A história, a imagem e a mensagem da Virgem que, com amor e poder, desata até os nós mais difíceis da alma.

A origem de um título singular
A devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós surgiu em 1700, com uma pintura do artista alemão Johann Schmidtner.
Obra, de 1,1 metro de largura por 1,82 metros de altura, está na capela de St. Peter am Perlach, em Augsburgo, na Alemanha.
A Santíssima Virgem Maria foi representada de forma extraordinariamente bela.
O artista inspirou-se na passagem do Apocalipse de São João:
“Apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida do sol, a lua debaixo de seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1).
A inspiração de Santo Irineu
O conceito de Maria desatando nós vem de uma obra de Santo Irineu de Lyon, ‘Adversus haereses’ (Contra as Heresias).
No Livro III, Capítulo 22, ele traça um paralelo entre Eva e Maria, afirmando:
“O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria. Pois o que a virgem Eva havia amarrado pela incredulidade, isso a Virgem Maria desamarrou pela fé.”
Santo Irineu, com essa meditação, nos faz compreender que existem nós em nossa vida, consequência do pecado original.
Mas, graças à obediência e às virtudes de Maria, foi concedido a Ela o poder de desatar esses nós, dificuldades que não conseguimos resolver sozinhos.
Esse quadro, portanto, deve ser contemplado não apenas como uma bela pintura. É mais do que arte: é uma mensagem espiritual viva.
E assim como Nossa Senhora desatou o nó da desobediência de Eva, Ela continua, hoje, a agir por meio de almas dispostas a espalhar a sua Mensagem.
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A imagem e seus significados
A imagem retrata a Santíssima Virgem Maria suspensa entre o céu e a terra, resplandecente de luz.
Sobre sua cabeça, o Espírito Santo em forma de pomba. Um lembrete de que Ela se tornou Mãe de Deus e cheia de graça, pela ação da Terceira Pessoa da Trindade.
Ela veste um manto azul-escuro, símbolo de sua glória como Rainha do Universo. O vermelho resplandecente de sua túnica indica sua dignidade. A coroa de doze estrelas representa sua realeza.
Sob seus pés, a serpente é esmagada. Isso mostra sua vitória sobre Satanás. Ela está cercada por anjos, sinal de sua posição como Rainha dos Anjos e do Céu.
Nas mãos, uma fita branca com nós, que ela desamarra com serenidade. Um anjo apresenta os nós a Ela. Outro anjo exibe a fita livre, agora desatada.
Que nós são esses?
São os problemas e as lutas que enfrentamos. Aqueles para os quais não vemos solução. Nós de discórdia familiar, incompreensão entre pais e filhos, desrespeito, violência.
Há também os nós entre marido e mulher: mágoas profundas, ausência de paz e alegria no lar.
Outros nós ainda: angústia, desespero dos esposos separados, dissolução da família, filhos afastados de Deus, vícios, doenças, aborto, depressão, desemprego, medo, solidão…
Todos esses nós sufocam a alma, abatem o coração e nos afastam de Deus.
É por isso que Maria busca corações que, confiantes em sua intercessão, também queiram ajudar a desatar os nós do Maligno.
Junte-se aos Missionários de Fátima e leve essa esperança a outros lares.
O milagre que inspirou a obra
A devoção nasceu antes mesmo de se tornar universal: foi resposta à ação concreta de Nossa Senhora diante de um drama familiar.
Doada por Hieronymus Ambrosius Langenmantel (1641–1718), cônego do Mosteiro de São Pedro em Augsburg. A pintura está ligada a um acontecimento em sua família.
Seu avô, Wolfgang Langenmantel (1586–1637), estava à beira da separação de sua esposa, Sophia Rentz (1590–1649).
Desesperado, buscou a ajuda do padre jesuíta Jakob Rem, em Ingolstadt. O Padre Rem rezou diante da imagem da Santíssima Virgem Maria, Mater ter admirabilis, e disse:
“Neste ato religioso, eu elevo os laços do matrimônio, para desatar todos os nós e alisá-los.”
Imediatamente, a paz foi restaurada entre o casal. A separação não aconteceu. Em memória desse acontecimento, o neto encomendou a pintura de Maria como “Desatadora de Nós”.
A chegada da devoção ao Brasil
A devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós desembarcou no Brasil nas últimas décadas do século XX, trazida por fiéis que haviam conhecido a poderosa intercessão mariana na Europa.
Os fiéis encontram na imagem de Maria desatando nós um símbolo palpável de esperança.
Ela não está distante em seu trono celestial, mas inclinada sobre os problemas humanos, dedos hábeis trabalhando pacientemente cada emaranhado.
Os devotos afirmam: “nenhum nó é tão apertado que Maria não possa desatar”.
Essa confiança se materializou em diversas capelas, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde peregrinos buscam consolo e auxílio.
A necessidade de paciência e oração
A vida muitas vezes se assemelha a um novelo de lã emaranhado. Quando agimos com pressa e impulsividade, os nós se apertam ainda mais.
Alguns, na ânsia de resolvê-los rapidamente, acabamos por cortá-los – uma solução aparente que traz consequências dolorosas.
O caminho sábio começa quando nos colocamos sob o manto da Santíssima Virgem Maria, nossa Mãe, Auxiliadora e Intercessora.
Através da oração silenciosa e da meditação serena, começamos a entender a origem desses emaranhados: como se formaram, porque persistem.
Com a ajuda maternal de Nossa Senhora, aprendemos a desatar cada nó. O segredo está em começar pelos mais simples que, quando resolvidos, nos dão clareza e confiança para enfrentar os maiores.
Nossa Senhora Desatadora dos Nós nos ensina que nenhum problema é insolúvel quando o entregamos a Ela, nó por nó, até que nosso coração volte a bater em paz.
Mas Nossa Senhora deseja mais: deseja que cada filho seu ajude outros a se libertarem também. Ser Missionário de Fátima é atender esse chamado.






Uma resposta
Nosso Senhora Desatadora dos nós. Rogai por nós!