permaneceria viva no pensamento e no coração; o sentimento não seria esquecido.

Esta imagem aplica-se de forma sublime e profunda ao amor da Beata Alexandrina por Nosso Senhor. O seu leito de dor, a sua clausura forçada, não foi uma prisão, mas um “desterro de amor”.

Como uma Esposa fiel dando ao seu Divino Esposo uma flor, ela ofereceu a própria vida como um sinal permanente de que Ele não era esquecido.

Enquanto o mundo O rejeitava e O abandonava no Horto das Oliveiras, Alexandrina fazia-lhe sempre companhia, da sua pequena cama em Balasar, bradando:

“Meu Jesus, quero amar-Vos, quero abrasar-me toda nas chamas do Vosso amor e pedir-Vos pelos pecadores e pelas almas do Purgatório”.

Junte-se à Liga de Resgate das Almas do Purgatório e participe espiritualmente dessa missão de caridade eterna.

A Fragrância Oculta e a Oração Escondida

Amor-perfeito lilás do jardim da casa da Beata Alexandrina

O amor-perfeito possui uma fragrância suave, muitas vezes só percebida quando nos aproximamos dele. Metáfora perfeita da vida interior da Beata Alexandrina.

Sua alma era um jardim de virtudes e de união com Deus, cujo perfume só era sentido por quem se aproximava dela, seja fisicamente, seja através da leitura dos seus escritos.

As suas dores, as suas tentações, as suas visões e os seus colóquios com Jesus e Nossa Senhora eram a fonte deste perfume espiritual que, décadas após a sua morte, ainda atrai almas a Deus.

A sua existência recorda-nos que a oração e o sacrifício escondidos são como a mirra, um perfume espiritual que sobe ao Céu e traz graças à terra.

Um Convite do Jardim de Balasar

Ao sairmos daquela casa simples em Balasar, a imagem que fica não é apenas a da cama de dor, mas a do jardim florido.

O amor-perfeito, na sua simplicidade e beleza, torna-se a chave para entender em profundidade a Beata Alexandrina Maria da Costa.

O seu testemunho proclama que o verdadeiro “amor-perfeito” só pode ser encontrado na união com o Coração de Jesus, especialmente no mistério da sua Paixão.

É quando nos unimos ao seu sacrifício, oferecendo as nossas próprias cruzes com paciência e amor, que a nossa vida, por mais humilde e marcada pelo inverno que seja, se transforma num jardim de amor-perfeito para a glória de Deus e a edificação da Santa Igreja.

Beata Alexandrina de Balasar, rogai por nós, para que a nossa vida seja, como a vossa, um amor-perfeito oferecido a Deus.

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