Holanda tem aumento de eutanásia em pacientes com doenças mentais
João Perassolo (Folha de S. Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2018)
Amsterdã — Na Holanda cada vez mais pacientes com transtornos mentais como depressão, bipolaridade, psicose, transtorno obsessivo compulsivo e estresse pós-traumático solicitam o suicídio assistido.
A Holanda registrou 83 eutanásias em pacientes psiquiátricos em 2017, um crescimento em relação aos 60 casos de 2016 e mais que o dobro em comparação a 2010 (41).
Os números parecem pequenos em relação ao total de mortes por eutanásia na Holanda — 6.585 em 2017 ―, mas o crescimento chama a atenção.
A Clínica do Fim da Vida é a responsável pela maioria das eutanásias aplicadas em doentes mentais na Holanda — ano passado, levou a cabo 78% das mortes desse tipo.
A Clínica do Fim da Vida é procurada por pessoas que tiveram os pedidos de eutanásia negados por seus médicos,seja porque eles não quiseram realizar o procedimento ou porque acharam que havia possibilidade de melhora.
Por isso, é especializada em casos mais complexos, como condições psíquicas, demência e doenças não-terminais.
Em vigor desde 2002, a lei do Término da Vida Sob Pedido e Ato de Suicídio Assistido estabelece que um paciente pode solicitar a eutanásia a seu médico desde que passe por sofrimento insuportável e que sua enfermidade não tenha prospecto de melhora, uma vez esgotados os tratamentos possíveis.
(tudo isso fica “normal” num país sem Deus)