Excertos de um vídeo do Padre Duarte Lara – Exorcista autorizado pela Igreja
É cada vez mais comum encontrar nas redes sociais vídeos e livros que relatam casos de exorcismo com detalhes sobre o que o demônio diz. Muitos católicos se deixam fascinar por essas “revelações”, mas há um grande perigo escondido nisso: dar ao pai da mentira o papel de mestre da verdade.
Jesus, nos Evangelhos, silenciava os demônios. Mesmo quando eles diziam algo verdadeiro — “Tu és o Filho de Deus!” — Nosso Senhor os mandava calar: “Cala-te e sai deste homem” (Mc 1,25).
Ele não queria que a verdade fosse proclamada por lábios mentirosos. Por isso, devemos ser prudentes. Quando nos interessamos demais pelo que o demônio diz, podemos acabar — mesmo sem perceber — tornando-o nosso catequista. E isso é inadmissível.
A verdade vem de Deus, dos Evangelhos, dos santos e da Igreja. Não do inferno.
Contudo, há algo que, sim, merece ser observado com atenção: as reações do demônio diante da presença da Santíssima Virgem Maria.
E isso eu já pude testemunhar inúmeras vezes ao longo de mais de 25 anos de experiência com exorcismos. São sinais que confirmam, com clareza desconcertante, que Nossa Senhora é o terror do inferno.
O nome que o demônio não ousa pronunciar
Jamais — repito, jamais — vi um demônio pronunciar os nomes de “Jesus” ou “Maria”. Ele sempre se refere a Eles de forma indireta: “ela”, “esse”, “aquela”.
O inferno odeia esses nomes, pois o nome, nas Escrituras, é mais do que uma palavra: é presença. Invocar o nome de Maria com fé é tornar Sua presença real, viva e atuante.
E por isso, a simples repetição dos nomes “Jesus” e “Maria” já se torna uma oração poderosíssima. Para pessoas atormentadas, às vezes incapazes até de formular pensamentos, eu costumo recomendar: diga apenas, com fé: “Jesus, Jesus, Jesus… Maria, Maria, Maria…”
É eficaz. O inferno sabe disso. E teme.
Escapulário do Carmo: uma reação inesperada
Num exorcismo de intensidade média, enquanto a pessoa estava se recuperando, ofereci-lhe o escapulário do Carmo. Tudo estava tranquilo, ela já conversava normalmente.
Mas no exato momento em que passei o escapulário por sobre sua cabeça, o demônio se manifestou com violência. Um ataque inesperado, agressivo, confirmando de maneira visceral o poder desse sacramental mariano.
O escapulário é uma proteção dada por Nossa Senhora. O inferno sabe disso. E odeia.
A medalha milagrosa que não pôde ser tocada
Em outro caso, ao estender a medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças para uma jovem — filha de um homem envolvido com magia negra — ela não conseguiu recebê-la.
Seu braço foi violentamente puxado para trás, como se uma força invisível impedisse o gesto mais simples: aceitar uma medalha. A medalha sequer a tocou. Mas o demônio reagiu como se queimasse.
Mais uma prova da eficácia dos sacramentais dados pela própria Mãe de Deus.
O terço e a corrente da Consagração
Durante os exorcismos, costumo pedir que os assistentes rezem o terço em silêncio. Por vezes, só o fato de encostarem o terço na pessoa possuída provoca gritos, contorções e tentativas de afastamento.
Em um caso, um dos assistentes — consagrado à Virgem Maria — usava a corrente da Consagração Total. O demônio olhou fixamente para a corrente e se contorceu de ódio, como se fosse ferido por ela.
O sinal de consagração à Santíssima Virgem é um escudo invisível e eficaz. O inferno o reconhece. E teme.
Uma mão invisível que impede o ataque
Em mais de duas décadas, nunca sofri um ataque direto grave durante um exorcismo. E não por mérito meu, mas por algo que sempre reconheci como o manto protetor de Nossa Senhora.
O demônio, por vezes, tenta agarrar, arranhar, cuspir, morder, insultar. Mas algo sempre o impede no último instante. Uma barreira invisível o detém. E eu continuo rezando, confiando que Maria está ali, entre mim e o inferno, como Mãe e Guardiã.
Maria está presente. E atua.
Nos exorcismos, nos sacramentais, na vida espiritual, na caminhada rumo à santidade — Maria está presente.
A medalha milagrosa, o escapulário do Carmo, o Santo Rosário, o sinal da Consagração Total: todos esses são instrumentos de Maria. E são eficazes, mais do que podemos imaginar.
E não apenas para nos proteger do mal, mas para nos unir mais profundamente a Jesus. Porque os sacramentais dispõem a alma à graça.
Uma medalha usada com fé torna a comunhão mais frutuosa. Um escapulário bem vivido intensifica o arrependimento na confissão. Tudo isso é meio de santificação.
Não despreze os auxílios do Céu. Use-os com fé.
Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, nunca se cansa de cuidar dos seus filhos. Recorrer a Ela é sabedoria. Amar os seus sinais é prudência. E invocar o seu nome é segurança.
E lembre-se: não há contraindicações. Só graças.
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