Um novo estudo revela uma verdade ignorada por décadas: homens que perdem seus filhos por aborto sofrem profundamente, com impactos severos na saúde mental. O silêncio, por fim, começa a ser rompido.
Quando o sofrimento masculino é ignorado
É comum que as atenções se voltem à mulher ao se falar de aborto. No entanto, a ciência começa agora a enxergar algo que muitos já intuíram: o homem, pai da criança abortada, também sofre — e de forma muitas vezes devastadora.
Um estudo publicado na JAMA Network Open, com base em dados oficiais da Dinamarca, expôs uma realidade perturbadora: o aborto induzido, especialmente nas primeiras 12 semanas de gestação, provoca um aumento expressivo na necessidade de atendimento psiquiátrico entre os pais.
Ansiedade, depressão, insônia e até o uso de medicamentos psiquiátricos tornam-se frequentes entre os homens que passam por essa tragédia íntima. E o mais grave: muitos deles sequer têm a quem recorrer.
Dor sem rosto, luto sem nome
O estudo analisou quase 200 mil casos e, entre os pais que enfrentaram o aborto de seus filhos, identificou-se um aumento de até 90% na necessidade de antidepressivos.
O uso de ansiolíticos e hipnóticos também disparou. Para os que passaram por um aborto tardio, o impacto psicológico foi ainda mais brutal.
Por décadas, esse luto masculino foi tratado como inexistente. Mas o sofrimento de um pai diante da perda de um filho, especialmente sem poder defendê-lo, é algo que toca profundamente a estrutura da alma masculina — feita para proteger, sustentar, dar a vida, se necessário for.
Entre o silêncio e a cruz
É impossível não recordar São Pio de Pietrelcina, que tantas vezes acolheu homens destruídos pelo pecado e pelo remorso. Quantos pais não chorariam, como São José à sombra da cruz, se pudessem ver o que perderam? Padre Pio, com sua sensibilidade espiritual, certamente veria nessa dor um grito sufocado por justiça e misericórdia.
Hoje, há iniciativas que começam a oferecer apoio a esses homens. Mas muito ainda precisa ser feito. Essa realidade deve ser conhecida, não por mera curiosidade, mas por justiça. O sofrimento masculino não é menor, apenas menos visível. E talvez mais profundo, por ser calado.
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