Nesta festa, a Igreja celebra a Santa Cruz como fonte da santidade e símbolo da libertação sobre o pecado, a morte e o mal, através da morte de Jesus.
Essa festa também faz memória de dois acontecimentos capitais da História da Igreja:
O primeiro, o encontro das relíquias da Santa Cruz por Santa Helena, mãe do imperador Constantino que, peregrinando na Terra Santa, iluminada por Deus, descobre o local onde se encontrava o Madeiro da nossa salvação.
Uma vez encontrada, a Santa Cruz é dividida em 3 grandes relíquias, sendo destinadas: uma para Roma, outra para Constantinopla e a terceira para Jerusalém.
O segundo evento é a retomada das relíquias da Santa Cruz, que estavam custodiadas em Jerusalém, dos persas que as haviam roubado.
Essa retomada aconteceu no ano 628 d.C. quando o imperador bizantino Heráclio, as obteve do imperador persa Artaxes III.
A Cruz, antes da morte de Cristo, era considerada como objeto de desprezo e símbolo de infâmia: “Maldito seja aquele que for pregado no madeiro”, dizia o livro do Deuteronômio (cf. Dt 21, 23).
No momento em que Jesus “obediente até à morte e morte de cruz” (Fl 2,8) nela foi suspenso, Ele inverte a profecia de maldição da Antiga Aliança.
Assim, o Madeiro torna-se motivo de glória e polo de atração para todos os homens, como predisse o próprio Jesus: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32).
Os que presenciaram a crucifixão de Jesus viam-na como o símbolo da Sua derrota, a verdade, porém, é que pela Cruz, Cristo obteve Sua plena vitória.
A Cruz para o cristão também é, sobretudo, o símbolo da sua adesão a Cristo, porque o discípulo é chamado a carregá-la: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Lc 9,23).
Assim, exaltamos a Santa Cruz quando aceitamos por amor a Cristo todas as dificuldades e perseguições e as santificamos enfrentando-as no dia a dia como Cristo enfrentou toda sua Paixão e Morte, colaborando com Ele na salvação dos homens: “completo na minha carne o que falta a paixão de Cristo” (Col 1,24).
Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação, afinal em Jesus Cristo e por meio dEle, a Cruz tornou-se a nossa única, fecunda e autêntica esperança.