Corpus Christi: A Festa que o Céu Pediu

Como um milagre sangrento e uma visão misteriosa deram origem à mais solene festa da Santa Igreja.

Uma solenidade que nasceu de um clamor do Alto

A expressão Corpus Christi significa, literalmente, “Corpo de Cristo”.

Mais do que um termo litúrgico, é o coração de uma das mais sublimes declarações de fé da Igreja: a presença real de Jesus na Eucaristia.

Corpo, Sangue, Alma e Divindade, ocultos sob as espécies do pão e do vinho consagrados.

Foi em 1264, com a bula Transiturus, que o Papa Urbano IV estendeu oficialmente a festa de Corpus Christi para toda a Igreja.

Mas essa decisão não caiu do céu por acaso.

Antes disso, uma mulher, um milagre e uma série de acontecimentos misteriosos abriram caminho para a instituição dessa solenidade.

A lua com uma mancha: a visão de Santa Juliana

No século XII, em Liège, na atual Bélgica, um movimento de profunda adoração eucarística florescia na Abadia de Cornillon.

À frente dele estava Santa Juliana de Monte Cornillon, uma freira com intensa devoção ao Santíssimo Sacramento.

Juliana teve uma visão que a marcou profundamente: ela viu a Igreja como uma lua cheia, mas com uma mancha escura.

Essa sombra, revelou-lhe o Céu, representava a ausência de uma festa dedicada exclusivamente à Eucaristia.

Tomada por esse apelo, Juliana relatou suas experiências místicas a várias autoridades eclesiásticas, entre elas um jovem arcediago — título dado a um vigário encarregado da administração de parte da diocese — chamado Jacques Pantaleon, que anos mais tarde se tornaria… o Papa Urbano IV.

Um milagre sangrento que confirmou a fé

Pouco tempo depois, em 1263, outro episódio sacudiu o mundo cristão.

Um sacerdote alemão chamado Pedro de Praga, assolado por dúvidas sobre a presença real de Cristo na Hóstia, realizou uma peregrinação à Itália.

Durante a celebração da Missa no túmulo de Santa Cristina, em Bolsena, aconteceu algo extraordinário: a Hóstia consagrada começou a sangrar em suas mãos.

O altar foi manchado. O corporal, tecido litúrgico que acolhe o Corpo de Cristo, ficou coberto de sangue.

Com medo e espanto, o padre interrompeu a Missa e procurou o Papa Urbano IV, que estava em Orvieto.

Após investigações e confirmações, o Papa ordenou que as relíquias fossem levadas solenemente à catedral, onde permanecem até hoje.

Padre Pio compreendia com profundidade esse mistério.

Sua devoção à Eucaristia era tamanha que dizia: “Seria mais fácil o mundo sobreviver sem o sol do que sem a Santa Missa.”

Se quiser entender melhor essa relação íntima entre o santo e o Santíssimo Sacramento, vale a pena assistir ao vídeo “Padre Pio e a comunhão quotidiana”.

Da visão à procissão: a festa se espalha pelo mundo

Em resposta ao milagre de Bolsena e às súplicas de vários bispos, em 1364 o Papa Urbano IV decretou a instituição da Festa de Corpus Christi na quinta-feira seguinte à oitava de Pentecostes.

Logo, as procissões eucarísticas se tornaram tradição. A partir do século XIV, elas foram enriquecidas com indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV.

As ruas passaram a ser cobertas por tapetes de flores, e Jesus Sacramentado passou a ser levado em triunfo pelas cidades e vilarejos, como um Rei amado e presente.

Corpus Christi: mais que festa, é reparação

Ao longo dos séculos, os milagres eucarísticos continuaram a acontecer, como se o próprio Céu gritasse: “Sim, Eu estou aqui!”. No entanto, o coração humano segue oscilando entre a fé e a indiferença.

Por isso, Corpus Christi é também um dia de reparação. Reparação pelas comunhões feitas sem devoção. Pelos olhares distraídos no momento mais sagrado da Missa. Pelos corações frios diante do Tabernáculo.

E quem melhor entendeu isso do que Padre Pio, que chorava de amor e reverência diante da Eucaristia? Ele via com os olhos da alma o que muitos não veem nem com os olhos do corpo.

Reparemos com gratidão e fé

A Festa de Corpus Christi é um convite para acordarmos da distração espiritual. Jesus não apenas pediu que recordássemos a Última Ceia.

Ele quis permanecer entre nós. E nos deixou, na Hóstia consagrada, a maior prova de amor.

Sim, a cada geração, Deus suscita algo novo na Igreja. E talvez o novo que Ele espera hoje… seja o nosso coração de volta.

Diante de tantos milagres e graças, é impossível permanecer indiferente. A cada procissão, a cada Missa, somos chamados a renovar nossa fé — e também a levá-la a outros.

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