Ela disse: “Depois eu volto”… Mas o “depois” nunca chegou

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Um conto que talvez descreva o que está acontecendo com você agora…

Na encosta de uma serra esquecida, havia um vilarejo onde quase nada acontecia. Mas ali havia algo precioso: um sacerdote. O Padre Antônio.

Velho, simples, com as mãos gastas pelo trabalho e os joelhos gastos pela oração, ele era o pastor de almas daquele povo humilde.

Amava cada fiel como um pai ama seus filhos. Conhecia-os pelo nome, sabia quem faltava à missa, quem andava triste, quem estava em pecado.

Era um verdadeiro pastor segundo o Coração de Cristo.

Acordava antes do sol para rezar diante do Santíssimo. Preparava cada homilia como quem prepara alimento para os filhos. 

Visitava os doentes, consolava viúvas, protegia os jovens. Ensinava-lhes que a verdadeira liberdade nasce da fidelidade à verdade. Que o pecado escraviza, mas a graça liberta.

Não queria formar apenas bons católicos — queria formar santos.

Alguns o achavam exigente. Outros diziam que era “de outro tempo”. Mas ele sabia: se baixasse a guarda, não salvaria almas — perderia batalhas.

E, ainda assim, uma a uma, as almas partiam.

Sim, partiam.

Como ovelhas seduzidas pela montanha, deixavam o redil da graça.

Primeiro se afastavam do confessionário… depois das missas… depois da oração…

E, de repente, estavam no mundo — rindo, dançando com os lobos.

Padre Antônio fazia tudo o que podia. Visitava. Escrevia bilhetes. Acendia velas no altar. Rezava noites inteiras.

Mas nenhuma voltava.

Todas acreditavam que podiam adiar o retorno. Que ainda havia tempo. Que o lobo não viria hoje.

Mas o lobo vinha…

Certa vez, ele começou a catequizar uma jovem.

Era tão bela quanto pura. Tinha olhos que brilhavam de fé, mãos que sabiam rezar o terço com devoção.

O padre ensinou-lhe a Doutrina, o valor dos sacramentos, o horror ao pecado. Falava-lhe do céu como quem fala de casa, e do inferno como quem já viu de perto suas vítimas.

Ela compreendia. Tinha sede de Deus. Era sua esperança. 

Enfim, uma alma que resistiria.

Mas um dia… algo mudou.

Ela acordou com um vazio que não sabia explicar. Durante a catequese, seus olhos não se fixavam mais nas palavras do padre, mas nas janelas, voltadas para a serra. 

Começou a recusar a comida. A se ausentar das orações. A se calar.

Sentava-se na escada da capela, olhando o horizonte, e suspirava.

Padre… lá parece tão bonito… tão alegre… me deixa ir, só uma vez…

O coração do velho sacerdote apertou. Conhecia aquele olhar. O mesmo que viu em tantos antes dela.

— Minha filha, o mundo é encantador… mas é o encanto da serpente.

— Eu só quero ver, padre… não vou me perder. Prometo.

Ele sentou-se ao lado dela e, com voz embargada, disse:

— O demônio nunca pede tudo de uma vez. Primeiro, te faz olhar… depois, desejar… depois, ir… e quando percebes, ele já está te devorando.

Mas eu sei o que estou fazendo. Deus entende…

O padre baixou os olhos. Já ouvira isso antes. De muitos. Antes de serem devorados.

A propósito, se você também sente o peso das suas escolhas e a sombra do lobo se aproximando, busque uma luz pedindo um conselho ao Santo Padre Pio.
Clique aqui para pedir seu conselho e encontrar paz em suas palavras.

Continuando…

E a jovem partiu.

Na montanha, tudo era festa. Amigos, aplausos, amores passageiros. Prazer, vaidade, sensualidade. A alma ria da fé que um dia teve.

Como pude viver naquela simplicidade? Aquilo era pequeno. Agora, sou livre!

Ah… pobrezinha.

Mas veio a noite.

Sempre vem.

O vento mudou. O céu escureceu. A alma começou a sentir o frio por dentro.

A ausência de sentido. O peso da solidão. O remorso sussurrando no escuro.

E então ela ouviu… Lá do vale, um som longínquo…

Era o sino da capela. O velho sino que Padre Antônio fazia tocar com lágrimas nos olhos. Era o último chamado:

— Volta, minha filha. Ainda há tempo. A confissão te espera.

Ela hesitou. Seu coração quis correr. Mas o orgulho falou mais alto:

— Agora não. Estou longe. Depois… mais tarde…

E o lobo chegou.

Grande. Silencioso. Com olhos brilhantes e um sorriso calmo. Sentou-se diante dela e a olhou. Sabia que ela não fugiria. Sabia que ela já era sua.

A alma tentou resistir. Rezou. Mas rezava com vergonha. Com culpa. Com orgulho.

Lutava… mas sem fé.

Pensava:

—  Se ao menos eu tivesse voltado antes…

O combate durou a noite toda.

A alma orava, sem esperança. O lobo avançava, sem piedade.

Ao amanhecer, ela caiu.

O lobo a devorou.

Sim, caro leitor… ouviste bem!

O lobo a devorou.

Como tem feito com milhares.

Com jovens que se acham fortes demais para cair.

Com adultos que dizem: “Mais tarde eu volto.”

Com almas que creem que o inferno é só uma metáfora.

Mas o inferno não é metáfora.
O pecado não é liberdade.
E o lobo não espera amanhã.

Talvez você conheça alguém assim.

Talvez… você seja essa alma.

Então escute bem:

Enquanto o sino ainda soa, volte. A confissão ainda espera. O lobo já saiu da sombra… e está a caminho…

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Ligue para 0800 006 1223 (Brasil)
ou 707 502 677 (Portugal)

 

(Este conto foi inspirado livremente na fábula “A Cabra do Sr. Séguin”, de Alphonse Daudet (1840–1897). A adaptação, porém, é toda impregnada da realidade espiritual de hoje — onde almas vão morrendo por acharem que a graça é prisão, e o pecado, liberdade…)

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