A despedida que ecoou a dor de Maria Santíssima e forjou o coração de um santo.

Uma manhã de inverno, em 6 de janeiro de 1903, o ar na casa de Francisco Forgione estava pesado.
O frio do inverno era nada comparado à atmosfera de um adeus iminente. A sala, cheia de familiares e vizinhos, não tinha a alegria de um novo ano, mas a gravidade de uma perda.
Eles olhavam para Francisco como se ele estivesse partindo para a guerra. Mas ele se preparava para uma batalha ainda mais profunda: a batalha espiritual.
Para Francisco, era a consciência de um adeus irrevogável. Ele deixava o aconchego do lar, o riso das irmãs e o sorriso da mãe.
Deixava o perfume da lavoura e toda a despreocupação da infância. Era o fim de uma vida e o início de outra, e o primeiro passo era a despedida, a mais difícil de todas.
Antes de partir, ajoelhou-se diante da mãe.
A matriarca, com o coração partido, ofereceu-lhe a bênção. Era um momento de entrega, de um amor que superava a dor. Na estação de trem, o abraço derradeiro.
As mãos da mãe seguraram as dele com a força de um amor que se desfazia e se reconstruía em fé.
A voz embargada, ela confessou: “Filho, sinto o meu coração se rasgar”. Era a dor de uma mãe que entregava seu filho a Deus.
Mas, neste ato de amor heroico, ela ecoou as palavras de uma outra Mãe. Aquela que, de pé junto à cruz, entregou o Filho para a salvação do mundo.
“Neste momento”, disse ela, “não pense na dor de sua mãe. Você não me pertence mais, mas a São Francisco, que o está chamando. Seja obediente ao que lhe ordenarem, pois não valerá a pena uma separação tão sofrida se não lhe trouxer a alegria de ter encontrado o caminho certo de sua vida”.
A dor dela se unia, de forma invisível, à de Maria Santíssima, e seu sacrifício se tornava um incentivo para o jovem Francisco seguir o chamado divino.
A separação, embora dolorosa, foi o primeiro passo de uma entrega total. Ao chegar à porta do convento, uma surpresa aliviou o coração do jovem. Quem o recebeu foi Frei Camilo, o mesmo frade que ele conhecera tempos antes, cuja simplicidade o havia cativado.
“Parabéns, Checco, por sua coragem em aceitar o chamado de São Francisco!“. A nova vida começava, não mais na tristeza da partida, mas na alegria de um encontro.
No dia seguinte, o jovem Francisco Forgione iniciou seu noviciado. Mergulhou em uma rotina de oração, silêncio e meditação. Durante uma semana inteira, ele viveu a vida conventual, testando sua vocação. Era um período de purificação e confirmação. Seria essa a vontade de Jesus Cristo para ele?
O Despojamento e o Novo Nome
A confirmação veio no dia 22 de janeiro. Em uma cerimônia solene, Francisco se despojou das vestes civis, um ato simbólico da vida que ficava para trás.
O hábito capuchinho era o símbolo de uma nova entrega. Para marcar o desligamento do mundo, um novo nome lhe foi dado. Francisco Forgione deixava de existir para dar lugar a Frei Pio de Pietrelcina. Uma nova identidade, uma nova missão.
Um Soldado de Cristo
O próprio Frei Pio anotou em seu caderno: “Hoje comecei minha vida religiosa vestindo o austero hábito dos capuchinhos. Não devo esquecer que agora sou frade. Minha vocação consistirá em servir aos mais pobres com humildade, e a todos com perfeição. Já não me pertenço. É Jesus Cristo que tem direito a usar meu corpo, minha inteligência e minha vontade para continuar levando a todos o seu plano de salvação”.
Frei Pio, a partir daquele momento, era um soldado no exército de Deus. Sua vida era de Jesus Cristo.
Cada pensamento, cada oração, era para a glória do Pai e a salvação das almas. A dor da despedida da família e a renúncia da vida anterior se uniam em um grande ato de amor.
Esse amor o levaria a ser o confessor de multidões, o intercessor dos doentes e o estigmatizado de Jesus Cristo. Ele foi um instrumento de salvação, sempre atento à vontade do Divino Mestre e à intercessão de Maria Santíssima, a quem ele amou profundamente.
A Escolha Que Salva Almas
A história do jovem Francisco se transformando em Frei Pio nos mostra uma verdade profunda. A decisão de seguir Jesus Cristo, apesar das dores e das dificuldades, é o primeiro passo para uma vida de realização.
A dor da mãe de Padre Pio, embora real, foi transformada pela fé em uma oferta. A renúncia de Francisco foi a semente de uma vida de santidade. Ele se tornou um canal da graça de Deus, um farol de esperança para milhões.
A vida de Padre Pio, o grande santo, não se constrói da noite para o dia. Ela começa com um “sim”, com uma renúncia, com uma confiança inabalável em Jesus Cristo e Maria Santíssima.
A santidade é um caminho possível. É uma história que nos inspira a dizer o nosso próprio “sim” a Deus, mesmo que nossos sentimentos mais profundos digam o contrário.
A santidade começa com uma decisão, e o caminho se constrói passo a passo, em cada oração, em cada ato de amor. E qual é a sua decisão hoje?
Convite à Transformação
A história de Padre Pio nos lembra que os grandes santos, como ele, começaram com um ato de fé e renúncia. Eles entregaram tudo para seguir o chamado de Jesus Cristo.
A Associação Regina Fidei convida você a trilhar um caminho de profunda fé, se unindo a nós na missão de levar a vida e os exemplos de São Pio de Pietrelcina ao mundo.





