Qual é o significado desta data tão importante para a Igreja?

O brilho que antecipa a cruz
No topo de um monte, um segredo divino se revelou. Jesus, em sua humanidade, deixou entrever a glória que habita n’Ele desde toda a eternidade.
Foi no Tabor, diante de São Pedro, São Tiago e São João, que o Senhor se transfigurou. Seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
Aquilo que parecia inacessível aos olhos humanos tornou-se visível por um instante: a santificação do homem é possível.
Esse episódio, celebrado pela Igreja no dia 6 de agosto, não é apenas mais um milagre. É o prenúncio da vitória sobre a cruz e a preparação dos apóstolos para o escândalo do Calvário.
A tradição afirma que a Transfiguração ocorreu quarenta dias antes da Paixão.
E a liturgia, em sintonia com esse tempo, a celebra exatamente quarenta dias antes da Festa da Exaltação da Santa Cruz.
Um eco da Trindade no alto do monte
A Transfiguração é também uma nova epifania trinitária. Assim como no batismo, ouve-se a voz do Pai, o Filho é glorificado e o Espírito Santo se manifesta na luz.
Esta cena não é isolada, mas representa um ponto de virada na revelação de Jesus Cristo.
Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus, reconhecendo-O como centro e cumprimento de toda a Lei e dos Profetas.
A voz do alto proclama com clareza: “Este é o meu Filho amado. Escutai-o!”
É o mesmo Deus que falou a Moisés no Sinai, agora revelando-se plenamente em Seu Filho.
O esplendor do Tabor é um convite urgente: ouvir, seguir, confiar.
A luz que transforma a humanidade
Jesus Cristo, ao transfigurar-se, não apenas brilha. Ele irradia uma luz que vai além dos limites do céu. Essa luz não cega, mas revela. Ela transforma, liberta e chama o homem para o alto.
Diante dessa luz, os apóstolos caem por terra, tomados pelo temor e pela maravilha. Mesmo sem compreenderem plenamente, participam de um mistério que os marcará para sempre.
São Pedro expressa seu desejo de permanecer naquele lugar sagrado: “Senhor, é bom estarmos aqui!”
Ele expressa o desejo que todo coração humano tem de permanecer para sempre contemplando com alegria a glória de Deus. A isso fomos chamados, à bem-aventurança.
É por isso que tantos fiéis se unem a santos como Padre Pio, desejando viver essa luz mesmo nas dificuldades do dia a dia.
Mas Nosso Senhor mostrou-lhe que não era possível permanecer ali.
É preciso ‘descer do monte’ e voltar para baixo, para a planície, onde precisamos encontrar tantos irmãos sobrecarregados por canseiras, doenças, ignorâncias, pobreza material e espiritual.
Escutar e anunciar: a missão que continua
Os apóstolos desceram do monte com uma ordem gravada no coração: escutai-O. Essa ordem chegou até nós.
E agora, é nossa vez de escutar e de anunciar.
A Transfiguração não é o fim de uma história, mas o início de uma missão: tornar conhecida a glória de Jesus Cristo.
Que neste dia, a luz do Tabor nos encontre. Que ela aqueça nossos corações, ilumine nossas sombras e nos impulsione a irradiar essa glória aos que ainda vivem sem esperança.
Escutemos o Senhor. Sigamos Sua voz. E sejamos, mesmo em meio à planície do mundo, reflexos vivos de Sua luz.
E se deseja levar essa luz também para sua vida cotidiana, una-se a quem já caminha com a proteção de Padre Pio.





