As Indulgências: Um Tesouro de Misericórdia Oferecido a Nós

Entenda como a Igreja preserva e concede esta graça espiritual milenar, instrumento de perdão, reparação e comunhão com Deus.

São Francisco de Assis obtém a Indulgência plenária do Papa Honório III

O sentido profundo das indulgências

Poucos temas da fé católica são tão mal compreendidos — e, ao mesmo tempo, tão ricos em misericórdia — quanto as indulgências.

Ao longo dos séculos, foram motivo de controvérsias e até de escândalos, mas também de esperança para milhões de fiéis que desejam reparar seus pecados e ajudar as almas que aguardam a visão de Deus.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, indulgência é “a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa”.

Ou seja, não é um “perdão automático” nem um “passaporte para o Céu”, mas um meio pelo qual Deus, por meio da Igreja, permite que os fiéis reparem as consequências de seus pecados e purifiquem a alma.

Mesmo após a confissão, em que a culpa é perdoada, permanecem as feridas que o pecado deixou.

Essas feridas, como lembrava o Padre Pio, precisam ser curadas pela penitência e pelo amor.

O pecado tem consequências

Cada pecado provoca desordem na alma e gera um apego desordenado às criaturas.

E, como toda ação humana, seus efeitos ultrapassam o indivíduo, atingem famílias, comunidades e a própria Igreja.

Imagine um vitral magnífico em uma catedral. Um só golpe de pedra pode quebrar uma parte dessa beleza, prejudicando a visão de todos.

O perdão restaura a amizade com Deus, mas não reconstrói automaticamente o vitral: é preciso reparar.

As indulgências são justamente essa mão estendida de Deus, oferecendo-nos as ferramentas para reconstruir o que foi ferido.

E mais: permitem que usemos o “tesouro espiritual” da Igreja — os méritos infinitos de Cristo, da Virgem Maria e dos santos — em nosso favor ou em favor das almas do Purgatório.

É exatamente esse amor pelas almas esquecidas que move os membros da Liga de Resgate das Almas do Purgatório.

Una-se a essa obra de misericórdia e ajude a libertar as almas que esperam o Céu.

Como surgiram as Indulgências na Igreja?

Nos primeiros séculos do Cristianismo, a confissão era um processo longo e rigoroso.

O pecador confessava, cumpria uma penitência — às vezes por anos — e só então recebia o perdão.

Durante as perseguições romanas, muitos mártires, prestes a morrer por Cristo, escreviam aos bispos pedindo que seus sofrimentos fossem aplicados em favor de outros cristãos penitentes.

Era o amor substitutivo, a oferta da própria dor pela remissão do próximo. Essa prática, nascida do heroísmo dos primeiros mártires, deu origem à doutrina das indulgências.

Ela é a expressão viva da comunhão dos santos, um lembrete de que somos um só corpo em Cristo e de que os méritos de uns podem ajudar na salvação de outros.

Por que buscar indulgências mesmo após a confissão?

Porque o perdão dos pecados não elimina de imediato as inclinações desordenadas que nos afastam de Deus.

A penitência purifica, educa e fortalece a alma — e a indulgência é a Igreja Mãe que, vendo o esforço do filho, estende a mão para aliviar o peso dessa caminhada.

Voltando ao exemplo do vitral da Igreja. O gesto foi individual, mas o dano prejudicou a todos.

Arrependido, o agressor pede perdão ao dono do vitral, que, movido por bondade, o perdoa. No entanto, o perdão não repara o dano.

Aquele que se arrependeu deve empregar os meios possíveis para restaurar a beleza perdida.

Sabendo que o Dono tem as ferramentas adequadas, ele recorre a Ele, desejando devolver o esplendor da obra, não só para si, mas para todos.

Indulgência plenária e parcial

A Igreja, em sua sabedoria, distingue dois modos de participação nesse auxílio espiritual para que ele se purifique: as indulgências plenárias e as parciais.

Indulgência plenária, o próprio nome diz, ela redime totalmente a pena que a pessoa teria que cumprir no purgatório.

Enquanto a parcial, redime só em partes.

Ambas são graças extraordinárias, e na maior parte dos casos, podem ser aplicadas tanto a si mesmo quanto às almas dos falecidos.

A plenária é totalmente eficaz e definitiva para reparar por completo as penas do pecado, tanto dos vivos, quanto dos falecidos.

Ou seja, se eu tivesse que permanecer 200 anos no Purgatório, e obtiver uma indulgência plenária, estaria completamente livre dessa pena.

Por isso, se eu tenho um parente que faleceu e cumpro uma obra indulgenciada, essa pessoa, então, estaria liberta de todo o tempo do seu purgatório.

Como lucrar indulgências

Para obter indulgências, o fiel deve cumprir certas condições, como:

1) Fazer a obra indulgenciada.

2) Confissão e comunhão; ambas podem fazer-se no dia ou vários dias antes, ou depois (a Igreja não especifica; normalmente permite que se fixe em oito dias antes ou depois).

Com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice.

Recomenda-se que a comunhão seja feita no próprio dia da obra indulgenciada, mas não é obrigatório.

3) Estado de Graça: é necessário estar em estado de graça quando se faz a obra indulgenciada e ter desapego ou detestação de todo o pecado, mesmo venial;

4) Rezar pelas intenções do Papa, por exemplo, um Pai-Nosso, uma Ave Maria e um Glória, o que se pode fazer no mesmo espaço de tempo indicado acima, mas também se recomenda que seja no próprio dia da obra indulgenciada

(Há indulgências que podem requerer outras condições, por exemplo, se a obra indulgenciada se liga à visita de um lugar santo, deve dizer-se aí o Pai-Nosso e o Credo).

Existem diversas obras indulgenciadas pela Igreja. Para conhecer melhor quais são elas, consulte o Manual das Indulgências ou converse com seu pároco.

Um chamado à misericórdia

As indulgências são, acima de tudo, um tesouro de misericórdia. Elas nos recordam a infinita bondade de Deus, que deseja não apenas perdoar, mas também curar e restaurar o coração humano.

Seguir o exemplo de santos como Padre Pio, que ofereciam seus sofrimentos pela salvação das almas, é um caminho seguro de santificação e amor ao próximo.

Clique aqui e inscreva-se na Liga de Resgate das Almas do Purgatório. Juntos, podemos cumprir o apelo de Padre Pio: “Esvaziar o Purgatório com nossas orações.”

Não perca a oportunidade de viver essa graça que a Igreja oferece abundantemente. Reze, confesse-se, participe da Eucaristia e receba indulgências.

Que Nossa Senhora, Mãe de Misericórdia, nos ajude a compreender esse tesouro celestial e a viver com fé as indulgências que o Céu nos concede.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Inscreva-se grátis

para receber os melhores conteúdos e orações

Últimos Posts

Search

Para mais informações ligue:

Ligação gratuita


Atendimento: segunda a sexta, das 8:00 às 18:00.

A ligação é grátis para todo o Brasil.

INSCRIÇÃO REALIZADA

Se você gosta dos conteúdos da Regina Fidei e deseja manter esta obra na internet, por favor, faça uma doação simbólica.

Acesse esta página 100% segura 

Dependemos unicamente da generosidade de pessoas como você para continuar este trabalho de apostolado.

Sua pequena contribuição, aqui, será um combustível para estimular ainda mais os voluntários, religiosos e colaboradores que se dedicam fielmente a resgatar a Fé Católica.

Obrigado e conte com nossas orações.

Equipe de Conteúdo Apostólico
Associação Regina Fidei