O fechamento de uma presença de 50 anos e a crise de vocações na Igreja

O mundo assiste a mais um capítulo triste da crise espiritual que assola a Cristandade: depois de 50 anos de presença na Nicarágua, a Ordem dos Frades Carmelitas Descalços da América Central anunciou sua retirada do país, alegando falta de vocações.
A decisão, oficializada em comunicado assinado pelo frei Edgardo Hernández, provincial da ordem, levanta uma série de reflexões que vão além de um simples encerramento administrativo. O que está acontecendo com a Igreja na América Latina? Estamos diante de um sinal dos tempos?
O adeus dos Carmelitas Descalços: mais do que um fechamento
Os frades carmelitas agradeceram ao arcebispo de Manágua, dom Leopoldo Cardeal Brenes, e à comunidade arquidiocesana pelo apoio e pela convivência ao longo das décadas. No comunicado, mencionam a alegria de ter vivido com os fiéis o fervor da devoção mariana e da Eucaristia. Contudo, o que se percebe é que a realidade espiritual do país os forçou a se retirar.
A falta de vocações é uma justificativa plausível, mas não é a única. O clima político e social da Nicarágua, marcado pela perseguição sistemática à Igreja, também não pode ser ignorado. Padres e bispos têm sido perseguidos, exilados e até presos por um governo hostil ao Catolicismo.
Em um cenário como esse, a retirada dos Carmelitas Descalços é um golpe não apenas para a Igreja local, mas para toda a Cristandade.
O que acontece quando uma nação abandona Deus?
Há um princípio básico na história das civilizações: quando um povo abandona Deus, Deus o abandona. O fechamento de uma presença religiosa de cinco décadas é um sintoma da decadência de uma sociedade.
Santa Teresa de Ávila, fundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços, dizia que o maior erro de um católico é confiar excessivamente nas forças humanas e esquecer-se de que Deus é a verdadeira força que sustenta a Igreja.
O Padre Pio, um dos maiores santos modernos, também alertava: a crise da Igreja não está apenas nos ataques externos, mas na falta de santos dentro dela. A falta de vocações, mencionada pelos Carmelitas Descalços, não é um acaso. Quando um povo perde o fervor religioso, as vocações desaparecem, os seminários se esvaziam e os mosteiros são abandonados.
O chamado para a restauração
A retirada dos Carmelitas da Nicarágua é uma advertência. Se um país inteiro pode perder uma ordem religiosa por falta de vocações, quem garante que outras nações não seguirão o mesmo caminho?
No Brasil, na Europa, em tantos outros lugares, a crise de vocações também é uma realidade. O que podemos fazer?
- Primeiro, rezar pelas vocações. Devemos pedir a Nossa Senhora que inspire jovens a entregarem suas vidas ao sacerdócio e à vida religiosa.
- Segundo, fortalecer a formação das famílias católicas. É nos lares que nascem os santos e os sacerdotes.
- Terceiro, não nos calarmos diante da perseguição. A retirada dos Carmelitas Descalços é também um sinal de que precisamos defender a Igreja com mais firmeza.
Diante desse quadro preocupante, você pode agir. Reze pelos sacerdotes e religiosos que ainda estão na Nicarágua e por aqueles que enfrentam perseguição em outros países.