Cristofobia: o ataque aos cristãos e o silêncio cúmplice

Perseguição armada, hostilidade cultural, manipulação ideológica e blasfêmia. Hoje apresentamos 7 exemplos que revelam a erosão crescente da liberdade de ser cristão.

Nesta semana, fatos ocorridos em diferentes países e contextos apontam para um mesmo fenômeno: cresce a tendência de restringir a fé cristã, seja empurrando-a para a esfera privada, seja ridicularizando-a.

A perseguição violenta convive com o silêncio das instituições e, com frequência, com a indiferença diante de blasfêmias públicas.

Não são episódios isolados, mas sinais de um ambiente cada vez mais hostil à presença pública da fé — sobretudo quando vivida de forma coerente.

Os exemplos a seguir expõem, com clareza, como a liberdade religiosa dos cristãos vem sendo lentamente comprimida no mundo contemporâneo.

Antes de seguir, una-se a nós para que essas denúncias nunca sejam silenciadas. Apoie este apostolado que dá voz aos cristãos perseguidos.

1. Nigéria. A perseguição que já não pode ser relativizada

A Conferência Episcopal da Nigéria alertou que a violência contra os cristãos é tão grave e contínua que já começa a ser tratada como possível genocídio.

Antes quase ninguém usava essa palavra genocídio , mas, diante dos fatos, testemunhos e dados internacionais, já não é possível ignorá-la.

Na madrugada de 21 de novembro, homens armados invadiram um internato cristão e sequestraram 303 estudantes e 12 professores, no terceiro ataque em apenas uma semana.

No dia 23, o Papa Leão XIV fez um apelo público:

“Peço a libertação imediata dos sequestrados na Nigéria e nos Camarões. Sacerdotes, estudantes e fiéis. Que sejam devolvidos com segurança às suas famílias.”

Desde o início dos anos 2010, estima-se que cerca de 1 milhão de cristãos tenham sido deslocados por ataques armados. Aldeias desapareceram e comunidades inteiras foram extintas.

Apesar disso, parte da imprensa internacional ainda tenta relativizar a motivação religiosa.

Alguns veículos afirmam que “também muçulmanos foram atacados”; outros atribuem a violência a “disputas agrárias ligadas às mudanças climáticas”.

Mas os dados são claros. Segundo o Observatory for Religious Freedom in Africa, entre 2019 e 2024 cristãos foram assassinados numa taxa 5,2 vezes maior que muçulmanos.

A Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa confirma que grupos armados “visam principalmente comunidades cristãs”, especialmente em extorsões e invasões de terras.

O padre Ukuma Jonathan Angbianbee, em entrevista à Aid to the Church in Need, afirmou:

“Dizem que querem apenas a terra. Mas quando atacam a igreja e fazem uma comunidade católica desaparecer, fica difícil negar a motivação religiosa.”

Em muitos círculos locais, repete-se uma frase dura:

“Dizem que não é genocídio. Mas somos nós que estamos morrendo.”

2. Índia. Intimidação seletiva contra católicos durante a festa de Cristo Rei

No estado de Jharkhand, os católicos celebram há mais de 20 anos a festa de Cristo Rei com procissões públicas.

Este ano, pela primeira vez, a celebração foi alvo de protesto organizado por radicais hinduístas.

O grupo radical Janjati Suraksha Manch (JSM) acusou os cristãos de promover “conversões disfarçadas”.

“Escolheram o dia da festa para provocar confusão e chamar atenção da imprensa”, relatou Ratan Tirkey.

Desde 2017, o estado de Jharkhand possui uma das assim chamada “leis anticonversão” mais rígidas da Índia: prevê até três anos de prisão. Em vez de proteger minorias, tem sido usada para restringi-las.

Declarou o ativista Praween Kachhap:

“Tudo isso é parte de um projeto ideológico que não tolera que o cristianismo eleve a condição de grupos historicamente marginalizados.”

3. Turquia. A terra dos concílios cristãos e a quase extinção da fé

A Turquia, berço dos primeiros concílios da Igreja, viu sua população cristã cair de 20% no início do século XX para menos de 0,3% hoje, segundo o European Centre for Law and Justice.

Estima-se que mais de 2 milhões de cristãos foram mortos ou expulsos entre 1915 e o fim dos anos 1920.

Hoje, a perseguição assume formas administrativas e culturais: dificuldades jurídicas, vigilância, obstáculos à prática de culto.

Um relatório sobre a situação dos cristãos no país foi encaminhado ao Conselho da Europa e coincide com os 1.700 anos do Concílio de Niceia.

Nos próximos dias, o Papa visitará Istambul por ocasião da festa de Santo André.

Entre os cristãos locais, há expectativa de que o Pontífice destaque sua condição e manifeste proximidade diante dos desafios que enfrentam.

Diante de tantas perseguições contra os cristãos, ajude-nos a dar voz a quem já não pode falar. Sua ajuda permite que a verdade seja dita quando muitos se calam.

4. Europa. O silêncio que favorece o avanço do islamismo político

A Europa não enfrenta uma perseguição aberta, mas uma desistência moral, segundo Federico Catani, do Observatório sobre Cristofobia, de Roma.

Muitas autoridades acostumaram-se a não reagir, e esse silêncio permitiu que grupos ligados ao islamismo radical se expandissem e passassem a impor práticas que entram em conflito com as leis e valores ocidentais.

Na Itália, foi criado o Osservatorio Nazionale sui Fenomeni dell’islamizzazione para monitorar situações como:

*** 88.500 casos de mutilação genital feminina, uso obrigatório de véu por menores, agressões a jovens que recusam padrões radicais, mesquitas irregulares, tentativa de criação de partido islâmico para 2027.

Segundo a deputada europeia Silvia Sardone:

“Todos os dias há mulheres ameaçadas ou agredidas apenas por quererem viver à ocidental.”

5. Venezuela, Cuba e Nicarágua. Quando a fé se torna ferramenta de poder

A Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa classificou os três países como “tríade autoritária”, onde a religião só é tolerada se útil ao regime.

Na Nicarágua, um ativista religioso, Palacios Vargas, foi preso com familiares; um deles morreu sob custódia. Mais de 450 pessoas já tiveram a cidadania revogada, incluindo religiosos.

Em Cuba, uma lei de 2024 permite retirar a cidadania de quem agir contra o que chamam de “interesses do Estado”.

Na Venezuela, o jornalista cristão Carlos José Correa Barros foi sequestrado e mantido em local desconhecido antes de ser liberado.

Pouco depois, o ditador Maduro lançou o programa “Minha Igreja Bem Equipada”, oferecendo recursos a 13.000 pastores, numa tentativa de obter apoio político de igrejas alternativas.

Segundo a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa,

“As violações na Nicarágua e na Venezuela são tão disseminadas que muitos as consideram crimes contra a humanidade.”

6. Blasfêmia no cinema. A imagem de Cristo como provocação comercial

O filme Habit, disponível na Amazon Prime e no YouTube, retrata Jesus como figura feminina sexualizada, com traços de bissexualidade e fetichismo.

A personagem envolve-se com uma mulher que se disfarça de freira para fugir de criminosos.

“A produtora jamais faria o mesmo com Maomé. Isso diz tudo”, observou um crítico.

A organização America Needs Fatima iniciou campanha internacional para a retirada do filme. Como recordou o diretor Robert Ritchie, “o silêncio dá consentimento.”

7. Brasil. A Eucaristia profanada numa igreja centenária

No dia 16 de novembro, a igreja São Sebastião, em Boa Vista (RR), foi invadida. O sacrário foi roubado e a Eucaristia, profanada, pela terceira vez desde 2023.

Segundo Dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo de Roraima,

“A Eucaristia é o coração da Igreja. Quando é profanada, é o próprio Cristo que é ferido.”

Com Spengler convocou uma missa de desagravo e orientou que imagens da profanação não sejam divulgadas em redes sociais.

Ajude-nos a defender a fé e denunciar o que muitos preferem ocultar. Clique aqui e faça sua doação!

Excluir Deus da vida pública é empobrecer o homem

Os casos apresentados demonstram que a perseguição à fé cristã não surge apenas em cenários de conflito armado.

Ela se manifesta também onde Deus é afastado da vida pública, onde o sagrado é tratado com indiferença ou exposto ao ridículo.

Quando Jesus Cristo é atacado, não se agride apenas um símbolo religioso: procura-se enfraquecer a ordem moral que brota da Sua presença, aquela que define a dignidade humana, orienta a justiça e impõe limites ao poder.

Diante disso, responder não é ceder a uma simples indignação passageira.

Responder é permanecer fiel ao que é verdadeiro, sustentar a coerência mesmo quando isso se torna impopular, defender os princípios com firmeza — com santa indignação e repulsa ao mal — e ficar de pé quando tantos preferem recuar.

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