A visita inesperada que mudou o entendimento de um convento inteiro.
Uma Piedosa Promessa entre Amigas
Cornélia Lampognana, nobre dama de Milão, era conhecida por sua vida de virtudes. Discreta, piedosa, generosa… seu nome era sinônimo de retidão.
Mas a história que a tradição preservou sobre ela revela algo ainda mais profundo: até as almas mais fiéis precisam passar pelo fogo purificador antes de contemplar a glória eterna.
Cornélia tinha por amiga íntima uma freira dominicana, mulher de grande sensibilidade espiritual.
Certo dia, conversando na capela sobre a brevidade da vida, ambas fizeram um pacto simples e ousado:
Quem morresse primeiro apareceria à outra para revelar o destino da própria alma.
O tempo passou. As duas seguiram suas vidas. Mas cinco anos depois, Cornélia deixou este mundo.
A amiga dominicana, já quase esquecida da promessa, foi surpreendida.
Três dias após a morte de Cornélia, enquanto rezava diante do crucifixo, ouviu seu nome ser chamado. A voz era inconfundível. Era sua amiga Cornélia.
Até os Justos Precisam Ser Purificados
Tomada de espanto, a freira perguntou: “Ó Madame Cornélia! Já estais na glória eterna?”
A resposta veio doce… e desconcertante:
“Ainda não, estou no lugar de exílio. Preciso reparar as ofensas cometidas contra a majestade divina. Mas, graças ao meu doce Salvador, meu purgatório logo terminará.”
O impacto foi profundo. A amiga sempre acreditara que Cornélia seria recebida imediatamente no Céu.
Mas a visita de Cornélia vinha lhe provar que até mesmo aqueles que consideramos como santos, que tenham morrido confortados pelos sacramentos da Santa Igreja, precisam de purificação.
Visita aos Jardins da Alma
Envolvida por uma luz suave, a freira dominicana sentiu-se transportada para um jardim coberto por videiras que cintilavam como ouro e prata.
Nas folhas, caracteres luminosos. Cornélia, então a convidou: “Leia estas folhas.”
Ao lê-las, viu ali impressos os seus defeitos mais sutis: distrações, intenções imperfeitas, pequenas faltas quase imperceptíveis.
Cornélia explicou:
“São as nossas ações. Nelas ficam impressas as intenções que as orientam. Antes de entrar no Céu, tudo deve ser purificado.”
Em seguida, foram conduzidas a outro jardim, mais sério, mais denso. Havia ali escritas faltas mais concretas: orações distraídas, palavras inúteis, reverências feitas sem atenção.
A freira, perplexa, perguntou: “Como é possível, Cornélia? Tu, tão devota… ainda precisas ser purificada?”
A resposta foi humilde:
“Recebi muitos dons… mas ganhei poucas indulgências. Muitas vezes rezei sem atenção. Por isso estou neste exílio de amor.”
A luz ao redor começou a mudar, e Cornélia fez um último pedido antes de desaparecer:
“Peça Missas de Réquiem por mim. Elas apagarão muitas das manchas destas folhas.”
Se desejar ajudar almas como Cornélia com Missas, sufrágios e orações semanais, torne-se membro da Liga de Resgate das Almas do Purgatório.
Clique aqui e una-se a esta missão de caridade eterna.
A freira ficou perturbada, sem saber se havia realmente vivido uma visão ou se sua imaginação tinha sido enganada.
Na noite seguinte, enquanto rezava, ouviu novamente a voz de Cornélia.
“Não duvides. Sou Cornélia. Peço que tu e tuas irmãs recitem três vezes a Salve Rainha: pela pureza de Maria, pela obediência e pela humildade.”
Todo o convento obedeceu. Rezaram Missas de Réquiem e entoaram as Salve Rainhas com devoção profunda, suplicando pela alma daquela mulher tão estimada.
Algumas semanas depois, no dia da Assunção, a freira recebeu uma última visita. Era Cornélia revestida de luz.
Suas vestes eram brancas como neve, seu rosto brilhava com serenidade e paz, e o ambiente se encheu de um perfume suave, como se flores invisíveis estivessem desabrochando.
“Graças às Missas e às orações, meu tempo de purificação terminou. Agora contemplo a luz eterna. Bendito seja Deus.”
A visão se dissipou, deixando apenas o perfume no ar, mas esse perfume ensinou mais do que qualquer sermão.
A Verdade Que Sua Aparição Revelou
A experiência marcou profundamente toda a comunidade.
O Céu não aceita qualquer mancha. Pois como diz o Salmo 24:
“Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo.” (Sl 24(23), 3-4).
A santidade não é apenas fazer o bem… É fazê-lo com pureza de intenção, com amor verdadeiro, com humildade e vigilância.
Se até Cornélia, tão virtuosa, precisou ser purificada, quanto mais nós devemos rezar, vigiar, reparar e buscar conversão.
Deus permitiu que Cornélia Lampognana aparecesse para lembrar que é necessário viver com mais retidão, mais atenção, mais amor e mais fervor.
Porque somente os puros verão a Deus, os verdadeiramente puros, não aqueles que vivem de qualquer maneira.
E ao meditar sobre isso, torna-se impossível não lembrar das almas que ainda esperam a sua purificação.
Elas dependem das orações de quem ainda caminha na terra.
Clique aqui e, através da Liga de Resgate das Almas do Purgatório, estenda essa caridade silenciosa a quem mais precisa.
