Um cumprimento católico que ressoa as palavras do Evangelho até os nossos dias.

Uma expressão que atravessa os séculos
Entre católicos, não é raro ouvir saudações como “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo” ou “A Paz de Cristo”.
Mas há uma que desperta curiosidade: o “Salve Maria”. Muitos se perguntam de onde surgiu essa expressão e por que ela carrega tanta devoção.
A história dessa saudação não começa em um hábito popular, mas em um momento decisivo da fé cristã: a Anunciação.
Foi neste momento que o Arcanjo São Gabriel, ao chegar à casa da Virgem Santíssima, proclamou: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28).
É desse momento que nasce a inspiração para a expressão “Salve Maria”, que guarda o mesmo espírito da saudação angélica e recorda, a cada repetição, o início da história da nossa salvação.
São Bernardo e a resposta da Virgem
Um dos grandes propagadores dessa prática foi São Bernardo de Claraval, devoto ardoroso da Mãe de Deus.
Costumava, sempre que passava diante de uma imagem de Nossa Senhora, repetir em voz alta a saudação:
— “Ave, Maria!”
Um dia, ao fazê-lo com ainda mais fervor, ouviu da própria Virgem a resposta:
— “Eu te saúdo, ó Bernardo!”
Esse episódio mostra que a saudação não é apenas uma fórmula, mas um diálogo de amor e devoção entre os filhos e a Mãe do Céu.
A propagação da saudação
O costume ganhou força no século XVI, com a fundação da Congregação Mariana pelos jesuítas.
Essa confraria, cujo objetivo é fomentar a devoção a Nossa Senhora, adotou a saudação como cumprimento entre seus membros, consolidando-a como expressão de identidade católica.
Esse costume foi sendo transmitido de geração em geração, até que, no Brasil, na década de 1920, a expressão ganhou uma adaptação: de “Ave Maria” passou-se a dizer “Salve Maria”.
A mudança ocorreu naturalmente, pois “Salve” é uma palavra de saudação mais comum no português, mas sem perder a reverência e o sentido original de “Ave”.
Essa tradução aproximou ainda mais o cumprimento da realidade popular, tornando-se uma saudação usada católicos das mais diversas realidades.
Mas não basta entender como essa saudação se espalhou. É preciso compreender também o que ela significa para a fé católica.
O que significa dizer “Salve Maria”
“Salve” é uma saudação antiga, sinal de reverência e exaltação. Ao unir esse termo ao nome da Mãe de Deus, fazemos memória, em cada encontro, do momento em que o céu e a terra se uniram no sim de Maria.
Portanto, cumprimentar alguém com “Salve Maria” é relembrar o anúncio da salvação, é renovar o Evangelho no cotidiano.
Aquele que saúda, deseja que a Virgem Santíssima acompanhe aquele encontro, e quem responde, aceita que a Virgem esteja ali e interceda por ambos.
Em sua simplicidade, este cumprimento é, ao mesmo tempo, uma saudação, uma prece e um reconhecimento da presença materna de Maria no caminho de cada filho.
E foi exatamente a presença da Virgem em Fátima que renovou no mundo o apelo à oração e à penitência. Torne-se um Missionário de Fátima e ajude a espalhar essa mensagem.
A saudação como identidade católica
Vivemos em um mundo cada vez mais secularizado, onde a fé é empurrada para a esfera privada.
No entanto, ao dizer “Salve Maria” em público, o católico afirma sua identidade, testemunha a fé e proclama a Mãe de Deus como Rainha dos corações.
Cada vez que repetimos essas palavras, fazemos ecoar a história da salvação e lembramos que Maria, a humilde serva do Senhor, é exemplo de fé, obediência e amor incondicional.
Assim, ao colocarmos em nossos lábios essa saudação, nos tornamos anunciadores das glórias da Mãe de Deus, que continua a nos guiar, como outrora guiou São Bernardo e tantos devotos ao longo da história.





