Levantemos os olhos para Maria Santíssima: a confiança inabalável que nos cura.

Há uma tentação sorrateira que acomete muitos daqueles que desejam seguir a Deus com fidelidade: o desânimo espiritual.
Essa tentação não se manifesta com barulho ou escândalo, mas com suspiros abafados, dúvidas silenciosas e uma melancolia difusa que vai obscurecendo a alma.
Foi contra essa tentação que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira dirigiu uma de suas mais belas reflexões: “Levantemos os olhos para Maria Santíssima, Ela nos atenderá!”
Essa exortação encerra uma verdade profunda, que pode reacender a esperança mesmo nas almas mais marcadas pelo pecado.
O pecado, de fato, é um grande mal.
Mas — como ensinava São Francisco Xavier — pior do que o pecado é o desânimo e a desconfiança que se seguem a ele.
O demônio, após nos levar à queda, tenta nos convencer de que estamos abandonados por Deus, de que somos indignos demais para nos aproximar do trono da graça.
É a sua astúcia mais eficaz: ferir e depois afastar do Médico Divino.
A confiança dos santos e a tentação do desespero
Entre os santos, encontramos exemplos comoventes de almas que se lançaram confiadamente nos braços de Deus, mesmo após grandes tribulações interiores.
Um exemplo luminoso dessa verdade se encontra na vida de São Pio de Pietrelcina.
Embora fosse agraciado com dons extraordinários — os estigmas, bilocação, curas, direção espiritual inspirada —, ele dizia de si mesmo:
“Sou apenas um pobre frade que reza.”
Em suas cartas, frequentemente mencionava a própria miséria espiritual e a necessidade contínua da misericórdia de Deus. Numa delas, escreveu:
“Quão grandes são minhas misérias! Mas, quanto maior é a minha miséria, tanto maior é a misericórdia de Jesus.”
Padre Pio sabia que a miséria não afastava o amor de Deus, mas era justamente o motivo pelo qual ele devia se lançar com mais força nos braços de Nossa Senhora.
Certa vez, escreveu:
“Se não houvesse Maria, eu já teria desfalecido. É Ela quem me segura firme, mesmo quando me sinto indigno de tudo.”
Essa confiança não era uma teoria, mas uma prática contínua.
Quando os sofrimentos físicos, espirituais e morais se acumulavam, ele se voltava com olhos de filho para Maria Santíssima e pedia. Pedia muito.
Não porque se sentia digno. Mas porque sabia que, quanto maior a necessidade, mais urgente era a súplica.
Fátima: o apelo da confiança em meio ao castigo
A mensagem de Fátima nos apresenta a mesma lógica divina. Nossa Senhora apareceu a três crianças humildes, pobres e iletradas.
Elas poderiam pensar: “Somos insignificantes demais para que o Céu se ocupe de nós.”
Mas, ao contrário, abriram o coração, ouviram o chamado da Mãe de Deus e se deixaram moldar por suas palavras.
Nossa Senhora não pediu perfeição prévia, mas sim um coração contrito, disposto a rezar, a fazer sacrifícios e a confiar.
Fátima também nos mostra que o mundo se aproxima de castigos, justamente por ter se afastado de Deus.
Mas, mesmo diante da iminência desses castigos, a Santíssima Virgem não nos fala com desespero.
Ela nos convida à confiança, ao arrependimento e à conversão.
É esse mesmo chamado que continua ecoando hoje — e que move os Missionários de Fátima: pessoas que decidiram, com humildade, dizer “sim” à Mãe de Deus.
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Quem confia n’Ela, ainda que esteja coberto de chagas espirituais, não será rejeitado, mas curado.
O Sagrado Coração de Jesus: refúgio dos pecadores confiantes
Outro exemplo comovente de misericórdia que vence o desespero está no Sagrado Coração de Jesus. Santa Margarida Maria Alacoque — à qual Jesus revelou as doze promessas — também lutava contra sentimentos de indignidade.
Tinha escrúpulos e dúvidas constantes sobre sua alma. Mas Jesus lhe disse:
“Eis o Coração que tanto amou os homens… e que é tantas vezes esquecido!”
Não há amor mais constante, mais paciente, mais fiel do que o do Sagrado Coração.
Ele não exige perfeição, mas um coração arrependido e confiável. Um coração que diga: “Senhor, não sou digno… mas dizei uma só palavra, e serei salvo.”
Isso é o que dá unção e suavidade à vida espiritual: a certeza de que, apesar de nossas misérias, somos filhos de Maria e protegidos pelo Coração de Jesus.
A verdadeira compenetração: levantar os olhos
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira nos exorta a nos compenetrarmos da verdade de que não somos rejeitados por sermos indignos.
Ao contrário, quanto mais caídos estivermos, mais precisamos pedir, e com mais insistência.
Ele nos previne contra o falso pudor espiritual, que nos leva a pensar: “Pequei demais, sou insignificante, não mereço ser atendido.” Isso é orgulho disfarçado de humildade.
A verdadeira humildade diz: “Sou miserável, sim; e por isso mesmo preciso da misericórdia de Maria Santíssima.”
Assim como os santos que choraram seus pecados — como Santo Agostinho, Santa Maria Madalena, Santa Margarida de Cortona — nós também devemos levantar os olhos para Aquela que nunca abandona seus filhos.
Ela é Mãe. E uma mãe nunca volta o rosto ao filho que a invoca com confiança.
A graça do dia de hoje
Se há uma graça que devemos pedir todos os dias — e de modo especial hoje — é esta: a confiança firme e inabalável de que seremos atendidos por Maria Santíssima.
Não apesar de nossas misérias, mas justamente por causa delas.
Que o medo seja vencido pela fé, a vergonha pela súplica, o desânimo pela esperança. Nossa Senhora não exige perfeição, mas fidelidade no pedido.
Levantemos, pois, os olhos para Ela.
Se nossos olhos estiverem turvos pelas lágrimas do arrependimento, tanto melhor: Ela os enxugará com seu manto. E com seu sorriso materno nos dirá: “Vai, e não tornes a pecar.”
Essa é a verdadeira esperança cristã: uma esperança que sabe da própria miséria, mas confia no poder d’Aquela que é o Refúgio dos pecadores.
E por isso, com toda a alma, rezemos: “Levantemos os olhos para Maria Santíssima, Ela nos atenderá!”
E que essa súplica não fique apenas em palavras. Que ela se traduza em ação, como a dos que se unem à missão de consolar o Imaculado Coração de Maria.
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