Imaculada Conceição: o Mistério que preparou a Redenção

Como a devoção, a teologia e as aparições marianas revelaram a grandeza deste mistério.

O que a Igreja realmente celebra na Imaculada Conceição

A festa litúrgica, celebrada hoje, exalta uma das grandes maravilhas da história de nossa salvação: a Imaculada Conceição de Maria.

Ou seja, que Maria Santíssima foi concebida sem pecado.

Não por mérito dela, mas em vista do seu papel na história da redenção.

Santo Afonso de Ligório ao falar da Imaculada Conceição afirma, nas Glórias de Maria:

“Maria devia ser medianeira de paz entre Deus e os homens. Logo, convinha que não estivesse, nem por um instante, em inimizade com Deus, mas que desde o primeiro instante de sua existência fosse agradável a Ele, e cheia de graça e isenta de toda a mancha de pecado.”

Assim, a Imaculada Conceição aponta para o início da existência de Maria como uma vida marcada pela graça de forma única, preparando-a para sua missão na história da salvação.

Embora essa verdade só tenha sido reconhecida como dogma pela Santa Igreja em 1854, ela é aceita e celebrada desde o início do Cristianismo.

Muitos padres e doutores do Oriente, ao exaltarem a grandeza da Santíssima Virgem, Mãe de Deus, usam expressões como: Toda Pura, lírio da inocência, mais pura do que os anjos.

Como esta festa nasceu e se espalhou entre os cristãos

A devoção à Imaculada Conceição de Maria antecede em muitos séculos a formulação do dogma.

Registros litúrgicos indicam que já no século VIII havia celebrações dedicadas à concepção de Santa Ana que traziam de forma implícita a compreensão de que Nossa Senhora foi gerada de modo singular, não como os outros homens, mesmo os mais santos como São João Batista.

No Ocidente, a celebração começou a ganhar forma entre os séculos XI e XII, inicialmente na Inglaterra e depois em outras regiões da Europa.

Ainda não havia uma definição oficial, mas a festa se consolidava como expressão de fé popular e monástica.

Em 1477 a festa da Imaculada Conceição de Maria foi introduzida no calendário romano pelo papa Sisto IV para ser celebrada no dia 8 de dezembro.

Contudo, essa devoção crescente e a teologia que a sustentava precisavam de um embasamento doutrinal incontestável porque, infelizmente, essa verdade ainda encontrava resistências no seio da Igreja.

Para que essa devoção pudesse tornar-se uma verdade claramente formulada, a Igreja precisaria enfrentar a questão teológica com profundidade e precisão.

A teologia confirmou a fé do povo

Em 1304, o Papa Bento XI reuniu, na Universidade de Sorbonne (França), uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem.

Foi o franciscano Beato João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho.

Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Jesus Cristo.

Essa solução teológica, conhecida como a “preredenção” de Maria, foi fundamental. Ela preparou o terreno para que, séculos depois, sinais da própria Virgem orientassem a Igreja para a definição dogmática.

Diante desse mistério tão luminoso, alguns sentem o impulso de unir a própria vida à missão que Nossa Senhora deixou aos Três Pastorinhos. É por isso que nasce o grupo Missionários de Fátima.

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A Medalha Milagrosa: Preparação para o Dogma

A própria Virgem Maria apareceu, em 1830, a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Esta medalha, anunciada em todo o mundo, possibilitou a devoção a Maria Imaculada, induzindo os bispos a solicitarem ao Papa a definição do dogma, que já era vivenciado entre os cristãos.

Esse florescimento extraordinário de devoção ajudou a amadurecer a convicção profunda de que a preservação de Maria era obra direta da graça.

Com o espírito dos fiéis já preparado e a teologia solidificada, a Igreja estava pronta para definir solenemente aquilo que professava havia séculos.

Em 1854, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição, afirmando:

“…a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda a mancha do pecado original.”

Quatro anos mais tarde, Deus mesmo confirmaria essa verdade diante do mundo.

Lourdes: A Confirmação do Dogma

A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, não apenas confirmou, mas deu um selo celestial à definição dogmática.

Quando a vidente, por ordem do pároco, perguntou à “Senhora” quem ela era, a resposta veio não como um título, mas como uma identidade essencial:

“Que soy era Immaculada Councepciou” (“Eu sou a Imaculada Conceição”).

Essas palavras, em dialeto occitano, ecoaram como uma resposta divina às preces e aos debates de séculos.

Santa Bernadette, uma camponesa analfabeta, nem sequer compreendia o significado teológico da expressão, o que atesta a autenticidade sobrenatural da mensagem.

Mais do que uma simples afirmação, a aparição em Lourdes representou uma confirmação viva e sensível da fé da Igreja.

E assim, unindo a proclamação papal e o testemunho celestial, a Igreja pôde anunciar ao mundo inteiro que Maria foi, desde o primeiro instante, plena da graça divina e livre por completo do pecado.

A Imaculada Conceição e o chamado à santidade

A partir dessa verdade luminosa, nasce uma pergunta essencial: como este mistério toca a vida de cada cristão?

O dogma da Imaculada Conceição ilumina nossa vida espiritual, evidenciando que a união com Deus está estritamente ligada à pureza.

Ninguém esteve tão unido a Jesus como a Virgem Maria, que se destaca como a única digna de gerar Cristo em seu ventre, sendo preservada desde o início.

No entanto, Cristo, que se encarnou para nos salvar, também nos chama para uma vida santa.

Celebrando este dia tão santo, realmente um dia de muitas graças, pedimos a Ela que nos ensine a dizer “sim” à vontade de Deus com a mesma confiança humilde que abriu as portas da Redenção.

Porque, contemplando a Imaculada, compreendemos que aquilo que Deus realizou plenamente nela é o destino ao qual Ele também deseja conduzir cada um de nós: uma vida plena da graça de Deus.

E quem deseja crescer nessa resposta filial ao amor de Deus encontra nos Missionários de Fátima um caminho simples, guiado por Nossa Senhora de Fátima, para vivê-lo no dia a dia.

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