Hoje, 11 de julho, a Igreja comemora particularmente São Bento de Núrsia, Pai da Vida Monástica do Ocidente.
O Papa São Gregório Magno, que escreveu a vida de São Bento, no-lo representa dissipando com o sinal da Cruz suas próprias tentações, e para fazer milagres e vencer as tentações.
Utilizava como forma de proteção, salvação e afirmação da vida e obra de Jesus.
Fato é o episódio em que o cálice envenenado quebra-se ao ser feito o sinal da cruz sobre ele.
O sinal da cruz era recomendado por ele a todos que estivessem passando por alguma aflição ou tentação maligna.
Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever. Surgindo assim, o costume muito antigo, de representá-lo com uma cruz na mão.
Mas como surgiu a famosa Medalha de São Bento?
Em 1647, no sul da Alemanha, região da Baviera, durante um julgamento em que eram acusadas de magia e feitiçaria, algumas mulheres confessavam seu fracasso em atingir a Abadia de Metten com seus malefícios.
O mosteiro era da Ordem de São Bento de Núrsia — os famosos “beneditinos”.
Segundo estas mulheres que foram consideradas bruxas, o lugar estava sob a proteção da cruz. Mas que cruz?
Na intenção de entender o que significava a curiosa afirmação das bruxas, procederam-se algumas investigações.
Uma investigação encontrou, pintadas nos muros do mosteiro, inúmeras cruzes, com letras num arranjo misterioso e enigmático: C, S, S, M e L, na vertical da cruz;
N, D, S, M e D, na sua horizontal; ao redor, V, R, S, N, S, M e V, de um lado; e S, M, Q, L, I, V e B, de outro.
Para decifrar o que significava a curiosa inscrição, foi necessária outra investigação, após a qual, finalmente, achou-se um manuscrito antigo, datado de 1415, com uma gravura de São Bento.
Na imagem, o santo trazia numa das mãos uma cruz e na outra um pergaminho — e neste, por sua vez, a solução para o mistério.
Solução tão extraordinária que fez a cruz e as tais letras serem cunhadas na Alemanha e rapidamente se espalharem por toda a Europa, ganhando até aprovação do Papa Bento XIV, em 1741.
Muito possivelmente, foi assim a origem do devocional que, hoje, todos conhecemos como “Medalha de São Bento”.
O significado das Letras Presentes na Medalha
Originalmente uma cruz, várias orações estão presentes nela.
Uma pede a proteção de São Bento na hora da morte: “Ejus in obitu nro [nostro] praesentia muniamur” — “Que, em nosso óbito (morte), sejamos munidos de sua presença”.
Outra pede a proteção contínua da Cruz do Senhor: “Crux sacra sit mihi lux, non draco sit mihi dux” — “A Cruz Sagrada seja minha luz, não seja o Dragão meu guia”.
Mas a última chama particularmente a atenção — e pode ser a chave para entender a proteção de que gozava a Abadia de Metten, no século XVII, contra as magas da Baviera.
Ao redor da medalha, há uma ordem dada diretamente ao príncipe das trevas e inimigo de Deus:
“Vade retro, Satana, nunquam suade mihi vana“, diz a inscrição. “Sunt mala quæ libas, ipse venena bibas“.
Em português: “Retira-te, Satanás, nunca me aconselhes coisas vãs. São más as coisas que tu ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos“.
Convenhamos: essa não é uma maneira muito usual de as pessoas rezarem hoje em dia.
Preferimos dirigir-nos a Deus e aos santos, e pedir a eles que nos protejam do mal, ao invés de mandar diretamente ao demônio que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Mas assim são feitos os exorcismos. E a Igreja nunca deixou de fazê-los.
Este de São Bento, especialmente, está à disposição de todos os fiéis, que podem rezá-lo sobre si mesmos sempre que precisarem, para afastar as tentações e outras influências demoníacas.
2 respostas
Eu sou devoto do São Bento
Amado São Bento sempre na vossa companhia sempre com Fé e sempre Grato. Amém. Rogai por nós agora e sempre que muito precisamos de vós. (Gratidão Sempre) Aumentai a minha Fé.