Em meio à transformação cultural e religiosa no país, cresce o desafio de trazer para a Igreja aqueles que estão sem rumo
O Brasil e a nova configuração religiosa
O Brasil, histórica e culturalmente católico, está passando por uma transição significativa em seu perfil religioso.
De acordo com os dados preliminares do Censo 2022 do IBGE, o percentual de católicos no país agora está em 50%, enquanto os evangélicos representam cerca de 22%. No entanto, um grupo chama atenção: os chamados “desigrejados”, que correspondem a 8% da população.
Esse termo designa aqueles que, embora tenham fé, não se identificam com nenhuma instituição religiosa. O fenômeno é um reflexo das mudanças culturais, tecnológicas e sociais, que desafiam a Igreja a encontrar novas formas de evangelização e acolhimento.
Mais templos do que escolas e hospitais
Uma das revelações mais impactantes do Censo 2022 foi o número expressivo de estabelecimentos religiosos no Brasil: 579,7 mil. Isso supera, e muito, a quantidade de escolas e creches (264,4 mil) e estabelecimentos de saúde (247,5 mil).
Esse dado, porém, contrasta com o número de fiéis, que vem diminuindo. Em 2010, a Igreja Católica atendia 123,2 milhões de fiéis, organizados em 12 mil paróquias e assistidos por 22 mil padres.
Embora o catolicismo ainda seja a religião majoritária, a tendência de queda reflete uma migração religiosa que se intensificou nos últimos anos.
O fenômeno dos desigrejados
O termo “desigrejados” refere-se a pessoas que, apesar de crerem em Deus e manterem práticas religiosas, não se identificam com nenhuma instituição.
O Censo de 2010 já apontava que 21% dos evangélicos não eram membros oficiais de igrejas, sendo classificados como “cristãos evangélicos não determinados”.
Em comparação, a Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do país, contava com 12 milhões de fiéis à época. Já os “desigrejados” somavam mais de 9 milhões.
O arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, destacou que “há uma migração frequente de uma denominação para outra até que, eventualmente, a pessoa abandone a filiação religiosa”.
O prelado manifestou surpresa com esse fenômeno, observando que muitos frequentaram igrejas durante anos, mas se afastaram sem romper completamente com a fé.
Padre Pio e a missão de trazer almas de volta à Igreja
Diante desse cenário, a Igreja precisa de exemplos inspiradores para enfrentar os desafios da evangelização. E um dos maiores evangelizadores do século XX foi São Pio de Pietrelcina.
Em San Giovanni Rotondo, ele converteu inúmeras almas, atraindo multidões para a confissão e levando os fiéis a uma vida sacramental mais profunda.
Seus sermões, sua direção espiritual e seu testemunho de santidade resgataram incontáveis pecadores, reintegrando-os à Igreja.
Desde 2018, a Associação Regina Fidei tem desempenhado um papel fundamental nessa missão, conduzindo milhares de católicos de volta à Igreja através da difusão da devoção ao Santo Padre Pio.
Testemunhos de conversão e reencontro com a fé têm surgido constantemente, provando que o apostolado de Padre Pio continua vivo e operante, mesmo após sua entrada na glória celestial.
A indiferença religiosa e o apelo à devoção
Mais do que a perda de fiéis, o que preocupa a Igreja é o crescimento da indiferença religiosa. Diante disso, a oração e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e à Nossa Senhora de Fátima surgem como remédios espirituais urgentes.
Afinal, Nossa Senhora, em suas aparições em Fátima, alertou sobre os perigos do afastamento da fé e do esquecimento de Deus.
A Igreja tem diante de si um cenário desafiador, mas a história mostra que a fé católica já superou muitas adversidades. A missão agora é revitalizar essa fé e resgatar aqueles que estão perdidos, e não há melhor guia para essa missão do que o exemplo de Padre Pio.
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