Um diálogo impressionante entre o Céu e a terra revela verdades que poucos querem saber, mas todos precisam ouvir.

Em novembro de 1873, um fato extraordinário rompeu o silêncio recolhido do Convento Agostiniano de Valognes, na França.
Esse episódio marcaria o início de uma série de manifestações ligadas às almas do purgatório, narradas por Irmã Maria da Cruz.
Seus relatos, cheios de unção e sobriedade, tornaram-se fonte preciosa de reflexão sobre a purificação das almas e foram reunidos em livros e testemunhos que edificam até hoje os fiéis devotos do sufrágio.
Uma presença misteriosa no convento
Irmã Maria da Cruz, então em oração, ouviu de repente um gemido angustiado, como o lamento de uma alma em profundo sofrimento.
Assustada, ela buscou explicações. Chamou, insistiu, rezou… mas nenhuma resposta veio. Até que, aos poucos, uma certeza cresceu em seu coração: aquela dor vinha de uma alma do purgatório.
E como toda religiosa zelosa, decidiu não ignorar o clamor. Intensificou suas orações e penitências, oferecendo-as pela alma desconhecida. Durante três meses, manteve-se fiel a esse propósito.
Foi então que, em 15 de fevereiro de 1874, uma revelação mudou tudo: a alma que a buscava era Irmã Maria Gabriela, falecida três anos antes, que ainda padecia no Purgatório.
Por permissão divina, Irmã Maria da Cruz e a alma da Irmã Maria Gabriela mantiveram um diálogo, onde por alguns meses, Irmã Maria da Cruz foi instruída sobre as verdades acerca dos Novíssimos.
10 Perguntas sobre o Purgatório
Neste artigo, você vai conhecer as dez perguntas que Irmã Maria da Cruz fez à alma sofredora da Irmã Maria Gabriela, perguntas profundas que muitos evitam, mas que revelam verdades esquecidas sobre a eternidade.
As respostas, concedidas por permissão divina, lançam luz sobre o destino eterno das almas, os tormentos ocultos após a morte e o papel decisivo da oração e da intercessão dos santos.
1. Onde está o purgatório?
Segundo a alma da Irmã Maria Gabriela, ele se encontra no centro da Terra, próximo ao inferno. E o mais espantoso: há milhares e milhares de almas ali. A maioria? Morre entre os 30 e 40 anos. “Se soubessem o que é o purgatório, fariam de tudo para evitá-lo”.
2. Qual a distância entre o purgatório e a Terra?
“O purgatório está no centro do globo terrestre”, disse. Mas muitos vivem seu purgatório aqui mesmo, aceitando sofrimentos com amor e penitência. É o que fizeram muitos santos — como o próprio Padre Pio, que dizia: “É melhor sofrer aqui do que no purgatório.”
Outras, porém, começam o purgatório em vida e porque não têm bastante generosidade, vão acabar de expiar suas penas no Purgatório.
3. O fogo do purgatório é como o da terra?
Sim, é como o da Terra, só que infinitamente mais intenso. Uma única oração, ainda que breve, é como um copo d’água fria para uma alma sedenta. E você pode ser essa alma generosa:
4. O que acontece na hora da morte?
O demônio se aproxima com fúria e emprega toda a sua raiva em torno dos agonizantes. É a batalha final, que Deus permite, para que conquistem maior glória no Céu. Os devotos de Nossa Senhora, de São José, de São Miguel Arcanjo ou de algum santo podem contar com sua intercessão e vencem o maligno neste último instante.
5. Como é o juízo particular?
Logo após a morte, a alma vê Deus e toda sua vida em um clarão de verdade. É só então que a gente compreende o bom Deus, o seu grande amor pelas almas, e que desgraça é o pecado aos olhos da Majestade Divina! Ali, não há engano. A própria alma reconhece o quanto foi ingrata e decide, por justiça, entrar no purgatório.
6. Quem leva as almas ao purgatório?
São Miguel Arcanjo. É ele quem executa essa sentença divina. A presença do Arcanjo no momento da morte e do julgamento mostra que nada, absolutamente nada, escapa ao plano de Deus.
7. No purgatório, é possível ver Deus?
Não. E esse é o maior tormento: saber quem é Deus e não poder contemplá-Lo. A alma, já purificada do egoísmo e das paixões da carne, sente saudade ardente da presença divina, mas sabe que ainda não é digna.
8. Qual é o maior sofrimento no purgatório?
Não é o fogo. É a ausência de Deus. É a sede insaciável por Ele. Um martírio contínuo que faz sofrer mais do que o fogo. Ninguém pode imaginar o que é o sofrimento do purgatório. Ninguém pensa mais nisso no mundo.
Por isso, quando uma alma na terra reza, oferece uma Missa ou um sacrifício, traz alívio verdadeiro.
9. Há protestantes no Purgatório?
Sim! Pela misericórdia divina, um certo número de protestantes se salva. Mas sofrem muito e seu purgatório é longo e doloroso, pois não tiveram os sacramentos e as graças da verdadeira fé.
10. As almas do purgatório sabem o que se passa na Terra?
Apenas o que Deus permite. A maioria não sabe nada. Mas, às vezes, Deus revela fatos específicos. Algumas almas têm maior ciência. Outras, não.
Houve ainda inúmeras outras, igualmente profundas, mas estas foram escolhidas por revelarem com clareza os aspectos mais dolorosos, e também mais esperançadores, do purgatório.
O que tudo isso diz sobre nós?
Diz que o tempo é agora. Que a vida presente é a única oportunidade de se preparar bem para o julgamento. Que uma alma generosa — como Irmã Maria da Cruz — pode abreviar o sofrimento de muitos.
Padre Pio, que via o invisível e confessava almas por horas, sabia disso. Ele dizia: “As almas do purgatório me visitam mais do que os vivos.” E rezava por elas. Por que nós não faríamos o mesmo?
As almas clamam por alívio. Elas não podem mais merecer. Mas nós podemos. Com orações. Missas. Sacrifícios.
E acima de tudo: vivendo com os olhos voltados para o Céu, e os pés firmes na terra.





