Conheça a origem da festa de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores.
Neste dia 1º de maio, a Igreja celebra a festa de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores, coincidindo com o Dia Mundial do Trabalho.
Esta celebração litúrgica foi instituída em 1955 pelo Papa Pio XII, diante de um grupo de trabalhadores reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
A festa de São José Operário é “uma canonização do valor divino do trabalho”.
Nos primeiros anos do século XX, o comunismo ganhou o apoio de muitos líderes, levando nações inteiras a sucumbir diante de suas ideias.
Em razão do sério perigo que aquela ideologia nefasta representava para o bem comum, o Papa Pio XI, em 1937, recorreu a São José, a fim de que o pai terreno de Jesus livrasse a Igreja dos muitos erros do comunismo.
Assim escreveu: “Pomos a grande ação da Igreja Católica contra o comunismo ateu mundial sob a égide do poderoso Protetor da Igreja, São José” (Divini Redemptoris, n. 81).
Em resposta às palavras do Santo Padre, os católicos começaram a pedir fervorosamente a intercessão de São José, especificamente sob o título de “Terror dos Demônios”, para que ele combatesse as ideias ateias do comunismo.
Além disso, também suplicavam sua ajuda na causa dos direitos dos trabalhadores.
Algo relacionado a isso, mas pouquíssimo conhecido do público, é que até meados do século XIX se celebrava em muitos países um feriado secular no dia 1.º de maio.
Era uma festa conhecida por “Dia de Maio”, e não tinha nenhuma conotação religiosa ou política. Mas, infelizmente, os comunistas se aproveitaram da data e a “rebatizaram” como “Dia dos Trabalhadores Comunistas”.
Com isso, eles pretendiam enfatizar mais as ideias de Karl Marx e influenciar as massas.
Tal reviravolta preocupou muito a Igreja, porque uma celebração como aquela poderia, a longo prazo, ter um impacto muito negativo.
Não à toa, qualquer um sentia naquela época a ameaça de um comunismo mundial, incluindo o Papa.
Em razão disso, o Vigário de Cristo, Venerável Pio XII, voltou-se para São José, como já havia feito o seu predecessor, e denunciou as falsidades do comunismo, elevando a dignidade do trabalho de um jeito bem específico.
Assim, no dia 1.º de maio de 1955, o Papa declarou que, dali para frente, a data seria a festa litúrgica de São José Operário. Ele contou a novidade aos operários com estas palavras:
Estamos felizes por anunciar-vos nossa decisão de instituir — como, de fato, instituímos — a festa litúrgica de São José Operário, para o dia 1.º de maio.
Estais satisfeitos com este nosso presente, operários? Estamos certos de que estais, porque o humilde operário de Nazaré não somente personifica diante de Deus e da Igreja a dignidade de um homem que trabalha com suas mãos, mas é também o guardião providente de vós e vossas famílias (Alocução à Associação Cristã de Trabalhadores Italianos, 1.º de maio de 1955).
São José é, de fato, uma luz na escuridão e modelo de trabalhador.
O diabo odeia São José por seu trabalho honesto e diligente. Logo no começo da história humana, a serpente perversa iniciou seu ataque ao gênero humano precisamente onde nossos pais trabalhavam: o jardim do Éden. Lúcifer odeia o trabalho.
Ele particularmente desdenha o fato de que, por amor, Deus tenha se humilhado para tornar-se homem, fazendo-se capaz de trabalhos manuais.
Jesus passou muitos anos na carpintaria de São José trabalhando diligentemente.
E foi essa a sua preparação para voltar ao primitivo local de trabalho do homem — o jardim, o Jardim do Getsêmani, especificamente — e realizar a tarefa árdua da nossa redenção.
Pois bem, a festa litúrgica de São José Operário foi instituída pela Igreja justamente para incutir nos trabalhadores o mesmo ímpeto salvífico que Jesus tinha no Coração durante suas horas de trabalho ao lado de seu pai.
Fazendo-se carne, Jesus santificou o trabalho humano e o elevou a um nível de grandeza que não existia antes da sua Encarnação.
Sendo de condição divina, Deus se humilhou a si mesmo, fez-se um homem e trabalhou como homem; em sua humanidade, aprendeu a trabalhar como homem, imitando o seu pai na terra, São José.
Com esse mesmo espírito de oração e labor — ora et labora —, os operários cristãos devem expulsar os demônios da acídia, da concupiscência e do orgulho que tanto destroem as famílias.
E é de São José, nosso patrono, que os trabalhadores devem herdar tal espírito.
Saibamos, pois, neste dia, recorrer à intercessão do glorioso São José, a fim de que, com seu modelo, ele nos ajude a expulsar os demônios que nos impedem de cumprir nossa vocação.