A Salvação de Marselha: Como o Sagrado Coração de Jesus Derrotou a Peste de 1720

Quando tudo parecia perdido, a confiança no Sagrado Coração de Jesus salvou Marselha da peste que matou milhares.

A peste em Marselha em 1720 (óleo sobre tela). Musee Atger, Faculte de Medecine, Montpellier, France

A praga que varreu Marselha

Em 25 de maio de 1720, o navio Le Grand-Saint-Antoine atracou no porto de Marselha, na França, trazendo, sem que ninguém soubesse, o flagelo que devastaria a cidade.

Vindos da Síria, seus porões carregavam mais que mercadorias: levavam o bacilo da peste.

O descaso das autoridades locais permitiu a entrada da doença que, em poucos meses, se alastraria como fogo em palha seca.

Em seu auge, entre agosto e setembro, a peste ceifava cerca de mil vidas por dia.

Ao fim da tragédia, estima-se que metade da população da cidade havia sucumbido, somando quase 120 mil mortos em toda a região da Provença.

Fuga em massa… e um bispo que ficou

O caos se instalou. Autoridades, nobres e até parte do clero abandonaram Marselha, buscando refúgio e segurança no campo.

Mas um homem permaneceu. D. Henri de Belsunce, bispo de Marselha, recusou-se a abandonar suas ovelhas.

Enfrentando o risco de contágio e a fome, caminhava entre os doentes, levava os sacramentos, celebrava Missas nas ruas e organizava procissões.

Enquanto muitos fugiam, ele se mantinha firme. Em carta, escreveu:

“Quanto a mim, estou resolvido a permanecer com os doentes, a consolá-los, a morrer, se necessário, de peste e de fome…”.

Alguns sacerdotes que num momento de pânico haviam fugido, exortados pelo bispo e encorajados pelo seu exemplo, voltaram e se devotaram heroicamente ao socorro espiritual dos desditados fiéis.

O preço, porém, foi alto: mais de 250 Padres e Religiosos pereceram na sua missão de caridade cristã.

Um Escudo contra a Peste: O “Detente” do Sagrado Coração

Diante dos estragos produzidos pela peste e da absoluta falta de meios humanos para deter o flagelo, Nosso Senhor interveio!

Na mesma cidade, longe dos holofotes, Irmã Anne-Madeleine Remuzat, discípula de Santa Margarida-Maria Alacoque, recebeu em oração uma inspiração divina:

Era preciso recorrer ao Sagrado Coração de Jesus. D’Ele que viria o socorro.

Lembrou-se da promessa do Divino Coração que Santa Margarida Maria revelou numa carta dia 2 de março 1686:

“Ele (Jesus) deseja que seja feito um escudo com a imagem do Sagrado Coração…”

Logo, milhares de pequenas imagens foram distribuídas: pedaços de pano vermelho com o Sagrado Coração impresso, acompanhados da inscrição:

“Coração de Jesus, abismo de amor e de misericórdia, em vós deposito toda a minha confiança e espero tudo da vossa bondade.”

Chamadas de “detente”, essas pequenas imagens se tornaram símbolo de esperança.

Pessoas que as portavam relatavam curas, proteção e consolo espiritual.

Assim como aqueles fiéis encontraram proteção no Coração de Jesus, também hoje podemos nos unir aos Guardiões do Sagrado Coração, amando, vigiando e reparando.

Para fazer parte dessa família espiritual, ligue 0800 006 1223 (Brasil) ou 707 502 677 (Portugal).

A consagração pública ao Sagrado Coração: o ato salvador

Mas a peste não recuava. A epidemia era vista como uma punição de Deus.

O Bispo D. Henri de Belsunce a considerava especialmente como uma punição por causa da atuação dos hereges jansenistas na sua diocese.

Então, em outubro de 1720, Dom Belsunce realizou um gesto ousado: consagrou toda a cidade e a diocese de Marselha ao Sagrado Coração de Jesus, instituindo uma festa litúrgica em sua honra.

No dia de Todos os Santos, ele atravessou a cidade descalço, com uma corda ao pescoço em sinal de penitência pública, representando o povo diante de Deus.

E algo extraordinário aconteceu: o número de mortos começou a cair. A peste parecia perder sua força.

Pouco depois, o mal cessou completamente. Marselha estava salva!

Mas o Céu ainda esperava mais…

No entanto, a história ainda guardava um último ensinamento.

Como não houve sincera conversão dos corações e o fim da praga foi acompanhado por um retorno das imoralidades.

Os magistrados civis, muitos deles jansenistas e racionalistas, haviam se recusado a participar da consagração feita pelo bispo.

No início de maio de 1722, a epidemia se reacendeu. Mais uma vez, a peste devastou a cidade e estendeu-se aos campos circundantes.

Só se retiraria definitivamente quando os Magistrados (representantes da Autoridade pública) dessem o exemplo e envolvessem oficialmente a cidade nesse culto ao Sagrado Coração.

As orações públicas foram intensificadas. Uma novena foi organizada. E então, a peste desapareceu para nunca mais voltar.

Uma lição que atravessa os séculos

Hoje, passados 300 anos, Marselha ainda celebra sua libertação.

E nós, que vivemos tempos de insegurança, doenças e crises morais, temos muito a aprender com aquela cidade que, em meio à morte, encontrou salvação no Coração de Jesus.

A peste não foi vencida por remédios ou decretos, mas pela penitência e por um ato público de confiança no Coração de Jesus.

O Sagrado Coração continua sendo a esperança dos que não têm mais esperança. Assim como Marselha encontrou refúgio em Jesus, também você pode colocar sua vida sob essa proteção.

Torne-se um Guardião do Sagrado Coração: ligue 0800 006 1223 (Brasil) ou 707 502 677 (Portugal).

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