Nossa Senhora de Montligeon

O Santuário que se tornou um clamor universal pelas Almas do Purgatório.

Quando a história da Igreja parece silenciosa, Deus suscita pequenas luzes que, com o tempo, se tornam faróis para o mundo inteiro.

Assim nasceu Montligeon: não de um grande centro urbano, mas de uma aldeia escondida na Normandia — e justamente por isso a obra brilha ainda mais.

O que um sacerdote pobre e um vilarejo esquecido poderiam oferecer à Igreja?

Tudo.

Porque onde há amor às Almas do Purgatório, há um eco do próprio Coração de Cristo.

O Purgatório: verdade esquecida… mas viva no Evangelho e na Tradição

A Igreja nunca hesitou em afirmar esta realidade: existe uma purificação após a morte. Não é castigo arbitrário. É misericórdia.

É o amor de Deus queimando os últimos vestígios que impedem uma alma de contemplar sua Face.

Desde os tempos bíblicos, o dever de rezar pelos defuntos aparece como algo santo e necessário. O gesto de Judas Macabeu, mandar oferecer sacrifícios pelos soldados mortos, permanece como uma marca indelével da fé na vida futura.

Os Padres da Igreja reforçam essa verdade. Santo Agostinho conselha, quase como quem adverte um filho:

“Não hesitemos em socorrer aqueles que partiram. Nossas orações chegam onde eles não podem mais agir.”

A razão é simples:

  • As almas do Purgatório estão salvas, mas não podem abreviar seu próprio sofrimento. Dependem de nós. Dependem da Igreja militante.

E não há caridade mais alta – depois da adoração devida a Deus – que colaborar para que uma alma alcance o Céu.

A dor que se transforma em missão: o nascimento de uma obra

Foi essa realidade que incendiou o coração do jovem pároco Pe. Paul-Joseph Buguet.

Filho de trabalhadores simples, habituado às dificuldades e à fé profunda de sua família, carregou na alma desde cedo o senso das realidades eternas.

Quando, ainda como sacerdote recém-nomeado para a pequena região de La Chapelle-Montligeon, perdeu seu irmão e duas sobrinhas em tragédias sucessivas, ele compreendeu algo que muitos ignoram: a dor não é apenas sofrimento; pode ser um chamado.

Nas suas anotações pessoais, aparece quase um lamento, mas cheio de decisão:

“Tardei demais em aliviar as almas do Purgatório. Agora devo agir.”

Dessa convicção – fruto de lágrimas e meditação – nasceu o impulso inicial que transformaria Montligeon num santuário de alcance mundial.

Uma família espiritual que une vivos e defuntos

Em 1884, amadurecida pela oração e confirmada pelos acontecimentos, surgia oficialmente a Obra de sufrágio pelas Almas do Purgatório, colocada sob o patrocínio especial da Santíssima Virgem.

O que era sua inspiração?

Criar uma rede universal, um verdadeiro laço familiar entre os vivos que rezam, os defuntos que aguardam a purificação e a Igreja que celebra o Sacrifício da Missa.

Na basílica de Montligeon, todos os dias, até hoje, Missas são oferecidas pelas almas inscritas na obra.

(clique aqui e veja como o nome de seus falecidos podem ser incluídos nessas missas e orações)

É a caridade mais sublime concretizada no altar: cada nome, cada intenção, cada alma… tudo entregue ao Coração de Cristo pelas mãos da Mãe.

A resposta dos fiéis foi tão grande que, logo nos primeiros anos, Montligeon foi elevada à dignidade de Archiconfraria e reconhecida como obra-mãe de todas as associações semelhantes no mundo.

A Providência conduz… e confirma

A expansão surpreendeu até mesmo seu fundador.

O Pe. Buguet logo percebeu que a igreja paroquial já não comportava a multidão crescente de peregrinos. Era preciso construir um templo maior, algo digno da missão que começava a alcançar diversos países.

Vieram então dificuldades financeiras, incompreensões e obstáculos de toda sorte. Mas o sacerdote permaneceu firme, com uma confiança quase filial: a obra não era sua, era da Virgem Maria.

Em 1896, a primeira pedra da grande basílica foi colocada. Em 1911, o altar recebeu a primeira Missa. E, desde então, Montligeon se tornou um coração pulsante da Igreja, lembrando diariamente ao mundo inteiro que as almas esquecidas do Purgatório têm uma Mãe… e têm um povo que reza por elas.

A Virgem que desce para libertar: Nossa Senhora Libertadora

É impossível compreender Montligeon sem contemplar a imagem que domina o santuário. Ela representa a Santíssima Virgem inclinando-se para as almas que sofrem.

Sua mão se estende como quem retira do fogo purificador aqueles que já estão preparados para o abraço eterno de Deus.

(Salve do Purgatório as Almas de seus entes queridos)

Não é apenas arte. É doutrina.

A Igreja reconhece que Maria participa da obra de Cristo como Mediadora eficaz.

E essa intercessão materna se mostra particularmente luminosa diante das almas do Purgatório.

São Bernardo, ecoando séculos de fé, aconselhava:

“Em perigos, angústias e dúvidas: pensa em Maria.”

Em Montligeon, esta frase se concretiza:

Ela é invocada como Libertadora, como Porta do Céu, como a Mãe que apressa a hora do reencontro definitivo com Deus.

São Luís Maria Grignion de Montfort afirmava que Cristo deseja formar-se nos seus membros através de Maria. Se isso é verdade na vida presente, quanto mais para aqueles que aguardam sua entrada no Paraíso!

Montligeon hoje: um grito contra o esquecimento dos Novíssimos

Num tempo marcado pelo materialismo, pela pressa e pelo abandono das verdades eternas, Montligeon permaneceu como um santuário profético. É um lembrete vigoroso:

“Lembrai-vos das Almas do Purgatório!”

Rezar por elas é um dever de caridade. E, misteriosamente, é também um tesouro para nós:

  • quem auxilia os falecidos – ensina São Ambrósio – encontrará auxílio no próprio dia do juízo.

Por que Montligeon nos interessa e nos convoca hoje?

Porque numa época em que tantos católicos vivem esquecidos das realidades espirituais, Montligeon recoloca as coisas em sua ordem verdadeira:

  • A morte não é o fim.
  • A purificação não é castigo, mas amor.
  • A oração pelos defuntos não é tradição antiga: é necessidade urgente.
  • E a Mãe de Deus continua estendendo a mão para aqueles que ninguém mais recorda.

Para nós, da Regina Fidei, Montligeon é inspiração de apostolado, de caridade e de fidelidade à doutrina católica. (conheça nosso Apostolado Liga de Resgate das Almas do Purgatório)

É um exemplo vivo de como uma obra nascida na pobreza pode alcançar o mundo inteiro quando se apoia na intercessão da Santíssima Virgem.

Um chamado para todos nós

Se há algo que Montligeon ensina, é isto: não há alma esquecida por Deus. E nenhuma oração – nenhuma! – fica sem fruto.

Que Nossa Senhora Libertadora, Porta do Céu, nos ajude a amar as almas do Purgatório com o mesmo zelo que inspirou o Pe. Buguet.

E que, um dia, purificados pela misericórdia divina, possamos reencontrar no Céu aqueles que ajudamos a libertar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Inscreva-se grátis

para receber os melhores conteúdos e orações

Últimos Posts

Search

Para mais informações ligue:

Ligação gratuita


Atendimento: segunda a sexta, das 8:00 às 18:00.

A ligação é grátis para todo o Brasil.

INSCRIÇÃO REALIZADA

Se você gosta dos conteúdos da Regina Fidei e deseja manter esta obra na internet, por favor, faça uma doação simbólica.

Acesse esta página 100% segura 

Dependemos unicamente da generosidade de pessoas como você para continuar este trabalho de apostolado.

Sua pequena contribuição, aqui, será um combustível para estimular ainda mais os voluntários, religiosos e colaboradores que se dedicam fielmente a resgatar a Fé Católica.

Obrigado e conte com nossas orações.

Equipe de Conteúdo Apostólico
Associação Regina Fidei