Por toda a França, uma pergunta incômoda ganhou força.
Como milhares de mesquitas foram erguidas e ampliadas em tão pouco tempo?
Os números são contundentes. Em 1970, segundo o CNRS — o Centro Nacional de Pesquisa Científica, o mais prestigiado órgão público de pesquisa da França — existiam menos de dez mesquitas oficiais em todo o país.
Em 1980 já eram cerca de 150. Em 2001 o total ultrapassou 1.500. Hoje a França se aproxima de 3.000 mesquitas, e esse número continua a crescer rapidamente.
Segundo denúncia da Associação Avenir de la Culture, “uma nova civilização se enraíza em nosso cotidiano, sem que ninguém jamais nos tenha consultado.”
Subvenções municipais: uma realidade que já não pode ser negada
A explicação para o aumento exponencial do número de mesquitas não está apenas na demografia.
O núcleo do problema aparece nas decisões das prefeituras, tomadas com dinheiro público e pouca transparência.
Em Estrasburgo, um caso tornou-se emblemático.
Em 2021, a prefeitura — comandada pelos ecologistas, movimentos “Verdes” alinhados à esquerda — aprovou uma subvenção de 2,5 milhões de euros para uma nova mesquita.
O projeto financiado foi a megamesquita Eyüp Sultan, ligada ao grupo Milli Görüs, conhecido pela proximidade com o islamismo político.
A decisão gerou questionamentos imediatos. Muitos críticos apontaram o viés ideológico da organização beneficiada.
Essas mesquitas vão muito além da oração, elas se tornam o centro ativo de uma comunidade que afirma um modo de vida em clara ruptura com a tradição cristã da França.
A polêmica cresceu após revelações sobre contatos internacionais da própria administração local.
Segundo a revista Le Point, um funcionário municipal viajou ao Catar acompanhado de representantes da mesquita. O objetivo da viagem era solicitar milhões de euros em financiamento externo.
O quadro revelado pelos fatos é claro: a prefeitura passou a agir como intermediária de pedidos dirigidos a governos estrangeiros ligados ao islamismo político, assumindo um papel que ultrapassa em muito suas atribuições administrativas.
Diante de fatos como esses, uma questão se impõe: quem continuará trazendo essas informações à luz, quando o silêncio institucional se torna conveniente?
Contribua com nosso apostolado e permita que esse trabalho de denúncia continue.
Metz: dinheiro estrangeiro e falta de transparência
Outro episódio importante ocorreu em 2024. Em Metz, uma subvenção municipal de 490 mil euros foi aprovada para a construção de uma grande mesquita.
Pouco depois, veio à tona uma segunda fonte de recursos: o rei do Marrocos havia doado 1 milhão de euros para o mesmo projeto. A informação foi revelada pelo Journal du Dimanche.
Quando prefeitos franceses atuam como ponte para doações de monarquias estrangeiras, o gesto ultrapassa o simples apoio religioso e revela uma estratégia de influência duradoura.
Hoje se levanta a questão de que essas decisões fortalecem aquilo que Avenir de la Culture descreve como “a transformação silenciosa, mas radical de nossa sociedade.”
Um contraste que salta aos olhos
Há ainda outro elemento decisivo. O contraste entre o tratamento dado ao islamismo e às tradições cristãs.
Em várias cidades, prefeitos ecologistas inauguram mesquitas com entusiasmo. Em paralelo, cerimônias cristãs tradicionais são frequentemente ignoradas.
Em Lyon, isso ficou evidente. O prefeito Grégory Doucet celebrou a inauguração da mesquita de Gerland em 2022.
Ao mesmo tempo, ele se recusa a participar do tradicional Vœu des Échevins. A cerimônia faz parte da identidade cristã de Lyon desde o século XVII.
Em outros municípios, percebe-se outro padrão. A assim chamada laicidade é aplicada com dois pesos e duas medidas.
Ela é flexível e acolhedora quando se trata do islamismo. E torna-se rígida, até hostil, quando envolve a herança cristã.
A reação começa: a voz do Avenir de la Culture
Diante desse cenário, parte da sociedade francesa começou a reagir. A Associação Avenir de la Culture assumiu papel central nessa mobilização.
A entidade lançou uma mobilização nacional com uma advertência contundente. Segundo a iniciativa, “as mesquitas são as casernas do islã.”
A campanha retoma a fórmula do ideologo turco do início do século XX e referência do nacionalismo islâmico, Ziya Gökalp: “Os minaretes são nossas baionetas, as cúpulas nossos capacetes, as mesquitas nossas casernas e os fiéis nossos soldados.”
A organização Avenir de la Cultura denuncia vários pontos. Entre eles:
- o financiamento público direto e indireto de projetos ligados ao islamismo político;
- a falta de transparência em subvenções e doações estrangeiras;
- o uso das mesquitas como plataformas que organizam e promovem um modelo cultural diverso da tradição civilizacional francesa;
- a omissão do Estado diante do avanço de estruturas que “não são apenas lugares de oração”.
A mobilização conclama os franceses à vigilância, pede “lucidez antes que seja tarde” e deseja que este alerta sirva como “um eletrochoque que ilumina, alerta e chama à consciência.”
A encruzilhada francesa
O debate vai além da construção de edifícios. Ele toca o futuro simbólico e cultural da França.
Quem definirá esse futuro? Prefeitos que intermedeiam fundos estrangeiros? Organizações politizadas com ambições civilizacionais?
Ou os cidadãos franceses, que esperam respeito por sua história e suas tradições?
A expansão das mesquitas financiadas dessa maneira indica uma mudança profunda, uma mudança decidida sem debate público.
A França enfrenta uma escolha decisiva. Ou age com coragem e transparência, ou aceita silenciosamente a alteração permanente de seu equilíbrio cultural.
Permanecer informado, apoiar quem investiga e sustentar iniciativas que se recusam a calar diante desses fatos também é uma forma de agir.
Apoiar este trabalho é recusar o silêncio. Doe para que essas denúncias continuem vindo à tona.
É essa mesma transformação que, como recorda Avenir de la Culture, “se enraíza em nosso cotidiano sem que ninguém jamais nos tenha consultado.”





