Dom Athanasius Schneider denuncia a profanação do Jubileu LGBTQ+ em Roma.

Em entrevista à jornalista Diane Montagna, publicada no portal InfoCatólica em 10 de setembro de 2025, Dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, comentou com firmeza a profanação ocorrida em Roma no contexto do assim chamado Jubileu LGBTQ+.
O prelado qualificou como “criminosos espirituais e assassinos de almas” os sacerdotes que, em vez de conduzir os fiéis à conversão, tornam-se cúmplices do erro e instrumentos da perdição eterna.
Esses ministros, chamados a ser sentinelas da verdade, preferem confirmar pecadores em vidas desordenadas e afastadas da lei de Deus, traindo assim a missão recebida de Cristo.
O escândalo de Roma
A cena correu o mundo: dois homens de mãos dadas na Basílica de São Pedro, um deles ostentando uma mochila com uma inscrição blasfema “F** the Rules” (“As favas com as normas”, em tradução livre).
Outro jovem, com camiseta arco-íris, fazia selfies diante do Baldaquino de Bernini. Uma cruz “arco-íris” foi erguida dentro da Igreja Mãe da Cristandade.
Tudo isso — e aqui reside o escândalo supremo — como parte do Calendário Geral do Jubileu 2025 do Vaticano.
Que significava esse ato? Uma peregrinação, sim, mas sem penitência, sem arrependimento, sem desejo de conversão.
Ao contrário: foi uma marcha triunfal para exigir que a Igreja legitime aquilo que Deus proíbe expressamente no Sexto Mandamento.
Uma profanação da Porta Santa, que — como ensinou João Paulo II — existe para conduzir à conversão e à indulgência, ambas incompatíveis com a obstinação no pecado.
A “abominação da desolação”
Dom Schneider não hesitou: o ocorrido é uma “abominação da desolação no lugar santo” (Mt 24,15).
Assim como no tempo de Antíoco Epífanes, quando o Templo foi profanado, também agora o Templo espiritual da Cristandade é ultrajado.
O que se viu em Roma não foi uma simples fraqueza ou deslize pastoral: foi uma bofetada pública contra Deus, dada no coração visível da Igreja.
Como reagir diante disso? Com horror, indignação e tristeza. Mas, sobretudo, com espírito de reparação, pois a ofensa foi cometida contra a honra de Deus e a santidade de sua Casa.
Diante dessa profanação, cada fiel é chamado a reparar. Uma forma concreta é acender uma Vela de Reparação, unindo-se a tantos católicos que respondem com fé e amor a Deus diante de tais ultrajes.
“Criminosos espirituais e assassinos de almas”
É aqui que transparece a gravidade da denúncia feita pelo prelado.
Ele distingue entre os fiéis enganados — a quem devemos compaixão e convite à conversão — e os clérigos que confirmam tais fiéis no pecado.
Estes, diz ele, são verdadeiros “criminosos espirituais e assassinos de almas”.
A imagem é tremenda, mas perfeitamente adequada. Pois quem abençoa o pecado não apenas trai a doutrina, mas empurra o pecador para o abismo eterno.
Deus pedirá contas de cada alma perdida: “Se, dizendo Eu ao ímpio: Ímpio, morrerás, tu não lhe falas para que ele se aparte do seu mau caminho, o ímpio morrerá pela sua iniquidade, mas Eu pedirei conta do seu sangue à tua mão” (Ez 33,8).
O contraste com João Paulo II
Não é a primeira vez que Roma é teatro de tais escândalos.
Durante o Jubileu de 2000, a cidade recebeu a primeira “Parada Gay” mundial.
Naquele momento, São João Paulo II ergueu a voz: “Só posso expressar minha profunda tristeza pelo ultraje ao Grande Jubileu e pela ofensa aos valores cristãos” (Ângelus, 9 de julho de 2000).
Esse gesto do Pontífice mostra o abismo em que caímos. Onde antes havia reprovação, hoje reina um silêncio cúmplice.
O Papa Leão XIV não recebeu oficialmente a delegação LGBT e limitou-se ao silêncio.
A atitude frustrou os organizadores, que pretendiam explorar ainda mais o Jubileu como vitrine para legitimar publicamente suas reivindicações contrárias à lei de Deus.
Não só os católicos se sentiram ofendidos. Também não católicos, ortodoxos e até muçulmanos perguntam — observa Dom Schneider — o que está acontecendo com a Igreja de Roma.
A necessidade de reparação
O bispo de Astana espera ainda que o Papa Leão XIV siga o exemplo de João Paulo II: denuncie publicamente a profanação e faça atos de reparação.
Isso não diminuiria o prestígio do Pontífice; ao contrário, restauraria sua autoridade moral.
Dom Schneider recorda a advertência de Nosso Senhor a Santa Brígida para o Papa Gregório XI:
“Arranca, arranca e destrói todos os vícios de tua corte! Reforma a Igreja comprada com meu sangue, porque hoje se mostra mais veneração a um prostíbulo que à minha Santa Igreja” (Revelaciones, IV, 149).
Palavras terríveis, que ecoam de modo impressionante nos acontecimentos de Roma.
A hora de lutar
A crise que atravessamos é talvez a mais grave da História da Igreja.
Não se trata apenas de heresias sutis ou debates acadêmicos. É a própria lei natural, inscrita por Deus no coração humano, que é negada.
É hora de resistir, reparar, oferecer sacrifícios. Não podemos aceitar que a Casa de Deus seja transformada em palco para o orgulho do pecado.
Ofereça sua súplica silenciosa e faça arder diante do Céu uma Vela de Reparação. É um pequeno ato, mas cheio de poder espiritual, capaz de consolar o Coração de Jesus ultrajado.
Que cada fiel católico, ao contemplar este escândalo, se erga com indignação santa e confiança plena em Maria Santíssima.
Pois, como prometeu em Fátima, por fim o seu Imaculado Coração triunfará.





